sábado, 9 de maio de 2015

Shikamaru Hiden - Capítulo 1: Konoha (Parte Três - Tradução)

A novela "Naruto - Shikamaru Hiden: Yami no Shijima ni Ukabu Kumo" lançada em 04 de março, traz um aventura inédita com Nara Shikamaru, dois anos após a Quarta Guerra Mundial Shinobi. A novela é escrita por Takashi Yano, e possui 224 páginas.


Os capítulos da novela serão traduzidos para o português a medida que a versão em inglês seja liberada. Confira a terceira parte do capítulo um (o livro original não faz separação dos capítulos em partes, ela será feita nesta tradução para tornar a leitura menos massante). Para ver outras partes do livro acesse aqui.

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Capítulo 1 - Konoha (Parte Três)

Trecho Seletivo
"E com isso, a reunião deste mês terminou. Alguém tem alguma pergunta?"

Shikamaru fechou os olhos enquanto ouviu a desapaixonada voz reverberar pela reunião. O homem de óculos que fala é Chōjūrō, um shinobi de Kirigakure. Shikamaru o conhecia desda guerra como um dos guarda-costas da Mizukage.

"Se ninguém tem nada a perguntar, então, Shikamaru-san..." Chōjūrō falou com um tom suplicante de onde estava sentado, ao lado dele.

Shikamaru abriu o olho direito em direção a Chōjūrō, em seguida, lentamente abriu o outro olho.

Dez shinobi estavam sentados em torno de uma mesa circular; homens e mulheres poderiam ser encontrados, todos próximos da idade de Shikamaru.

Eles estavam no País do Ferro; Sede da União Shinobi.

O país tinha um grande número de samurais, por isso, não havia necessidade de um único shinobi. Antes da guerra, os Kage das Cinco Grandes Vilas Ocultas realizaram reuniões no País do Ferro, agora era sede da União Shinobi, fundada por estes cinco poderosos. As raízes da sede da União foram estabelecidas no País do Ferro, onde inicialmente a Aliança havia começado.

Todas as principais vilas das Cinco Grandes Nações empregaram alguns de seus shinobi na sede da União, seja noite ou dia, eles trabalham duro para uma plena expansão do Mundo Shinobi.

Esta reunião estava cheia de pessoas que carregam o fardo para a próxima geração do mundo shinobi. Era o lugar onde foi discutido o futuro dos shinobi. Os ninjas enviados para a reunião são os mais capazes de suas vilas, considerados candidatos a Kage, bem com outras posições. Entre eles, Shikamaru e Chōjūrō eram os mais jovens. 

Além de Shikamaru e Chōjūrō, que estava presidindo a reunião, estão presentes Temari de Sunagakure, e Omoi de Kumogakure.

Shikamaru tinha sido escolhido como líder deste encontro shinobi. Obviamente, ele não havia se voluntariado. Foi o resultado por todos recomendá-lo para o trabalho.

"Shikamaru-san?" Chōjūrō falou com um ar preocupado pelo longo silêncio de Shikamaru.

Shikamaru pigarreou, olhando para todos os membros, abriu a boca para falar.

"Acredito que nós não temos novos tópicos em discussão para esta reunião. Espero que para as outras reuniões o lugar seja tão confortável quanto esse. Com isso, nós vemos no próximo mês."

Quando disse isso, Shikamaru levantou-se e reuniu todos os pergaminhos e documentos que haviam sido espalhados pela mesa. Dobrou-lhes debaixo do braço, e virou-se para sair.

Confundidos com a fria atitude de seu líder, os outros membros estavam prontos para sair em ritmos aleatórios. Todos cansados dirigem-se para saída, os dois corredores à esquerda e à direita da sala.

Apesar de tantos shinobi inquietos andando pelos corredores, nem um único eco de seus passos foi ouvido. Eles eram shinobi, depois de tudo. Passos de outras pessoas podiam ser ouvidos, mas não de um shinobi. Isso tinha sido um dos princípios básicos, apreendido na academia.

"Ei." Uma voz o chamou.

Shikamaru ansiosamente estalou a língua. A dona daquela voz era da pessoa que ele menos queria falar no momento.

Ele deu um passo para frente como se não estivesse ouvido.

"Espere, Shikamaru!"

A voz atingiu suas costas como uma voadora (chute).

"O que foi?" Shikamaru virou a cabeça e olhou por cima do seu ombro a mulher atrás dele.

Temari de Suna. Depois de dois anos, seu cabelo tinha ficado mais curto, e agora estava amarrado em dois cachos, um em cada lado. Seu rosto parecia um pouco mais adulto, e seus olhos eram mais calmos do que antigamente.

Ela era mais velha que Shikamaru. Ao invés de dizer que ela parece adulta, seria mais apropriado dizer que ela tinha se tornado uma esplêndida adulta.

"O que há de errado com você?" Perguntou ela.

"Não sei o que você quer dizer."

"Você tem agido estranho ultimamente." As mãos de Temari alcançaram os ombros de Shikamaru, que se virou para encará-la.

Problemático...

A palavra chegou a sua garganta, e rapidamente foi engolida. 

"É essa sua atitude fria durante a reunião." Ela disse, "Você toma decisões sem dizer uma palavra e sem dar explicações, deixa todos nervosos. A atmosfera estava tensa."

"Oh , isso aconteceu?"

"Você nem percebeu que...?" Os olhos de Temari se arregalaram levemente. "O que aconteceu?"

"Nada..."

"É algo que você não contará a ninguém? Nem mesmo a mim?"

O olhar de Temari era de dor.

Desde o fim da guerra, há dois anos, ele vinha trabalhando com Temari na União. Ela era compreensiva, uma boa parceira. Ambos compartilhavam do sentimento de não querer que todos aqueles shinobi reunidos durante a guerra separassem novamente, bem como, o intuito de trabalhar em conjunto e tornar a União tão boa quanto poderia ser.

Quanto você acrescenta o forte vínculo entre Naruto, que pretendia se tornar o Hokage de Konoha, e Gaara, atual Kazekage de Suna, e fácil entender a ligação entre Suna e Konoha, a mais forte entre as vilas unidas sob a União. Com tais relações externas, era natural que Shikamaru e Temari tivessem em um estágio onde um se tornasse o apoio do outro na União.

"Uma vez que esteja assim, algo de ruim deve estar acontecendo em Konoha."

Temari teve um bom discernimento. No entanto, ele perdeu alguma coisa. O problema não estava em Konoha, embora o problema afetasse todos os shinobi de Konoha. A teoria de Temari era meio-certa, meio-errada.

Se havia uma coisa que nunca mudou sobre a vida de um shinobi, foi que qualquer coisa que ultrapassasse as fronteiras de sua própria vila deveria ser realizada em conjunto com outras vilas. Esse foi um principio básico da União. O curso da ação que Shikamaru e Kakashi estavam tomando era uma flagrante violação.

E ainda, Shikamaru não tinha a intenção de contar a verdade para Temari. Não seria uma jogada inteligente envolver a União com os assuntos do País do Silêncio.

Havia sido decidido que Konoha lidaria com isso por conta própria...

"Você está dizendo que nada acontece com você para que precise recorrer a mim?"

"Nada."

O tom firme de Shikamaru fez Temari fechar os olhos.

"É assim que..."

O soco veio no momento seguinte.

Em uma fração de segundo o olhar magoado no rosto de Temari se transformou em puro ódio. Não houve tempo para evitá-lo. Antes de Shikamaru perceber o que estava acontecendo, seu corpo já estava no ar.

Ele rolou pelo corredor e caiu sentado. Ele silenciosamente levou a mão ao rosto ardendo, avermelhado.

Diante dele, Temari olhava com uma expressão indignada no rosto.

"Eu não sei se o julguei mal!" Ela gritou, as palavras batendo no vento que sopra contra seu rosto.

"Eu sinto muito..."

O pedido de desculpas veio de forma inconsciente.

Seu pai chegava em casa tão tarde, ao nascer do sol em alguns dias, ao ponto de ser recebido aos gritos por sua mãe. De qualquer forma, Shikamaru tinha encontrado o mesmo sofrimento na bronca de Temari.

Ela passou por ele em passos largos, e desapareceu por cima de seus ombros.

Aqueles olhos pareciam um pouco marejados...

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"Você parou de comer."

A voz veio de Chouji que estava sentado na sua frente, seu rosto inchado de comida. Ino estava sentado ao lado dele.

Eles estavam no Yakiniku Q.

Nos dois anos de guerra, seus dois amigos tinham se tornados bem mais adultos. Chouji ainda era rechonchudo, mas havia um olhar masculino em seus olhos, e ele agora tinha cavanhaque. Ino deixará seu cabelo crescer mais e mais, abandonando seu rabo de cavalo, deixando-o solto, parecia mais adulta em comparação a antes.

"Você comeu algo antes de vir aqui?" Chouji abriu a boca para por mais carne, mastigando e engolindo goela abaixo.

"Shikamaru e eu já paramos de crescer faz algum tempo, por isso, não estamos comendo de forma absurda como você, Chouji."

"Hey!" Os olhos de Chouji se arregalaram de indignação.

Shikamaru riu sem pensar. Uma brisa soprava acalmando seu coração. Fazia um tempo.

"Eu vim especialmente para almoçar com vocês dois, como eu poderia ter comido alguma coisa antes?" Dizendo isso, Shikamaru levou seus pauzinhos (hashi) a um pedaço de carne que estava prestar a queimar.

Outro par de pauzinhos interceptou o dele.

"Ei, essa é a carne que eu coloquei na grade!" Chouji protestou.

"Tudo bem, tudo bem."

Eles tinham passado por isso várias vezes. Shikamaru deixou o pedaço de carne, e voltou o olhar sobre o pedaço ao lado dele. Ele olhou para Ino, que deu um aceno de permissão.

"Faz um tempo desda última vez que você nos convidou, Shikamaru." Disse ela.

"Sim", Chouji acrescentou: "Ultimamente, não consigo ver você, a menos que definimos um tempo para nos encontrarmos como este."

"Shikamaru tem um emprego na União além de ser o braço direito do Hokage. Ele é super ocupado, Chouji, ele não pode sair com a gente todo hora."

"Eu entendo isso, mas..." Chouji colocou os braços sobre a mesa, as bochechas inflam quando ele fez beicinho.

Embora parte de Shikamaru tenha ficado feliz por terem sentindo sua ausência, outra parte dele também se sentia solitário, com a distância de tempo que viria com a próxima separação.

Se ele queria ser adulto, então ele tinha que parar de pensar como uma criança. Eles estavam a muito tempo fora da Academia. As coisas não eram as mesmas daqueles dias em que ele poderia passar o tempo brincando com seus amigos até o anoitecer.

Da mesma forma que Shikamaru acumulava o trabalho da União e suas responsabilidades com Konoha, Ino e Chouji, que lutaram na última guerra, tornaram-se Chunin confiáveis. Embora dissessem que era porque Shikamaru estava tão ocupado, seus dois amigos tinham pouco tempo livre como ele também.

Mesmo assim, eles vieram encontrar com ele sem uma única palavra de queixa, simplesmente porque ele disse que queria vê-los.

Eles eram seus mais antigos e próximos amigos.

"O que foi?" Ino perguntou quando viu que os pauzinhos de Shikamaru pairavam no ar, sem se mover.

"Não é nada. Só queria ver vocês por um tempo." Shikamaru deposita um pedaço de carne na sua boca.

"Ah, certo."

Ino não perguntou se havia algo mais do que isso. Chouji continuou alegremente enchendo a boca de carne.

Em seguida, os três começaram a falar. Era um conversa despreocupada e boba.

O amor eterno de Chouji por comida.

Ino e a conversa habitual sobre sua vida amorosa.

E então, as lembranças sobre Asuma...

Shikamaru podia sentir que a distância entre ele e seus amigos encolhia. Era quase como se ele voltasse no tempo, para o momento que Asuma os trouxe aqui pela primeira vez.

Naquela época, ele era cheio de reclamações sobre como as coisas eram 'problemáticas'...

Olhando como Chouji e Ino tinham crescido, Shikamaru pôde sentir seu coração resmungar sobre como eles nunca seriam capazes de voltar aos velhos tempos.

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Shikamaru foi para casa sozinho.

Ao final do dia, ele não tinha sido capaz de dizer-lhes.

Ele pensou que se iria para o País do Silêncio, então, iria com eles dois. Ele tinha esse pensamento em mente quando os convidou para comer fora. Mas vendo seus rostos alegres, de um jeito ou de outro, ele foi incapaz de dizer alguma coisa. 

A estrada que ele seguiria era escura.

Por seu amor a Konoha, por seu amor a União, para o bem de todos os Shinobi, um homem tinha que ser morto.

Não foi uma vitória que poderia ser adquirida a partir do jogo limpo. E por isso, ele tinha que ser morto em segredo.

Assassinado.

Não que o assassinato fosse algo novo para um shinobi. Crescendo, você percebe mais cedo ou mais tarde que coisas desse tipo foram necessárias neste mundo.

Mas ainda...

Para ele quanto menor o número de pessoas que sujassem as mãos melhor seria. Ele não tinha como arrastar Chouji e Ino para a escuridão também.

"Então, é a ANBU depois de tudo..."

Shikamaru olhou para o céu noturno, e não podia ver uma única estrela.

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