domingo, 16 de agosto de 2015

Shikamaru Hiden - Capítulo 2: O País do Silêncio (Parte Seis - Tradução)

A novela "Naruto - Shikamaru Hiden: Yami no Shijima ni Ukabu Kumo" lançada em 04 de março, traz um aventura inédita com Nara Shikamaru, dois anos após a Quarta Guerra Mundial Shinobi. A novela é escrita por Takashi Yano, e possui 224 páginas.


Os capítulos da novela serão traduzidos para o português a medida que a versão em inglês seja liberada. Confira a sexta parte do capítulo dois (o livro original não faz separação dos capítulos em partes, ela será feita nesta tradução para tornar a leitura menos massante). Para ver outras partes do livro acesse aqui.

------------------------------------------------------------------------------
Capítulo 2 - O País do Silêncio (Parte Seis)

Ele não podia refutar o que Gengo tinha dito...

Shikamaru estava perplexo com o estado abalado do seu coração.

Ele tinha vindo até aqui para matar Gengo.

Ele acreditava firmemente que Gengo era um obstáculo para o caminho da paz para os shinobi.

Foi porque ele acreditava nisso que Shikamaru começou está jornada, acreditando que tinha dito aos seus companheiros uma verdade única.   

Mas agora que Gengo estava de pé na frente de seus olhos, agora que ele estava ouvindo o que ele estava dizendo, Shikamaru não tinha certeza se sua maneira de pensar era o caminho certo.

"Alguma vez já pensou porque as guerras se repetem infinitamente neste mundo?" Perguntou Gengo.

A verdade é que Shikamaru nunca tinha pensado sobre isso antes.

A partir do momento que este continente chegou a existir, tinha havido um grande número de países que repetiu as mesmas escaramuças entre si, de novo e de novo, entre altos e baixos eles prosseguiram.

E no intervalo entre as relações desses países, os shinobi surgiram oferecendo seus conjuntos de habilidades por um preço, ganhando assim espaço. Esse foi apenas o modo como as coisas sempre foram, portanto a palavra 'guerra' nem se quer se aplica.

Shikamaru sempre se preocupou com os assuntos do mundo shinobi sozinho. Ao contrário de Gengo, ele nunca tinha considerado o resto mundo.

Os pensamentos de Shikamaru sempre foram sobre como proteger o futuro shinobi. Como preservar os laços reconciliados entre as vilas. Quão efetivo a união seria para isso. Como fazer Naruto Hokage. Como construir uma base sólida para sua geração.

As preocupações de Shikamaru pareciam incrivelmente pequenas em face do que Gengo estava considerando. Seu foco não era o mundo shinobi, mas toda a terra.

"Você não acha que a razão de toda essa luta nunca parar são porque os Daimiôs governam a todos, em vez dos shinobi? Porque essas pessoas que nem detêm chakra, nem jutsu mantêm todos juntos, cada vez que passa para o seguinte, essas guerras nunca acabam. Por não terem pessoas extraordinárias entre eles, não há um país mais forte do que todos os outros, portanto, não havia ninguém para manter todos sob controle. Assim, os países continuam lutando e reconciliando, de novo e de novo, neste mundo de guerra contínua. Eu estou dizendo a você sobre um método que ira pôr fim a tudo isso. Com o poder dos shinobi, eu e meus 'iluminados' vamos conseguir o que ninguém mais conseguiu antes: a unificação do continente."

"A unificação do continente..." Murmurou Shikamaru.

Gengo deu um aceno satisfeito para ele, ecoando as palavras.

"Desde o início, este mundo tem sido sempre a 'sobrevivência do mais apto'. Este modo de vida não se estende aos animais. Mesmo os animais chamados de seres humanos não têm sido capazes de livrar-se disso. Neste caso, não é justo que os titulares da verdadeira força, os shinobi, que reinam como os mais fortes, fiquem no topo dessa hierarquia? A revolução que estou falando é para realizar exatamente isso: transformar este atípico mundo em algo melhor que ele pode ser."

Pensando se os shinobi são aqueles que devem controlar o mundo...

... Pode não estar errado.

"Senhor Shikamaru."

A voz de Rou surgiu de trás dele. Shikamaru virou a cabeça e olhou por cima do ombro para o homem.

"Não é exatamente como o senhor Gengo disse?" Perguntou Rou. "Por que os shinobi devem ser sempre usados pelos Daimiôs? Eu sou um membro da ANBU. Eu vi o lado sujo dos Daimiôs muitas e muitas vezes. Eles pensam em nós shinobi como nada mais do que ferramentas convenientes. Meu melhor amigo foi um homem usado como ferramenta nas guerras entre o País do Fogo e o País do Vento. No momento em que ambos os países declararam cessar-fogo, se livraram dele." Uma única lágrima transbordou dos olhos marejados de Rou. "Um obstáculo."

"... Eu também penso assim."

Desta vez, o sussurro abafado saiu da boca de Soku. Shikamaru se virou pra olhar para ela, ele pode ver os hematomas roxos escuros colorir seu rosto jovem. Mesmo ela sendo uma criança, Gengo tinha impetuosamente ordenado que seus subordinados a torturassem, juntamente com Rou.

"Eu acho, o que Gengo está dizendo é o certo também, sabe."

"Hinoko..."

"Não é apenas os Daimiôs, é também aquelas pessoas que vivem nos países governados por eles, sabe." Soku não se importou que Shikamaru tinha chamado por seu nome real, ela continuou a falar com uma raiva aquecida. "Não importa o quão bom você é para as pessoas normais, a cada minuto que ouvem dizer que você é um shinobi, elas começam a te observar no canto do olho. O olhar nos olhos... horrorizada... suspeito... marcando nós como 'diferentes'. Porque nós temos que derramar nosso sangue, suor e lágrimas para bastardos como esses? Eu não entendo por que, sabe!"

Mesmo que Gengo tinha sido responsável por suas contusões sobre sua pele, Soku estava olhando para o homem com admiração, como se tivesse esquecido esse fato completamente.

"Entende? Mesmo os seus companheiros estão concordando comigo. O que eu quero fazer é algo significativo para todos os shinobi. Shikamaru venha comigo. Juntos, podemos dar fim a essa época de guerra?"

Gengo estendeu a mão?

Se Shikamaru pegasse aquela mão, ele não seria capaz de voltar para casa.

Não, não é estranho pensar em voltar?

Se Gengo realmente unisse todos os países, que compõe o mundo shinobi. Se isso acontecesse, certamente Naruto, Chouji, Ino e todos outros, ele seria capaz de encontrá-los novamente.

Não, na verdade ele poderia estender um convite para eles, e todos eles poderiam se unir para construir o mundo shinobi.

"Shikamaru. Torne-se meu braço direito."

As palavras de Gengo pressionaram contra a coluna de Shikamaru.

"Eu..."

Shikamaru queria abaixar aquela mão.

Mas...

Uma parte do Shikamaru estava desesperadamente tentando impedir de fazer aquilo.

"Venha." Gengo incitou.

"Q-qu..."

Algo estava entupindo a garganta de Shikamaru. Ele lutou para empurrar sua voz para fora, um caroço espinhoso e, finalmente cuspiu as palavras:

"Por que eu tenho que me tornar um subordinado seu?"

"Oh? Pensar que você ouviu minhas palavras até este ponto, e ainda se recusa a entender. Você parece ser muito teimoso também."

Algo não estava certo.

Em algum lugar no fundo do coração de Shikamaru, havia algo dentro dele que não acreditava em Gengo. Essa parte disse que não era uma boa ideia submeter-se a este homem. Não havia palavras fundamentadas ou explicações. Uma parte dele não poderia tolerar isso. Um mau pressentimento.

A outra parte dele estava totalmente convencida de que Gengo estava com a ideia certa.

"Muito bem então, vamos fazer..." Gengo acenou para os guardas ao lado de Shikamaru, em seguida, virou-se e caminhou de volta para onde as escadas começam.

Os 'iluminados' que tinha sido a guarda de Shikamaru até o momento retiraram as algemas que mantinham as mãos atrás das costas. O súbito desaparecimento das restrições forçou seu corpo mole agachar-se em alívio. Shikamaru mal caiu ao chão, e de alguma forma, manteve seu corpo firme com seu braço direito. Ele olhou para Gengo.

Gengo estava em pé, na parte inferior da escada, apenas alguns metros de distância. Ele tinha jogado os braços, segurando o seu peito.

"Se você não pode confiar em mim, então tente me matar aqui."

"M-matar você?" A voz de Shikamaru estava tremendo.

"Não há nenhuma razão para que você não seja capaz de me estrangular até a morte com seu jutsu de manipulação da sombra. Continue. Vamos ver se você consegue me matar."

Por que ele estava tão confiante quando disse para Shikamaru matá-lo?

A sensação desconfortável no estômago de Shikamaru foi crescendo lentamente.

Não era algo que faltava, em algum lugar, ele não estava pensando corretamente, não era algo que tinha esquecido...

Shikamaru colocou a mão trêmula no chão.

O sol estava brilhando através de uma grande janela no lado do salão. A luz brilhante caiu faiscante no braço e tronco de Shikamaru, produzindo uma sombra. O breu começou a tremer ligeiramente. A tremedeira foi aumentando ligeiramente, sua sombra ondulava e, em seguida, balançava violentamente enquanto tentava voltar a forma original.

"Vá..." Shikamaru ordenou sua sombra com uma fraca voz. A sombra ondulante transformou-se em uma longa mecha escura que se dirigiu em linha reta para Gengo.

"Agora, não pare, Shikamaru!"

Gengo gritou, seus olhos queimavam brilhantemente. Parecia que ele estava gostando disso.

Sua voz cheia de confiança pressionou Shikamaru por todos os lados.

Sua sombra...

Parou.

Ela parou bem na beira dos pés de Gengo. Não importa quanto Shikamaru quisesse, não iria mais longe.

"O que há de errado?" Perguntou Gengo. "Por que você não está usando sua sombra?"

Por que sua sombra não estava se movendo?

Algo estava estranho, algo estava fora do lugar, algo estava errado...

Pense, pense, pense, pense...

Pense, Shikamaru!

O que você não está percebendo?

Sua cabeça parecia que ia explodir em chamas.

Rou e Soku...

O sentimento em suas entranhas era por causa deles.

Rou e Soku. Ambos eram membros dedicados da ANBU que se especializaram em permanecer leais mesmo sob pressão... Então, por que ambos aceitaram as palavras de Gengo tão rapidamente e com tanta facilidade?

Depois de passar por tais torturas sob suas ordens, por que não havia quaisquer sentimentos de hostilidade?

Para os sentimentos alterarem para adoração tão rapidamente e facilmente – não era possível.

Tinha que haver um truque. Um truque.

Uma palavra surgiu claramente na mente de Shikamaru.

Genjutsu...

Foi um jutsu que manipulou seus pensamentos e mergulhou em delírios. Rou e Soku pareciam que eles estavam sob um genjutsu.

Nesse caso, em seguida, Shikamaru estava sob genjutsu também?

Isso provavelmente era o caso.

Mas, era um genjutsu doujutsu, uma técnica encadeada pelos olhos. Um bom exemplo disso era o clã Uchiha de Konoha, e seus olhos especiais sharingan, uma linhagem de sangue que mergulha seus oponentes em um genjutsu.

O incidente na praça. Naquele momento, algo havia enfraquecido o jutsu de Rou expondo sua presença para Gengo. Isso não poderia ter sido um doujutsu, Gengo falou e chamou-os de 'ratos', nenhum deles tinha olhado para Gengo nos olhos. Contato visual com o seu adversário era um requisito absoluta para o doujutsu. Não havia maneira de ele ter feito contato visual com eles naquele momento.

Então, como ele lançou o genjutsu em Shikamaru e os outros?

Ele não conseguia pensar. Seus pensamentos eram lentos.

Quando você é pego em um genjutsu, você precisa de alguém para ajudá-lo a escapar. Mas ambos os seus companheiros já estavam nas mãos de Gengo.

Shikamaru sentiu como se estivesse andando por um pântano espesso e escuro, lentamente afundando mais e mais fundo. No final, ele sabia que sua mente estava cada vez mais controlada também.

Logo, ele estaria completamente sob o controle de Gengo.

"Eu realmente não suporto isso..." Pensamentos de Shikamaru foram jogados para fora de sua boca.

Gengo estava olhando para ele com olhos de vitória. Mesmo agora, a sombra de Shikamaru tremeu por meras polegadas longe dos pés do homem. 

"Você não gostaria de dar uma dentro agora?"

Sua voz era suave e calma. Shikamaru podia sentir todo o seu corpo derretendo contra o calor dele. As restantes lascas de sua consciência estavam escapulindo...

A verdadeira natureza do genjutsu de Gengo...

A resposta vaga tinha sido materializada nas profundezas de sua mente, mas antes que Shikamaru pudesse manisfestá-la claramente, ele apagou sua própria vontade.

Ele não se importava mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário