quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Shikamaru Hiden - Capítulo 2: O País do Silêncio (Parte Sete - Tradução)

A novela "Naruto - Shikamaru Hiden: Yami no Shijima ni Ukabu Kumo" lançada em 04 de março, traz um aventura inédita com Nara Shikamaru, dois anos após a Quarta Guerra Mundial Shinobi. A novela é escrita por Takashi Yano, e possui 224 páginas.


Os capítulos da novela serão traduzidos para o português a medida que a versão em inglês seja liberada. Confira a sétima parte do capítulo dois (o livro original não faz separação dos capítulos em partes, ela será feita nesta tradução para tornar a leitura menos massante). Para ver outras partes do livro acesse aqui.

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Capítulo 2 - O País do Silêncio (Parte Sete)

"Venha, Shikamaru."

Gengo estendeu a mão.

Se Shikamaru agarra-se aquela mão, ele ficaria confortável.

Ele não teria que pensar sobre coisas problemáticas mais.

Shinobi iriam governar o mundo... era assim que as coisas deveriam ser, afinal das contas.

Ao pegar aquela mão, tudo seria fácil novamente.

Ele não teria que ser mais confuso...

"Vamos juntos." A voz de Gengo parecia que pressionava a espinha de Shikamaru.

Shikamaru lentamente ergueu a mão direita, estendeu a mão em direção a palma a sua frente.

Seus dedos estavam quase encostando-

Mas algo barulhento acontecia atrás dele...

No mesmo instante que pensou, o corpo de Shikamaru foi subitamente erguido no meio do ar, voando em direção ao teto. De canto de olho ele viu Gengo, onde ele tinha estado apoiando-se contra a grande ventania. Mesmo os 'iluminados' no topo da escada estavam lutando contra ela.

No entanto, o único que estava subindo pelo ar era Shikamaru.

Ele levantou tão alto, que acabou colidindo como teto. Por um momento, todo seu corpo estava dolorido com o impacto, em seguida, a próxima coisa que Shikamaru notou foi que o vento tinha parado, ele estava caindo de volta ao chão.

"Gah!"

Embora estivesse num lugar relativamente seguro, Shikamaru, de volta ao chão, bateu com tanta força que sua respiração ficou presa na garganta.

Ele tinha sido arremessado longe de Gengo, para o outro lado da sala.

"SHIKAMARU!"

Alguém chamou seu nome com raiva, ecoando pelo corredor.

Uma voz de mulher...

Uma voz muito familiar.

"O que você está fazendo num lugar como este...?" Shikamaru inclinou-se para olhar para a dona da voz.

Uma mulher estava de pé na entrada do salão, seus cabelos amarrados em dois cachos de cada lado, e um afiado olhar. Ela segurava um gigante tessen (leque) com as duas mãos, sem dúvida a origem do vento que havia soprado Shikamaru pelo ar.

Temari...

"O que você está esperando?!" Ela exigiu, "Mudar o seu jeito para ser o que outras pessoas querem que você seja, esse não é você, certo?! Você é o homem que marquei acima de todos os outros! Se recomponha, seu idiota! O discurso problemático desse cara não deve ser mais do que um sopro quente para você! Estou errado? Diga alguma coisa! Shikamaru!"

A pesada voz de Gengo era nada comparada com o rugido penetrante que retumbou nos ouvidos de Shikamaru. Seus olhos estavam formigando.

"Ah..."

O nevoeiro que tinha nublado a mente de Shikamaru desapareceu sem deixar vestígios. Todas as ideias estranhas que haviam sido amontoadas em seu coração estavam dispersas para longe, expelidas para fora do seu peito.

Foi uma incrível sensação de alívio.

Shikamaru respirou fundo, lentamento soltando para fora.

Ele não pôde deixar de irromper em um sorriso.

Uma bronca o tinha feito escapar do genjutsu...

"O que há com você, aparece de repente e fala todas essas coisas?" Disse ele para Temari, erguendo-se de pé e esfregando atrás do seu pescoço com uma das mãos.

"Ei, eu vim para salvá-lo, é melhor você me agradecer, em vez de resmungar." Disse Temari, fechando seu leque e apoiando-o no chão. Ela inclinou-se contra ele, estufando seu peito em orgulho.

Vários shinobi estavam alinhados em fileiras atrás dela. Todos tinham a marca de Sunagakure esculpida em seu hitai-ate (bandana).

"Depois de tudo, não podia simplesmente deixar você morrer." Ela sorriu para ele.

O sorriso de Temari era como o escaldante sol do deserto. Ele clareou a escuridão no coração de Shikamaru.

Dentro de sua mente, ele lembrou uma frase em particular, que Temari tinha acabado de usar. 

'O discurso problemático desse cara.'

"Problemático... huh." Shikamaru virou para olhar o vilão em questão.

Gengo estava se virando para dar sinais aos 'iluminados' que estavam tencionados, no topo da escada, em face ao perigo. Assim que viram o sinal, os 'iluminados' começaram a descer pela escada.

Todos os shinobi de Sunagakure se moveram para ficar entre o inimigo e Shikamaru.

Mesmo que os pés dos 'iluminados' tenham recusado a se mover com o súbito ataque do inimigo, um sinal de Gengo e eles teriam que dirigir-se para enfrentar o inimigo. Esse era o tipo de homem capaz que governou este castelo e país.

Os sons de metal colidindo contra metal ecoou quando a batalha começou.

Estranhamente, Shikamaru sentiu-se incrivelmente calmo.

Ele deu um passo para frente.

De algum modo a sua frente, ele podia ver Gengo em quadratura com os ombros levantados de um dos guardas.

Calmamente, silenciosamente, Shikamaru continuou andando.

Quando passou por Rou e Soku, Shikamaru colocou as mãos em seus ombros brevemente.

"Está tudo bem agora." Ele disse a eles, e seguiu em frente.

Quando havia um passo entre ele e Gengo, Shikamaru parou. Ele nivelou seu olhar com o do homem.

Naquele momento... Shikamaru bocejou.

"Ahhhhh..."

Foi um grande bocejo, ele podia sentir os olhos lacrimejando, e sua visão borrar.

"Oi." Gengo estava apontando para algo no rosto de Shikamaru. 

"Hm?" Shikamaru levantou a mão para tocar ao redor de sua boca, e sentir algo molhado saindo de sua narina esquerda. Sangue.

Sem perceber, ele tinha conseguido um sangramento nasal.

"Isso, Temari..." Ele murmurou. Ele deve ter batido o nariz quando o vento o levantou, e chocou-se contra o teto.

"Desculpe por isso." Shikamaru disse para Gengo, girando seu pescoço. "Agora, você tem alguma coisa a dizer?"

"Vejo que seus reforços foram chamados, mas-"

"Huh?" Shikamaru cortou as palavras de Gengo com uma alta e surpreendente voz. "Reforços? Onde?"

Gengo olhou para ele com olhos arregalados. Shikamaru percebeu o quão louco suas palavras devem ter soado.

"Oh, você está falando sobre as pessoas atrás de mim." Ele disse. "Nah, você entendeu errado. Eles não são reforços."

"... Então, do que vamos chamá-los?"

"Não sei. Eles vieram aqui por vontade própria, por isso..."

Gengo estava olhando para Shikamaru com mais e mais espanto. Ele parecia atordoado com a mudança repentina no comportamento de Shikamaru.

"Tanto faz como vamos chamá-los." Disse Gengo. "Enquanto nós formos atacados de surpresa por adversários como estes, meu país não será muito ating-"

"Pff." Shikamaru riu sem pensar.

Uma veia começava a latejar na testa de Gengo.

"Não será atingido?" Perguntou Shikamaru, divertindo-se. "Você tem certeza? Quanto seu castelo está em um estado como este?"

"Não subestime os meus seguidores." Disse Gengo. "Eles não vão ser derrotados por shinobi deste nível."

"Sim, claro, vamos ver isso daqui a pouco."

"Agora, escute Shikamaru-"

"Não, acho que não vou." Shikamaru disse sem rodeios, estendendo a palma da mão. "Eu sei que seu eu vagamente ouvir suas palavras, vou acabar caindo sob seu genjutsu."

"..." A sobrancelha direita de Gengo deu uma leve contração.

"Graças a essa mulher, eu finalmente acordei." Disse Shikamaru. "Eu não estou a fim de cair uma segunda vez."

"Ingênuo... Você é ingênuo, Shikamaru."

"Você enche sua boca de chakra ao fazer seus longos discursos, mergulhando seu oponente em um genjutsu, certo? É um jutsu muito adequado para um revolucionário louco como você." Disse Shikamaru. "Eu pensei sobre isso muito bem. A razão da minha sombra enfraquecida naquele dia na praça foi porque eu já estava sendo afetado pelo genjutsu do seu discurso, hein?"

"Genjutsu? Papo furado. Os meus discursos são estimulantes, inspiradores. Cada palavra que já lhe falei até agora foram sinceras. E cada palavra era verdadeira. Shinobi são os que devem reger este mundo. Essa é a verdade crua. Você é o único ingênuo, por não entender esse fato."

As palavras de Gengo foram tão cheias de chakra que elas faziam as orelhas de Shikamaru tremerem, mas ele não apertou as mãos contra os ouvidos tentando se defender.

Ele estava completamente indiferente.

O coração de Shikamaru que tinha estado tão perturbado como um mar tempestuoso estava agora estranhamente calmo.

Não importa o que aconteceu, ele não estava mais com medo.

Não, era mais como...

"De alguma forma, tudo é tão problemático, hein?" Shikamaru soltou outro bocejo. "Pergunto-me por que os olhos das pessoas lacrimejam quando elas bocejam?"

Gengo não respondeu. Ele estava fora do jogo, ele não podia dizer nenhuma outra palavra.

Shikamaru não tinha intensão de confundi-lo com o silêncio.

Ele não estava a executar uma estratégia.

Ele estava apenas sendo seu verdadeiro eu.

A bronca de Temari veio à mente...

'O discurso problemático desse cara não deve ser mais do que um sopro quente para você!'

Ela estava certa. Shikamaru nunca tinha sido alguém que pensará sobre o destino do mundo inteiro. Ele era apenas um cara que achava tudo muito problemático, e queria uma vida mediana.

Pensando como suas ações poderiam mudar o mundo, não era incrivelmente problemático? Ele não tinha colocado nas suas costas tais pensamentos...

Ele não se importava. Gengo poderia seguir em frente e mudar o mundo a sua maneira. 

–Não, espere um segundo.

Se Gengo fizesse a sua maneira, então Naruto e todos os outros, o que aconteceria com eles?

O que aconteceria com Temari que veio até aqui para salvá-lo?

"Até o final do dia." Disse Shikamaru. "Acontece que eu não posso deixá-lo fazer o que quiser, ou se tornará um problema mais tarde."

"Pa- para onde que sua ambição foi?" Perguntou Gengo. "Você estava pensando em mudar o mundo, Shikamaru! Abra seus olhos!"

"Sobre o que você está balbuciando?" Perguntou Shikamaru. "Só agora eu finalmente acordei."

Shikamaru deu mais um passo na direção de Gengo, um sorriso esticando sua boca.

"Este é o meu eu original."

O tempo para Shikamaru lutar tinha chegado. 

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