A novela "Akatsuki Hiden: Flores Malignas em Plena Florescência" (Akatsuki Hiden: Sakimidareru Aku no Hana), autoria de Shin Towada, foi lançada em 03 de Julho de 2015 no Japão.
O livro contém 240 páginas. Os capítulos da novela serão traduzidos para o português a medida do possível. A tradução para o inglês foi realizada em conjunto por um grupo de fãs, o segundo capítulo foi traduzido por B-Sim (1, 2, 3 e 4). Você pode ler o segundo capítulo abaixo. Para ver outras partes do livro acesse aqui.
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Capítulo Dois - O Vale das Mentiras
As pessoas decoram a vida com belas palavras, como se fosse algo grandioso. Mas viver é roubar. Viver é acumular seus pecados.
De que servem as virtudes da vida? Eles não alimentam você. Este é o modo de vida dos saqueadores e predadores que vivem acima da lei.
Portanto, guarde o seu sermão mais santo para você. Estes são assassinos.
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"...Ei, qual é, me dê um tempo."
O vento do vale subia e corria pelas florestas, elevando uma brisa fresca e refrescante. Cercado por montanhas em todas as direções e longe das aldeias... Este era o lugar perfeito para relaxar.
Mas para um seguidor da fé em Jashin, para quem procurava presas para fazer sacrifícios ao Senhor Jashin, Hidan estava morrendo de tédio com esse lugar. Quando ele lembrou que a razão de eles estarem aqui era para ganhar dinheiro, as regras da Akatsuki que se dane, ele queria matar seu parceiro.
Por outro lado, mesmo que ele matasse seu parceiro, o cara simplesmente não morreria. O mesmo vale para si mesmo. Seria uma luta sem sentido.
"Sério, tenho mandamentos a cumprir. Vamos sair dessa floresta chata para que eu possa matar alguma coisa", Hidan, que de má vontade entrou na organização conhecida como 'Akatsuki', reclamou para o homem andando a sua frente e ao homem que ele se associou na Akatsuki: Kakuzu.
"O homem no ponto de troca disse que há uma recompensa de 1,5 bilhão de ryō nessas florestas. Ele não mente, não quando se trata de dinheiro."
É claro que Kakuzu gostaria de acreditar que suas informações eram credíveis. Mas, para Hidan, isso não importava.
Afinal, para um seguidor religioso moldado por sua fé, o apego ao dinheiro era um enorme tabu. Por outro lado, Kakuzu comentava com frequência que o dinheiro era a única coisa em que alguém podia acreditar. Alguém poderia dizer que ele e Hidan eram o exemplo perfeito de opostos completos.
Um toco de árvore chamou a atenção de Hidan, e ele se sentou com um olhar entediado no rosto. Deve ter sido uma árvore grande, pois o tronco da árvore era grande o suficiente para duas pessoas se deitarem.
"Eu não vou mais andar em círculos. Eu ainda tenho que orar por arrependimento por não fazer um ritual hoje. Se você vai procurar a recompensa, faça isso sozinho, Kakuzu, porque não darei um passo sequer."
Hidan tirou o colar com o símbolo da fé Jashin.
"Você e suas orações..." Murmurou Kakuzu com repugnância enquanto observava o tronco de árvore em que Hidan estava sentado.
Algo estava fora de lugar.
"...É tão simples que perdemos."
"Hum? O que foi?"
"Tem alguém por aqui. Você pode dizer só de olhar."
"Que porra é essa?"
Eles estavam cercados por montanhas íngremes e florestas que se estendiam até onde os olhos podiam ver. Provavelmente não havia mais humanos nessas terras, apenas animais selvagens. Hidan já lamentou inúmeras vezes para Kakuzu que não havia pessoas vivendo aqui.
Mas, então, Kakuzu apontou o queixo em direção ao tronco de árvore em que Hidan estava sentado e disse, "Esse tronco de árvore não foi formado naturalmente por um raio ou por uma colisão. Uma pessoa cortou."
Hidan virou-se para olhar o tronco de árvore em que estava sentado. Sua superfície era completamente plana e lisa.
"Bem, sim, acho que sim..." Hidan admitiria isso, mas isso por si só não foi suficiente para convencê-lo completamente de que alguém estava aqui. "Alguém provavelmente cortou isso há muito tempo. Tipo, talvez eles quisessem construir uma cadeira ou algo assim, não é?"
"Talvez, mas este corte parece novo."
"Hã? Bem, claro, eu acho... Mas vamos lá!"
De qualquer forma, Hidan queria sair dessa floresta o mais rápido possível.
"Chegamos até aqui e o filho da puta não está por perto! A menos que ele venha até nós, nunca o encontraremos!"
Desista, Hidan. Kakuzu planeja continuar sua busca.
De repente, a voz de um homem desconhecido os alcançou, "Q-quem diabos são vocês?!"
Os dois ficaram tensos e, quando olharam para a voz, viram um homem de meia idade.
Kakuzu nunca deixou seus sentimentos transparecerem, mas no momento em que viu o rosto do homem, Hidan percebeu que Kakuzu melhorou seu humor imediatamente. "Parece que ele veio até nós."
"Espere, sério, esse é o filho da puta?!"
Agora, Kakuzu não era o único com o espírito elevado.
"Foda-se! Senhor Jashin! Finalmente poderei realizar um ritual!"
Foi a primeira vez que encontraram uma pessoa em dias. Hidan estava segurando seu colar junto ao punho para confessar seus pecados, mas, ao invés disso, mudou sua oração, para uma que pudesse realizar o ritual, ele rapidamente se levantou do tronco de árvore.
"Você não disse que não daria mais um passo hoje".
"Foda-se, eu posso realizar um ritual! Se eu não fizer isso corretamente, Senhor Jashin removerá suas bênçãos de mim. E se isso acontecer, se meu vínculo com o Senhor Jashin desaparecer, não sei o que faria..."
"...Eu não entendo desses valores religiosos, mas entendo que, enquanto você está tagarelando sem parar, nossa recompensa de 1,5 bilhão de ryō está escapando."
Foi como Kakuzu disse; tudo o que viram foram as costas do homem, enquanto ele fugia o mais rápido que podia.
"Nós finalmente o encontramos, e ele corre. Eu vou matá-lo."
"Foda-se, eu já disse que vou matá-lo! Não ouse sair daqui!", Gritou Hidan, apontando para o tronco de árvore.
Kakuzu cruzou os braços, parecendo cansado. "...Hidan. Não bote o carro na frente dos bois. Você morrerá."
"Obrigado por me lembrar!" Hidan, sorrindo, saltou do chão.
Em um curto momento, ele diminui a distância entre ele e a recompensa e balançou a foice de três lâminas. "Pegue isso!"
As lâminas rasparam o homem e o sangue espirrou. No entanto, não foi uma ferida fatal.
O homem, agora percebendo que não tinha chance de fugir, virou-se, pronto para formar selos de mão. "Droga! Acho que vou ter que me envolver..."
Mas, então, o homem parou quando viu Hidan rindo loucamente.
Hidan pegou outra arma de dentro do manto. Parecia uma bastão normal, mas depois de abri-la para cima e para baixo, sua ponta se estendeu e tornou-se uma lança afiada.
"Senhor Jashin! Deixe-me provar minha fé!"
Hidan introduziu a ponta da lança recém-estendida na própria palma da mão. Observando essa exibição repentina e inesperada, os olhos da recompensa se arregalaram como pires.
"Ugh..." Hidan retirou a arma da palma da mão e seu sangue foi derramado sobre o chão. Ele desenhou o símbolo da fé Jashin.
Hidan ficou no centro desse símbolo e aproximou sua foice manchada de sangue para si e lambeu o sangue da recompensa. Ao fazê-lo, padrões semelhantes a um esqueleto surgiram na superfície de seu corpo. "Está tudo no lugar... Hahahahaha! Senhor Jashin deve estar satisfeito agora!"
Hidan estava no auge. Ele não aguentou. Em alguns momentos, a maior dor de todos os tempos seria infligida nesse corpo.
"Vamos começar!!"
Então, Hidan atravessou seu coração.
O homem, perplexo com as ações de Hidan, não conseguiu entender o que estava acontecendo, mas sentiu uma incrível onda de dor percorrer seu corpo e ele cuspiu sangue pela boca.
"...Isso parece ...Tão ...Maldito ...Bom...!"
Foi o primeiro gosto da morte que Hidan teve em algum tempo. A euforia dominava todo o seu corpo. E a recompensa, incapaz de fazer qualquer coisa, caiu para a morte.
A única coisa que restava na área era a respiração abatida de Hidan.
Mas então, uma nova voz desconhecida o alcançou: "Isso é... Isso é incrível..."
Hidan estava desfrutando o melhor que podia dessa dor mortal, empenhado em devorar cada pedacinho dela, quando foi puxado de volta à realidade. "Quê diabos é você?! Não interrompa, caramba!"
A prontidão e irritação estavam claras em seus olhos, Hidan procurou a fonte da voz. Assim que a encontrou, sentiu os efeitos físicos de seu ritual cobrarem o preço, e ele ficou fraco.
Ele foi o primeiro a afirmar que não havia ninguém naquela floresta, mas havia um jovem adolescente olhando para ele das sombras das árvores. E ele parecia feliz.
Ele deve estar brincando com terra ou algo assim, pois estava segurando bolas de lama.
"Quem diabos é você?" Hidan inclinou a cabeça para o lado sem pensar sobre isso.
"...Qual é o problema, Hidan. Você ainda não terminou o seu ritual."
Kakuzu, que estava esperando no toco de árvore, percebeu que Hidan estava se movendo estranhamente e se aproximou.
"Eu ainda nem comecei, caramba! Mas, ei, há um pirralho ali."
Hidan apontou para o garoto espiando das sombras das árvores, mas Kakuzu continuava olhando Hidan.
"Hidan, mesmo que seja criança, não baixe a guarda... Você pode morrer."
"Se ele pudesse me matar, eu deixaria. Você realmente acha que um garoto como ele poderia me matar, hein?" Hidan pegou sua foice mais uma vez. "De qualquer forma, devemos matá-lo?"
Ficou claro que Hidan estava ansioso para purificar este lugar o mais rápido possível, mas o garoto não tentou correr. Na verdade, ele parecia corado de felicidade.
"...Espere, Hidan. Este é um pirralho interessante."
Curioso, Kakuzu impediu Hidan de levantar a foice.
"Bem, sim, acho que sim..."
Ao ver a foice abaixada, o garoto levantou a mão, inclinou-se para a frente e gritou, "Ei! Qual foi esse movimento que você usou? Não dói?"
"O que? Claro que dói. Não é tão doloroso quanto a morte; é a própria morte."
"A própria morte... Para matar seu oponente, você deve provar a morte. Você entalha a morte de seu oponente em seu próprio corpo... Isso é tão legal!"
Olhando para o garoto alegre, Hidan se virou para Kakuzu e disse, "Aquele garoto está ferrado."
"Eu acho que você também está ferrado."
"Que porra você acabou de dizer?!" Hidan levantou a voz sem pensar, e o garoto começou a fazer mais perguntas.
"A dor da morte não é insuportável? Você não está com medo?"
"Hã? Eu sou um seguidor da fé Jashin, garoto. Senhor Jashin me vigia e me protege. Depois de conseguir isso, não há mais o que temer, é sério."
"Fé Jashin... Senhor Jashin..." O garoto repetiu essas palavras para si mesmo mais de uma vez. Então, como se tivesse encontrado uma resposta, ele levantou a cabeça. "Ei! Eu quero me juntar à fé Jashin também! Como faço isso?"
Com essas palavras inesperadas, Kakuzu murmurou, "Que idiota."
"Ei, o que diabos você quis dizer?! A fé Jashin é a melhor, é a única religião verdadeira no mundo! Claro que as pessoas podem participar!"
Apenas alguns segundos atrás, Hidan disse que o garoto estava ferrado, mas ele insultou-se pessoalmente com o comentário de Kakuzu e teve que se opor.
"Sim! Está certo! É claro que as pessoas podem participar!" O garoto se uniu aos gritos, concordando com Hidan.
"A única coisa em que você pode acreditar é dinheiro", Kakuzu repetiu seu mantra. Então, ele perguntou ao garoto, "Você, qual é o seu nome?"
Era raro Kakuzu perguntar o nome das pessoas.
"Eu me chamo Hohozuki!"
Hohozuki. Hidan olhou para o garoto novamente. Esse garoto era encantador em todos os sentidos. No entanto, este era Hidan, ele era imperturbável, mesmo com os rostos das pessoas que ele matou com seus rituais. Mas o garoto disse que queria se juntar à fé Jashin, e isso deixou Hidan balançado.
Um aumento no número de seguidores de Jashin é um grande evento. Se esse garoto quiser isso, ele teria que aprender tudo em detalhes, desde os maravilhosos ensinamentos que deram origem à religião até os rigorosos mandamentos.
Mas agora...
"Eu tenho que terminar minhas orações por essa matança. Depois conversaremos."
Hidan se deitou sobre a marca da fé Jashin, que ele havia desenhado anteriormente com seu próprio sangue.
"Um ritual de Jashin... observarei daqui!"
Hohozuki manteve uma distância entre ele e Hidan, e sentou, mantendo-se ereto. A postura adequada para observação.
"Faça isso rápido. Suas orações são excessivamente longas."
"Não há conceito de longo ou curto quando se trata de orações! Você tem um carma ruim, é sério."
"Bem, veja bem, matar é a base da fé em Jashin. 'Matarás o teu próximo', 'Se alguém lhe der um tapa na bochecha direita, arranque da esquerda do corpo o coração'. E há outros provérbios como..."
Depois que o ritual 'excessivamente longo' terminou, como Kakuzu disse, e as marcações únicas no corpo de Hidan desapareceram, Hidan, com paixão ardendo em seus olhos, começou a pregar os ensinamentos da fé Jashin a Hohozuki, que vigiou todo o ritual de Hidan.
"Hm, matar pessoas realmente as salva, certo? Mas preciso ser forte para matar pessoas?"
"Certíssimo. Caso contrário, você seria morto e não seria capaz de espalhar os grandes ensinamentos da fé Jashin para o resto do mundo. Foi-me concedida a imortalidade, sobre as multidões de sacrifícios que os nossos seguidores haviam feito, para que pudéssemos manter os ensinamentos da fé Jashin para sempre."
Faz muito tempo desde que Hidan falou sobre as doutrinas da fé Jashin. Enquanto ele continuava falando, ele foi ficando cada vez mais empolgado. Mas havia alguém que estava ficando cada vez mais frio.
"...Estou cansado de ouvir vocês dois conversando. Vamos descansar."
Kakuzu jogou o cadáver da recompensa no pé de um toco de árvore, e sentou-se nele. Ele fechou a boca e ignorou a conversa que estava acontecendo, mas não aguentou, e se viu reclamando.
"Foda-se! Quantos dias você me fez acompanhar você neste pequeno trabalho paralelo? Isso não é nada comparado a isso! Além disso, você já conseguiu o que queria!", Gritou Hidan, apontando para o cadáver.
Com isso, Kakuzu balançou a cabeça. "A família desse cara também tem recompensas."
"Que porra você quer dizer...?"
"Você está lerdo hoje... Estou dizendo que também precisamos procurar a família desse cara."
"..Que porra é essa?!"
Hidan achava que eles estavam finalmente saindo da floresta, mas, aparentemente, o jogo estava ganhando turnos extras.
"Você não pode estar falando sério! Demoramos um monte de dias para encontrar esse filho da puta! Não vou mais andar por aí!" Hidan queria sair dessa floresta maldita na qual ele mal conseguia realizar um ritual decente.
"Você é um idiota", disse Kakuzu.
"Quem diabos você está chamando de idiota!?"
"O fato de encontrarmos a recompensa aqui significa que o covil está próximo."
"Covil?"
"Ele provavelmente mora em algum lugar próximo daqui. Há uma grande chance da família dele estar aqui."
Então, Kakuzu olhou para Hohozuki.
"Ei garoto. De onde você veio?"
"Hã? Eu?"
"Uma criança não conseguiria morar sozinha aqui, em uma floresta tão encravada nas montanhas. Existe uma vila escondida nessas paragens?"
Hohozuki hesitou, seus olhos mudando de um lado para o outro. Mas quando Hidan perguntou, "Bem?", Ele assentiu, honestamente.
"Sim, existe... É sou dessa aldeia... É logo ali", disse Hohozuki, apontando o dedo na direção da vila. Hidan e Kakuzu tinham vindo dessa mesma direção.
"O que? Viemos de lá e não havia vila."
"Mas, mas, mas existe!"
Não parecia que ele estava mentindo. Quando Hidan voltou seus olhos confusos para Kakuzu, Kakuzu pegou o cadáver deitado a seus pés e levantou-o, revelando o rosto do cadáver, coberto de sujeira e sangue.
"Ele era dessa vila também?"
Hohozuki não se amedrontou com o cadáver, e se aproximou para confirmar a identidade da recompensa.
Ele estreitou as sobrancelhas, apertou os grandes olhos e pensou muito. Mas, no final, ele simplesmente inclinou a cabeça em perplexidade.
"Hm, acho que ele pode ser da vila... mas não me lembro de vê-lo por perto."
"A vila é tão grande?"
"Não, de jeito nenhum. De um modo geral, conheço os rostos de todos os moradores. Se esse homem estivesse na vila, eu também o conheceria, mas..."
Ele conhecia os rostos dos moradores e acreditava que esse homem também era da aldeia, mas não conseguia se lembrar dele. Hohozuki estava se contradizendo. A existência da vila, em primeiro lugar, era altamente suspeita. Hohozuki conseguia compreender isso.
"Hum, se você quiser ir à vila, eu posso te guiar até lá!"
Parecia que ele estava tentando dissipar essa suspeita.
"Certo."
Hidan era a favor de dar uma olhada rápida, mas Kakuzu era cauteloso.
"Essa nossa recompensa... Você nos viu matando ele. Ele, um homem de sua própria aldeia. E você sabe que planejamos matar a família dele também. Por que você ainda nos ajudaria?"
"Bem, porque eu quero me juntar à fé Jashin! Para ser sincero, nunca gostei muito daquela vila..."
Hohozuki estava segurando algumas bolas de lama e ele estava mexendo elas com certa inquietação.
"Então, você odeia sua vila, não é?"
"Sim... Na verdade, minha aldeia tem essas crenças compartilhadas que são muito parecidas com uma religião."
"Crenças compartilhadas?"
"Limpe o passado, viva em felicidade; essa é a base. Esquecer tudo que não é felicidade. Amar a paz, transformar este lugar em paraíso na terra."
"Hm, entendo. Combina muito bem com a minha própria religião, hein."
"Sim, exatamente!" Hohozuki concordou com as palavras de Hidan. "Foi um amigo que me disse para morar lá, então, eu cheguei lá por conta dele. Mas quando eu vi você, Hidan-san, vivendo como você, mesmo com a dor da morte entalhada em seu corpo, isso me atingiu! Eu quero viver da mesma maneira que você! Então, por favor, acredite em mim!"
Hohozuki olhou Hidan, diretamente nos olhos.
"...Primeiro, você vai nos levar para a vila. Nós vamos acreditar em você depois disso", Disse Kakuzu de lado, e Hohozuki assentiu.
Com o tronco de árvore como ponto de partida, o menino começou a andar para o sul.
"O que vamos fazer, Kakuzu?" Perguntou Hidan a Kakuzu, parecendo pouco animado, enquanto eles seguiam atrás de Hohozuki.
"Chegamos até aqui. Nós vamos coletar todo o dinheiro que conseguirmos."
"Ugh, sempre é dinheiro, dinheiro, dinheiro, com você!"
Havia realmente uma vila à frente, como Hohozuki havia dito. E a família que Kakuzu estava alvejando estaria lá.
Hidan estava completamente desinteressado pelo dinheiro, mas se houvesse uma vila lá, ele seria capaz de conduzir um massacre.
Nos últimos dias, ele apenas se arrependeu e confessou seus pecados, sem oferecer nenhum sacrifício ao Senhor Jashin. Se ele pudesse compensar isso agora, isso seria suficientemente bom para Hidan.
"...Chegamos", Disse Hohozuki, apresentando-lhes um penhasco íngreme. Se alguém espiasse além do penhasco, seria capaz de ver o rio correndo embaixo dele. O rio provavelmente formara esse penhasco ao longo do tempo. Os ventos que sopravam do vale eram fortes e, ocasionalmente, traziam a água de baixo do penhasco para a floresta. "...Não há nenhuma maneira de haver uma vila aqui, caramba!" Gritou Hidan sem pensar. "Mas existe!" Disse Hohozuki. Ele mostrou a Hidan e Kakuzu as bolas de lama que ele estava segurando e as jogou o mais forte que pôde em direção à montanha oposta. "O que você está fazendo?" Eles forçaram os olhos para acompanhar as bolas de lama, então, elas atingiram a montanha oposta... Não. "Puta merda, elas desapareceram?!" No mesmo momento em que as bolas de barro alcançaram a montanha oposta, elas desapareceram de vista. "Pfft, uma ilusão..." Kakuzu começou a olhar para o seu entorno de maneira mais aguçada, pensando que já tinha entendido tudo. "Ei, Kakuzu, o que diabos está fazendo, hein!" "Parece que baixamos as nossas guardas e ficamos presos em uma ilusão. Por causa disso, a única coisa que podemos ver é uma montanha." Naquele momento, os fortes ventos do vale começaram a subir. Quando se postou na beira do penhasco, quando a água do rio se juntou ao vento, a névoa tocou suas bochechas. Kakuzu bufou e depois sussurrou para si mesmo, "Então, esta é a fonte." "Você vai me dizer o que diabos está acontecendo!?" "Hm, quando a água do rio sobe, uma fragrância que causa ilusões surge do leito do rio. A fragrância também tem um efeito relaxante, por isso faz você pensar que o ar da floresta é fresco e refrescante, deixando-o alheio ao fato de estar em uma ilusão." Pensando nisso, a atmosfera da região parecia perfeita demais. Kakuzu imediatamente formou um selo de mão. "Liberação!" Afastando a ilusão, Kakuzu olhou para a montanha mais uma vez, e um olhar de compreensão surgiu em seu rosto. "Então era isso..." "Kakuzu! Deixe-me ver também!" Reclamou Hidan desesperadamente. "Liberte-se da ilusão você mesmo", Resmungou Kakuzu, mas ainda sim libertou Hidan da ilusão. "...Uau..." Hidan arfou com a visão. Havia um gigantesco buraco escavado em metade da montanha, e havia casas alinhadas naquele buraco. Havia uma sensação estranha no lugar que faria Deidara, outro membro da Akatsuki, que não pensava em nada além de arte, desejar alvejá-la imediatamente se ela a visse. "As pessoas da vila chamam de 'Shangri-la'..." Hohozuki estava tão alegre, mas quando ele olhou para a vila, seus olhos ficaram escuros e embaraçados. Hidan realmente não se importava. "A família da recompensa pode estar lá, hein. O que vamos fazer, Kakuzu. Nós vamos matar todo mundo?" Se Hidan e Kakuzu unissem-se, não teriam problemas em destruir uma vila desse tamanho. Mas Kakuzu não queria isso. "Essas são circunstâncias especiais. Exploramos a cidade, encontraremos o que procuramos e partimos com o mínimo de danos." "O que, você pode rastrear o cheiro do dinheiro agora?" "...Mais ou menos." Hidan estava pronto para empunhar suas armas, mas se eles tivessem que se disfarçar, ele teria que adiar seus rituais também. Seu humor imediatamente azedou. "Hm, as pessoas da vila sabem quem é quem. Se você for assim, serão descobertos, eu acho", Disse Hohozuki a Kakuzu, parecendo preocupado. "Suponho que seria esse o caso, já que a vila está evitando os olhos do público..." "O que fazemos, Kakuzu." Hidan estava prestes a propor simplesmente entrar lá e matar todo mundo, mas Hohozuki entrou na conversa com um, "Hm, bem...". "Se você quiser, pode usar a Técnica de Transformação (Henge no Jutsu) e se transformar em mim. Você estaria seguro desse jeito", Disse Hohozuki, apontando para o próprio rosto. Ao ouvir essas palavras, Kakuzu falou consigo mesmo e formou selos de mão. Nem um cabelo estava fora de lugar; eles pareciam exatamente o mesmo. Ninguém saberia qual era o verdadeiro, mesmo que ficassem lado a lado. "Kakuzu, e quanto a mim?" "Você não está apto para missões de infiltração... Espere aqui." Hidan imaginou que seria assim. Ele fez cara feia, já entediado. "Hm, o mapa da vila é bastante complicado, você se perderá se não tiver um guia. Quando você entra na vila, mais ao fundo, você verá o pilar de uma árvore. Por favor, caminhe até lá. Então, um amigo meu, 'Ameyuki', deverá aparecer. E depois-" Hohozuki agachou-se e começou a recolher lama, amassando e moldando-a. Em questão de segundos, ele tinha uma grande bola de lama, e a passou para Kakuzu. "Se você der isso para Ameyuki, acho que as coisas vão correr bem." Kakuzu não tinha ideia do que era essa bola de lama ou para que servia, mas a pegou mesmo assim. "E? Onde fica a entrada da vila? " Parecia que entrar na vila por si só, no meio da montanha, também seria difícil. "Você pula." Um método primitivo. "Você está brincando comigo?" "Se fizéssemos uma estrada para a vila, outras pessoas notariam isso, e seria fácil para elas nos invadirem, então não fizemos uma. Todo mundo da vila é um ninja de qualquer maneira, então, eles podem pular com muita facilidade." "O que, então, você também é um ninja?" Hohozuki não parecia um, mas esfregou as duas mãos manchadas de terra e assentiu repetidamente. "Hidan, cuide dele. Eu voltarei." Se não havia outro caminho para a vila, ele não tinha escolha a não ser pular. Kakuzu saltou do penhasco, dando um grande pulo. Ele seguiu exatamente o mesmo caminho que as bolas de lama, jogadas por Hohozuki anteriormente contra a montanha. "Ele viveu por muito tempo, sabe, ele é muito útil, esse Kakuzu." Kakuzu aterrissou perfeitamente e foi direto para a vila, desaparecendo no buraco, nem sem sequer deu um aceno de volta. "É isso. Acho que estou em modo de espera. Isso é péssimo." "Hm, se você quiser, poderia me contar mais sobre a fé Jashin?" Perguntou Hohozuki, esfregando o pescoço. Desde que ingressou na Akatsuki, Hidan estava cercado de ateus. Mesmo se ele falasse sobre a fé Jashin, suas palavras entrariam por um ouvido e sairiam por outro. "Bem, você não me deixa escolha! Agora, veja você, sobre a fé Jashin..."
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Enquanto Hidan continuava falando sobre a fé Jashin, Kakuzu havia entrado na vila. Perto da entrada da vila, havia vários homens que pareciam ser os habitantes e todos estavam fazendo selos de mão. Esses homens foram, provavelmente, os que aplicaram os efeitos ilusórios às águas do rio sopradas pelo vento. Se eles estavam fazendo isso todos os dias sem descanso, eles eram um grupo bem preparado. Não dava para perceber do lado de fora, mas esse buraco estendia-se muito mais longe do que se esperaria, e havia vários prédios alinhados. Levaria um bom tempo para encontrar alguém em um lugar como este. O pensamento de Hidan ficando impaciente e depois se enfurecendo surgiu na mente de Kakuzu, mas Hidan poderia falar sobre a fé Jashin se aquele garoto Hohozuki estivesse com ele, então, Kakuzu imaginou que ele tinha um pouco mais de tempo. Um pouco mais à frente da entrada da vila, como Hohozuki havia dito, um grande tronco de árvore que funcionava como um pilar, mantinha a sustentação do buraco. Era a espinha dorsal da vila, basicamente. Ele deveria estar aqui, o amigo de Hohozuki ou o que quer que fosse acontecer. Kakuzu, desconfortável e ainda assumindo a aparência de Hohozuki, deu uma olhada nos arredores. "...Hohozuki." De repente, ele ouviu uma voz da sombra da árvore chamando por ele, e se aproximando dele. Quando ele olhou na direção da voz, viu uma pessoa com pele morena e cabelos prateados. A pessoa tinha um físico elegante e Kakuzu não sabia dizer se era um menino ou uma menina. A pessoa era andrógina, sem dúvida, mas Kakuzu acreditava que era um menino. Ele parecia ser um pouco mais velho que Hohozuki. "Ameyuki?" Quando Kakuzu clamou esse nome, o garoto parou, observando Kakuzu cuidadosamente. Sua linha de visão foi para a bola de lama que Kakuzu segurava. Kakuzu fez o que Hohozuki disse e entregou ela. Ele podia sentir o chakra vindo da bola de lama. O garoto pegou a bola de lama e a esmagou imediatamente. O chakra que estava preso dentro dela entrou no corpo do menino. "...Entendo. Então, é disso que se trata." Aparentemente, esta bola de lama estava sendo usada como uma ferramenta de comunicação. "Compreendo. Sou Ameyuki... Amigo de Hohozuki." Ele abaixou a cabeça. "Eu serei seu guia", Disse ele, e depois começou a andar. Kakuzu não sabia exatamente o que Hohozuki havia dito a Ameyuki, mas Ameyuki parecia educadamente tratá-lo como um hóspede. Mas Kakuzu também não era tão ingênuo a ponto de confiar completamente em Hohozuki e esse garoto chamado Ameyuki. "Você duvida da minha sinceridade em ajudá-lo...?" Comparado a Hidan e Hohozuki, esse garoto era muito bom em ler pessoas. "É simples... Não tenho vontade própria... Apenas continuo vivendo, como deseja Hohozuki... Quando você olha profundamente dentro de mim, não vê nada... Sim, é isso... Sou um vaso vazio..." Ele era como um fantasma vivo, e as palavras que saíam de seus lábios não eram nada. O que ele disse não se parecia muito com o que Hohozuki havia dito a Kakuzu, então, Kakuzu perguntou, "...Hohozuki disse que ele estava morando aqui porque um amigo havia dito para ele?" "Morar na vila... Isso também foi por vontade de Hohozuki... Porque... Eu não sou nada, se não Ameyuki..." A resposta de Ameyuki não foi uma resposta. Coisas incompreensíveis eram as únicas que saíam da boca desse garoto. "Não se preocupe... Apenas cumpra seu papel e encontre o que está procurando..." Havia pouca luz nessa caverna, o que a fazia parecer sombria, mas os moradores estavam indo e vindo com sorrisos vivos. "Cara, que dia tranquilo." "Continue olhando para o futuro!" "Não é maravilhoso estarmos todos vivos hoje?" Sempre que os aldeões se encontravam, diziam essas coisas. "...Eles estão falando muito sério sobre essa coisa de paz e felicidade." Se ele tivesse trazido Hidan, ele definitivamente o teria perdido. "Essas são as crenças compartilhadas da vila... Limpe o passado, viva a felicidade..." "Você é fiel a tudo isso?" "Quem sabe... Hohozuki é a única coisa que eu sei ... Eu realmente não o conheço, mas..." "Mas?" Ameyuki virou-se em silêncio e voltou o olhar para as florestas verdejantes em frente à caverna. "Hohozuki disse que não conhecia o rosto do homem que vocês mataram... Eu me pergunto se isso é verdade... 'Shangri-la' ou tudo o que não existe", Ameyuki cuspiu, seus olhos ficando embaraçados quanto a poeira. "Este é... O Vale das Mentiras."
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Enquanto Kakuzu investigava 'Shangri-la', Hidan e Hohozuki haviam retornado ao toco da árvore gigante. Hohozuki havia dito a Hidan que ele poderia ser pego novamente na ilusão se ficasse próximo do penhasco. Hohozuki ficou empolgado com tudo o que Hidan disse e ele falou coisas apaixonadas como, "Quero me converter ainda mais!" "Mas, ei! Matar é muito difícil, certo...? Acho que eu seria morto pelas pessoas que desejam a paz." "Esses filhos da puta não serão um problema se você matá-los, esses idiotas superficiais que falam de paz? Eles não existem", Zombou Hidan e continuou, "Há muito tempo, eu estava cercado por esses malditos ateus pacifistas. Eles evitavam brigas e eram todos covardes que tinham medo de machucar as pessoas. Esses idiotas só sabem falar." "Sério?" "Claro que é", disse Hidan, assentindo. "Eu me cansei desses idiotas pacifistas, e quando eu brandi minhas presas, você sabe o que eles fizeram? Eles tentaram me matar. Se eles realmente amavam a paz e odiavam brigar, deveriam apenas rolar e morrer à minha mercê, sério." Com a história de Hidan, um olhar de revelação apareceu no rosto de Hohozuki. "Isso é verdade", Ele assentiu. "Aqueles filhos da puta estavam apenas reforçando seus desejos de um mundo seguro e livre da morte de outras pessoas. Quando isso foi ameaçado, todos concordaram em matar! Se você quer escapar do medo da morte, você deve morrer." Mas havia um problema, porque se todos morressem por suas próprias mãos, não haveria ninguém para oferecer como sacrifício ao Senhor Jashin. "Para salvar as pessoas do medo da morte, não temos escolha a não ser matá-las..." Hohozuki estava digerindo as palavras de Hidan, pensando cuidadosamente. Os dois estavam tão envolvidos em conversas que nem perceberam que já era noite. Kakuzu ainda estava procurando a família da recompensa? Aquele desgraçado ganancioso nunca muda, pensou Hidan. "Falando nisso..." Falou Hohozuki, "Hm, você matará teu próximo... Hidan-san, isso significa que você terá que matar Kakuzu-san também?" Kakuzu era provavelmente, como Hohozuki sugeriu, a pessoa mais próxima de Hidan. Mas tudo o que Hidan disse foi, "Ele não é meu 'próximo', cara." "Ele não é seu próximo?" "Esse desgraçado e eu somos completamente diferentes. Nós não somos próximos ou o que seja." Ao ouvir isso, o corpo de Hohozuki começou a tremer. Então, ele assentiu, se recompondo, como se tivesse acabado de receber a afirmação de que precisava. "Isso mesmo... Hidan-san e... Kakuzu-san... São diferentes... Assim como eu... E Ameyuki..." Hohozuki estreitou os olhos e sorriu. Ele virou os olhos na direção do penhasco. "Ei, acho que Kakuzu-san voltará em breve." Sem tempo para perguntar como ele sabia, quando Hohozuki terminou de falar Kakuzu voltou. Mas ele estava de mãos vazias. "Ah, cara. Eles não estavam lá?" "Olhei todos os rostos dos moradores, mas até onde vi, não consegui identificar ninguém da família do cara". Se fosse esse o caso, significava que não tinham mais negócios nessa floresta. Hidan olhou para a recompensa a seus pés. Ele queria matar todos na aldeia, mas se eles não pegassem a recompensa logo, o corpo iria decompor. Afinal, sair dessa floresta levaria alguns dias. "Certo então. Vamos sair dessa floresta", Disse Hidan, levantando-se. "Não... Vamos acampar aqui hoje à noite. Partimos ao nascer do sol", Disse Kakuzu. Ele ainda queria ficar aqui. "O que!? Não temos mais negócios nessa floresta! Esse cara vai apodrecer aqui, cara!" Hidan apontou para o cadáver para defender sua opinião, mas Kakuzu simplesmente o ignorou e começou a montar acampamento. "Hm, acho que vou me despedir também. Eu te vejo quando você sair amanhã! Até mais!" Hohozuki curvou-se, abaixando a cabeça e depois correu em direção ao penhasco. "...Ele gosta de você." "Isso significa que os ensinamentos da fé Jashin são impressionantes, cara", Gabou-se Hidan, estufando o peito. Kakuzu ouviu nada mais que um zumbido. Ele voltou seu olhar para a direção do penhasco, para onde Hohozuki havia ido e, ao fazê-lo, disse, "Amanhã vamos matar aquele garoto e seu amigo Ameyuki antes de partirmos." Essas palavras fizeram Hidan piscar algumas vezes. "Quê? Pra quê isso?" "Eles sabem muito sobre nós." "Bem, sim, hm. Mas, já que vamos matá-los, não deveríamos ter feito isso agora?" Houveram muitas chances de Kakuzu matar o garoto que conhecerá na vila, Ameyuki, e também de Hidan matar Hohozuki, que esteve com ele esse tempo todo. Kakuzu olhou para a recompensa. "Na primeira busca, não consegui encontrar a família desse cara... Mas notei que alguns moradores estavam inquietos, perambulando por aí." "Em todo o mundo, existem pessoas que vagam sem descanso, cara." Hidan não viu a necessidade de se aprofundar nisso. "Essa vila é única. Todos na vila falam sobre felicidade, e qualquer coisa negativa é encoberta e escondida." "Que diabos. É assustador, é isso que é." "Mas, entre eles, vi pessoas agindo como se estivessem procurando por alguém, e elas gritavam ansiedade." "Você poderia matá-los." Hidan estava ficando cada vez mais confuso, e ele cruzou os braços e inclinou a cabeça. Onde Kakuzu queria chegar? "...Vamos dar uma olhada na vila hoje à noite. Dessa forma, veremos o vale como realmente é." Hidan não sabia quais eram as verdadeiras intenções de Kakuzu, mas sabia que Kakuzu estava animado. Talvez ele tenha tido uma premonição relacionada ao dinheiro. Matar pessoas por dinheiro é contra os ensinamentos da fé Jashin, mas se Kakuzu estava se movendo por dinheiro, a batalha certamente se seguiria. "...Contanto que eu me solte, tanta faz, cara." O sol se foi e a floresta estava envolvida em uma escuridão impenetrável mesmo ao luar. Hidan estava em cima de um galho de árvore, sentado e encostado no tronco da árvore e descansando, quando de repente ouviu alguém chamar seu nome. "'Nn...? Que porra você quer..." Ele esfregou os olhos e se preparou para soltar um bocejo alto. Nesse momento, Kakuzu pulou para a árvore em que Hidan estava e colocou a mão na boca de Hidan. "Mmph!" "Veja." Hidan não estava disposto a seguir ordens, mas voltou sua linha de visão para onde Kakuzu estava apontando e percebeu o que estava acontecendo. Havia várias luzes. Alguém estava aqui. Se eles levantasse os ouvidos, podiam ouvi-los conversando. "Ele nunca fica de fora por tanto tempo... Algo deve ter acontecido com ele..." "Pare de ser tão negativo! Nós o encontraremos, todos nós." "Está certo. Além disso, o que você acha que nós, moradores de Shangri-la, somos, hein?" Hidan afastou a mão de Kakuzu e olhou para as pessoas abaixo mais uma vez. Eles seguravam tochas e aparentemente procuravam alguém. "Eles provavelmente são parentes da recompensa..." "Nossa recompensa? Você tem certeza disso?" As tochas que as pessoas seguravam também iluminavam os seus rostos. "Seus rostos não batem." "Hã?" "Eu vou resolver isso." Kakuzu segurou sua capa da Akatsuki com a mão e a tirou. Havia quatro máscaras nas costas dele. "...Ei! Lá! Tem um corpo no pé daquela árvore..." "Não... Não pode ser... Querido!" Os aldeões encontraram o cadáver deitado ao lado do tronco de árvore. Escondido sob os gemidos que ressoavam pela floresta, soava um som de fios se partindo quando um dos 'corações' de Kakuzu rompeu sua carne, saltando para fora dele. Inúmeros fios pretos enrolaram-se para dar forma. Era o Medo da Terra em Crise (Jiongu), uma técnica proibida da vila de Kakuzu, a Vila da Cachoeira. "O que... O que é esse chakra...?" Sentindo o chakra ameaçador de Kakuzu, os moradores ergueram a cabeça e avistaram Hidan e Kakuzu, mas Kakuzu foi ainda mais rápido e já havia formado os selos de mão. "Liberação de Relâmpago: Falsa Escuridão (Raiton: Gian)!" Naquele momento, um clarão atravessou a floresta. "...Morte instantânea, sério?" "Você demorou muito." O raio atingiu os aldeões diretamente e, incapazes de fazer qualquer coisa, eles simplesmente morreram. Uma morte instantânea. Hidan desceu da árvore e olhou para os rostos dos moradores. Ele notou algo imediatamente. "Ei, que porra é essa. Seus rostos mudaram." Hidan olhou brevemente quando as tochas iluminaram os rostos, mas ele sabia que os moradores caídos, todos eles, tiveram seus rostos alterados. Kakuzu olhou para o rosto da mulher que havia corrido até o cadáver da recompensa. "Não há como errar... Esta é a família da nossa recompensa." "O que diabos isso significa? Muitas coisas estranhas estão acontecendo por aqui." Kakuzu ignorou a pergunta de Hidan e foi olhar os rostos dos outros moradores que acompanharam essa mulher. "...Exatamente como eu pensava... É isso que está acontecendo... 'O Vale das Mentiras'... Que apto." "Ei, Kakuzu! Me explique essa merda agora mesmo!" Gritou Hidan, perdendo a paciência. Kakuzu finalmente se virou para olhá-lo. "Hidan, todas essas pessoas estavam vivendo suas vidas sob a Técnica de Transformação (Henge no Jutsu)." "Técnica de Transformação? Mas por que?" "Porque. Todos eles são recompensas." "Hã?" Hidan não reconheceu os rostos das recompensas, mas mesmo assim olhou para os cadáveres novamente. "Eles provavelmente estavam com medo de viver com um alvo nas costas, fugiram da civilização para essa profunda floresta e construíram a vila." Kakuzu parecia entender tudo claramente, mas Hidan ainda estava confuso. Ele apontou para a primeira recompensa que eles mataram. "Mas você reconheceu esse cara." No momento em que este homem apareceu e Hidan foi atrás dele, Kakuzu soube que ele era uma recompensa. Isso significava que ele não estava usando a Técnica de Transformação. "Pense no que o pirralho disse, quando viu esse homem." O pirralho em questão era Hohozuki. Hidan tentou se lembrar do que ele havia dito. 'Hm, acho que ele pode ser da vila... mas não me lembro de vê-lo por perto.' 'Se esse homem estivesse na vila, eu também o conheceria, mas...' "Provavelmente a recompensa liberou a Técnica de Transformação quando ele saiu da vila. Foi quando ele nos encontrou." E dessa forma Kakuzu soube que ele era uma recompensa. Por outro lado, Hohozuki, que só conhecia o rosto desse homem sob a Técnica de Transformação, não sabia quem ele era. "Por que diabos ele liberaria a Técnica de Transformação?" "Viver uma vida falsa pode ser sufocante, ele provavelmente queria fugir por um tempo. No final, ninguém pode escapar do seu passado." "Uhhh..." Mesmo depois de ouvir Kakuzu, Hidan ainda não conseguiu engolir essa explicação meia-boca. A única coisa que ele sabia com certeza era que a vila estava repleta de recompensas. "Então você quer dizer que a vila é uma...?" "É uma mina de ouro".
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"Pode haver recompensas de grandes valores também. Não abaixe a guarda. Você morrerá." "Heh. Se eles pudessem me matar, eu deixaria, Kakuzu." Com essa deixa, os dois decolaram. "Tudo bem! Senhor Jashin! Eu vou matar todos esses filhos da puta! Cada um deles!" Hidan chegou na vila, gritando. Havia vários ninjas lá, ainda aplicando os efeitos ilusórios ao rio para esconder a vila. Quando viram Hidan, todos entraram em posições de luta, prontos para atacar. "Quem é você!?" Mas esses eram idiotas inexperientes e amantes da paz, que geralmente só fugiam das batalhas. E, sem intenção de iniciar um ritual ali mesmo, Hidan simplesmente levantou a foice de três lâminas e cortou a cabeça deles. "Heh." Junto com suas mortes, a Técnica de Transformação foi liberada. Os rostos mudaram enquanto as cabeças rolaram. Kakuzu também estava matando outros moradores sob a Técnica de Transformação. Para Kakuzu, que reconheceu os rostos de todas as recompensas, ver a liberação das Técnicas de Transformação o deixou muito animado. "Hidan, vou atrás do líder da vila... Há uma grande chance de haver uma grande recompensa por sua cabeça, já que ele ocupa uma posição tão importante." "Mas eu quero matar esse filho da puta também!" "Há outro alvo mais adequado para você." "Hã?" Um grande ponto de interrogação sobre as palavras de Kakuzu surgiu na cabeça de Hidan e, naquele momento, um rosto familiar apareceu diante dele. "Hidan-san..." Foi Hohozuki. O garoto que disse que queria se juntar à fé Jashin. Ele provavelmente ouviu a comoção e veio correndo para cá. Bem ao lado dele estava Ameyuki. Foi a primeira vez que Hidan o viu. Hohozuki estava olhando diretamente para Hidan e, de repente, ele parecia não ser diferente dos outros moradores que estavam andando por aí, tentando escapar da repentina invasão. "...Eu vou fazer um ritual adequado, espere!" Hidan segurou sua foice e correu na direção dele. "Começando com você!" A lâmina foi direto para Ameyuki, que estava parado atrás de Hohozuki. As lâminas atravessaram a cabeça de Ameyuki. "...Porra!?" Em circunstâncias normais, o crânio rachava e o sangue e cérebro jorravam para fora. Mas, nada disso aconteceu. Em vez disso, Hidan sentiu como se tivesse acabado de cortar um bocado de terra. "...É um clone!?" O corpo de Ameyuki se transformou em uma porção de terra e se desfez. "Uma técnica de Iwa...?" Os ninjas de Iwagakure eram versados nas técnicas da Liberação de Terra, e Hidan imaginou que essa era uma variação da Técnica do Clone de Rocha (Iwa Bunshin no Jutsu). No entanto, o clone de Ameyuki não desapareceu da mesma maneira que um Clone de Rocha, mantinha uma forma sólida, semelhante a um Clone de Areia (Suna Bunshin). "Porra, eu não sou bom nessa merda de análise..." Murmurou Hidan. Ele se virou para Hohozuki e viu que sua aparência também estava mudando. "...Quê porra é essa?" A aparência de Hohozuki estava se transformando na do clone que Hidan acabara de destruir: Ameyuki. "Quem diabos é você." O garoto que supostamente era Hohozuki olhou para as duas mãos com olhos vazios. A vida gradualmente parecia retornar àqueles olhos, e Hidan podia sentir o chakra fluindo dele. "...Você deve estar brincando comigo." Hidan podia sentir um tipo estranho de chakra, que ele nunca havia sentido antes. "Eu sou... Ameyuki..." Disse o garoto que um dia foi Hohozuki. "Desde aquele dia, vivo a vida como Hohozuki... Quero dizer, eu sou vazio..." "Hã?" "Hidan-san... Esse tempo todo, eu moro nesta vila sob o disfarce de meu amigo Hohozuki... Eu mantive um clone de mim mesmo ao meu lado..." Nesse caso, aquele olhos brilhantes que ouviram os ensinamentos da fé Jashin eram desse garoto, de Ameyuki, o tempo todo. "Enquanto eu sou eu, eu também existo como uma mentira, como outra pessoa... Esseera um clone, Ameyuki... E você o matou... Agora, eu sou o verdadeiro Ameyuki novamente..." Com isso, Ameyuki fechou o punho. "Você... Você me libertou!" De repente, Ameyuki juntou as duas mãos e formou selos de mão. Ele não se incomodou em esconder sua intenção de matar, deixando-a atingir Hidan com força total. "Oh, esse é o caminho, garoto!" Hidan levantou a foice e apontou para Ameyuki. Ameyuki bateu as duas mãos no chão na tentativa de se proteger, gritando: "Liberação de Lama: Parede de Lama (Deiton: Deisuiheki)!" "Lama!?" Foi a primeira vez que Hidan soube de uma Liberação de 'Lama'. A parte do solo em que Ameyuki tocou estava se transformando em lama. Então, uma parede se ergueu, transformou-se em água barrenta e atingiu Hidan. "Gah! Cara, isso é nojento!" Atingido pela água barrenta, Hidan estava coberto de lama por toda parte. Além disso, a lama se agarrava a seu corpo e lentamente endurecia. "Eu finalmente fui libertado! É por isso que... Você... É você que eu respeito acima de todos os outros... Você, que é meu 'próximo'... Eu devo te matar! Liberação de Lama: Vazio Profundo de Lama (Deiton: Deiteimu)!" Ameyuki continuou atacando Hidan, cujos movimentos estavam diminuindo e diminuindo. "Porra!" Uma sensação de afundamento tomou conta do corpo de Hidan, e rapidamente, e quando Hidan olhou para seus pés, o local em que ele estava parado havia se transformado em lama - transfigurado em um pântano sem fundo. Um número incontável de mãos estendeu a mão dentro da lama, agarrando o corpo de Hidan e puxando-o para as profundezas do pântano. "Merda!" Da manga de suas roupas, Hidan puxou um pedaço de corda. Ele o balançou e o amarrou em torno de uma saliência em uma casa próxima. Então, com força pura e bruta, Hidan puxou. "Que porra é essa de Liberação de Lama, seu pedaço de merda!" Ele parou no telhado da casa e, quando olhou para o lamaçal, percebeu que estava ficando cada vez maior. Parecia a entrada para o mundo inferior. Se tivesse sido Kakuzu, ele já teria analisado e calculado a situação, mas este era Hidan, que não era qualificado nesse aspecto. No entanto, havia uma coisa que ele entendeu. "É uma Kekkei Genkai (Limite de Linhagem Sanguínea), hein..." Uma Kekkei Genkai: habilidades hereditárias, atingíveis apenas através do sangue transmitido da geração anterior de sua família. Eles eram habilidades incomparáveis que enfrentavam os extremos das emoções humanas; inveja, ódio... Muitos se esforçaram para fazer com que os nascidos com Kekkei Genkai parecessem diferentes. Outro membro da Akatsuki, Uchiha Itachi do Sharingan, da Vila da Folha, também tinha uma Kekkei Genkai. Hidan soube que ele havia matado todo o seu clã, seus companheiros Uchiha. "É isso mesmo... Eu uso as Liberações de Água e Terra para dar à luz uma Liberação de Lama... Chamar isso de Kekkei Genkai é o mais correto, mas o ninja mais forte e mais elogiado, Senju Hashirama, também usou Liberações de Água e Terra para criar seu próprio poder único, a Liberação de Madeira (Mokuton)..." A Liberação de Madeira: uma liberação superior e renomada que ninguém jamais poderia duplicar. O que Ameyuki estava usando era a Liberação de Lama. "Para usar nossa Kekkei Genkai, minha família teve que rastejar no solo sujo... Todos ao nosso redor riram de nós por isso..." Ameyuki olhou para suas próprias mãos manchadas de lama. "Eu fui ridicularizado também, e o único que foi legal comigo... Foi Hohozuki... Mas..." O chakra de Ameyuki se dividiu e cresceu mais uma vez. "Liberação de Lama: Boneco de Lama (Deiton: Doro Ningyō)!" Do redemoinho de lamaçal surgiram inúmeros Bonecos de Lama na forma de humanos. Hidan era o alvo principal desses bonecos de lama, e eles escalaram as paredes do prédio para alcançá-lo, no telhado. "Bem, maldição." Hidan cortou eles com sua foice, um após o outro, mas sempre que ele cortava essas bonecas de lama, eles voltavam a crescer seus braços e pernas. Eles continuaram subindo, até finalmente cercarem Hidan. "Sheeh, que porra vocês são...!?" Quando os bonecos de lama alcançaram Hidan, forçaram a lama pela boca e pelo nariz, como se quisessem cobri-lo. Hidan engasgou. A lama nojenta encheu sua boca e forçou seu caminho pelas vias aéreas. Hidan não conseguia respirar. Todo o seu corpo estava preenchido e coberto de lama. "Ngah...!" Hidan brandiu sua lança e perfurou seu pulmão. "Hah!" Seu pulmão cuspiu sangue misturado com a lama, que havia sido forçada pelas suas vias aéreas. "...Caramba, isso dói pra caralho! Droga, inferno, este é um tipo diferente de dor, droga!" Enquanto ele continuava reclamando, mais bonecos de lama continuavam aparecendo no lamaçal, um após o outro, e eles continuavam indo atrás de Hidan. Hidan se levantou do telhado e se lançou contra Ameyuki, removendo a lança do pulmão. "Foda-se! Você!" Ameyuki se moveu para fazer mais selos de mão, mas Hidan foi mais rápido e, antes que Ameyuki pudesse terminar seus selos, a ponta da lança de Hidan arranhou sua bochecha. Sua pele rasgou e sangue espirrou. Havia sangue na ponta da lança. Hidan lambeu. Imediatamente, os padrões monocromáticos subiram à superfície do corpo de Hidan. Hidan usou o sangue que escorria de seu pulmão, e no solo ele desenhou o símbolo da fé Jashin. "Hahahaha! Os preparativos estão concluídos..." "Liberação de Lama: Vazio Profundo de Lama (Deiton: Deiteimu)!" Hidan pensou que seria o fim, mas Ameyuki usou sua técnica novamente. "Aceite! O solo...!?" O solo em que Hidan desenhara o símbolo de Jashin desmoronou e virou lama. Mesmo que Hidan se afastasse do lamaçal e tentasse desenhar o símbolo novamente, Ameyuki simplesmente apontaria seu lamaçal para lá e transformaria o chão em lama novamente. "Huuuuuuuh !? Você deve estar de sacanagem!" Foi só então que Hidan percebeu: Ele era, possivelmente, o oponente menos qualificado para enfrentar a Liberação de Lama. Ameyuki levantou os dois braços lentamente e sua boca se abriu. "Mostre-me mais... Deixe-me vê-lo oferecer orações ao Senhor Jashin..." Sentindo a sede de sangue em cima dele, Hidan se afastou reflexivamente. Em um instante, os Bonecos de Lama caíram sobre o local em que Hidan acabara de estar. Era uma vila escavada na montanha. Os tetos, as paredes... Tudo era feito de pedra e terra. O teto começou a se transformar em lama também, e os rostos dos bonecos de lama apareceram nele também. Empurrados pela gravidade, eles caíram. "Malditos bonecos de lama!" Mesmo assim, Hidan estava pronto para enfrentar o desafio, mas então ouviu uma voz, "Hidan." Quando Hidan se virou para olhar, viu Kakuzu em pé no telhado, carregando um homem desconhecido nas costas. "Kakuzu! Me dê uma mão aqui!" "Eu matei o líder da aldeia, mas há uma grande chance de haver outras recompensas de grande valor aqui... Temos que matar todos eles. Há mais aldeões do que eu pensava, isso levará algum tempo." O homem nas costas de Kakuzu provavelmente era o líder da vila que ele falou. "Idiota! Apenas use suas malditas técnicas e esmague toda esta vila!" "Você é um idiota. Se eu fizer mais danos do que o necessário e eles se tornarem irreconhecíveis, não podemos resgatar o dinheiro." "Sim, bem, eu acho... Merda, você não pensa em nada além de dinheiro, hein?" Kakuzu deu um pulo e pousou ao lado de Hidan. "Não faz sentido você lutar aqui. Volte para a floresta. Você morrerá." Hidan pensou que Kakuzu o ajudaria a fugir, mas pelo contrário, Kakuzu saltou novamente, mirando outros moradores e deixando Hidan sozinho. Hidan sorriu e depois gritou para Kakuzu enquanto fugia: "Obrigado por me lembrar!, Kakuzu!" Hidan saltou sobre os Bonecos de Lama, correndo direto para a entrada da vila e depois pulou na direção do penhasco oposto, onde estava a floresta. Ameyuki perseguiu, aterrissando na floresta também e, em seguida, reiniciando sua técnica Vazio Profundo de Lama. A terra em que as árvores da floresta foram plantadas se transformou em lama. As árvores caíam uma após a outra, flutuando no mar de lama. "Eu não vou deixar você fugir, Hidan-san...! Todo pedaço de terra se tornará lama... Enquanto você estiver na terra, não poderá escapar de mim!" Hidan continuou correndo, evitando a lama, evitando as árvores caídas. Hidan teve que admitir, parecia inútil. Mas então, algo chamou sua atenção. Hidan olhou para trás e, depois de verificar que havia criado uma certa distância entre ele e Ameyuki, ele perfurou a lança na própria mão. Como se estivesse arrancando algo, ele girou a lança, fazendo uma grande ferida e o sangue jorrou. "Hidan-san, vamos acabar com isso!" Ameyuki juntou as mãos para fazer mais selos. Mas naquele momento, uma dor insuportável percorreu a perna de Ameyuki. Seu joelho dobrou e ele caiu no chão, numa mistura de lama e terra. Ele levantou a cabeça. "Os preparativos estão completos!" Hidan se esfaqueou na coxa e, embaixo dos pés, estava o símbolo de Jashin desenhado... No toco de árvore gigante. Esse toco de árvore gigante era um lugar para eles se sentarem, e um marco nessas florestas, e agora, Hidan o havia usado como algo para desenhar o símbolo de Jashin. "Kakuzu, cara, você sabe falar em círculos." 'Não faz sentido você lutar aqui. Volte para a floresta.' Essa foi uma dica. Traçar a marca no toco de árvore gigante, era o que Kakuzu estava querendo dizer. E então, quando obteve uma boa distância de vantagem, Ameyuki baixou a guarda, permitindo que Hidan puxasse a lã sobre os olhos. Hidan puxou a lança e a posicionou sobre o lado esquerdo do peito. Foi a vitória de Hidan. "Eu não esperava nada menos, Hidan-san..." Ameyuki sorriu calmamente enquanto olhava para Hidan. "Eu vou te foder tanto com a dor da morte!" "Sim... É exatamente isso que eu quero..." Suportando a dor na perna, Ameyuki se levantou e sentou-se, mantendo uma postura perfeita. "Eu fui desprezado por todos, e quem me salvou disso foi Hohozuki... Mas um dia, um grupo de ninjas que queria fazer negócios com comerciantes de escravos veio à vila em que eu morava e eles levaram as mulheres da vila e crianças... Hohozuki era uma dessas crianças..." Ameyuki olhou para longe ao se lembrar dos eventos daquele dia. "Para salvar Hohozuki, usei as técnicas de Liberação de Lama... Destruí o inimigo... Isso foi o suficiente para colocarem uma recompensa sobre a minha cabeça... Mas os ninjas não eram os únicos que queriam minha cabeça..." Disse Ameyuki, com seus olhos perspicazes. "As pessoas da minha própria vila que viram meus poderes ficaram assustadas e tentaram me matar..." Era uma história comum. Foi uma das injustiças que infestaram este mundo. "Hohozuki encontrou, ele ouviu histórias deste lugar, 'Shangri-la'... Ele ouviu que poderíamos jogar fora nosso passado, esquecer tudo e viver em felicidade... Mas, na noite em que planejamos fugir, os moradores suspeitaram de nossa traição e mataram Hohozuki..." Uma lágrima caiu do olho de Ameyuki. "Eu queria morrer com ele, mas Hohozuki me disse para olhar para o futuro e viver, então eu vim para 'Shangri-la' sozinho... Mas mesmo assim... Não há como eu esquecer Hohozuki e o fato de que ele morreu por mim... Não há como viver em felicidade no 'Vale das Mentiras'..." Mesmo quando as lágrimas escorriam de seus olhos, Ameyuki sorriu. "Hohozuki morreu por minha causa, ele, que me ensinou sobre a luz... Mas agora, eu posso morrer por sua mão, Hidan-san, você que me mostrou a luz... Eu posso me tornar um sacrifício ao Senhor Jashin..." Ameyuki ficou encantado com essa perspectiva, encantado com todo o seu coração. Hidan podia sentir isso. "Hidan-san, posso apenas pedir uma coisa? Há pessoas que eu quero sacrificar ao Senhor Jashin..." "Pessoas que você quer sacrificar?" "Sim..." Antes mesmo de Hidan responder, Ameyuki fechou os olhos e juntou as mãos. "Matarás o teu próximo..." Ameyuki começou a formar selos de mão. Era uma combinação muito mais complicada de selos de mãos do que os que Ameyuki havia usado até agora, e ele os formava sem uma única pausa ou erro. O chakra envolveu todo o seu corpo. "Antes de tudo, os próximos que preciso matar são essas pessoas! Liberação de Lama: Chão de Lama (Deiton: Jiban Deika)!!" Ameyuki levantou-se de supetão e estendeu as mãos, à frente da floresta, na direção da vila. Hidan só podia adivinhar o que Ameyuki estava fazendo, ele saltou para uma árvore. Da árvore, ele podia ver a vila, 'Shangri-la'. "Puta merda..." Em um único momento, a montanha em que Shangri-la estava desmoronou. As pedras e a terra que sustentavam Shangri-la se transformaram em lama macia e sem forma, e a vila inteira desmoronou, engolida pelo profundo rio ao longo do vale. "Ei, que merda, cara !? Kakuzu vai ficar bem!?" Ele ficou preocupado por um momento, mas depois percebeu que era de Kakuzu que ele estava falando, então, provavelmente, ele ficaria bem. Hidan bufou e depois saltou da árvore. "Você está bem, garoto!" Na mão direita de Hidan estava sua lança. Antes de deixar o toco de árvore, Hidan deu uma forte apunhalada no coração. "Senhor Jashin... Ficará tão satisfeito...!" Hidan gritou quando o êxtase da dor da morte cresceu dentro dele. "...Obrigado..." Hidan observou que, mesmo quando tossia grandes quantidades de sangue, havia um sorriso feliz no rosto de Ameyuki.
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Kakuzu estava no calor do momento, mesmo assim, ele escapou da vila em segurança. Entre os que ele matou, havia algumas recompensas altamente valorizadas, e Kakuzu tinha certeza que traria elas de volta com ele. No entanto, a recompensa mais valiosa naquela vila havia sido... Ameyuki. Ameyuki não matou apenas os ninjas que atacaram sua vila, mas os próprios moradores que mataram Hohozuki também. Ele matou todos eles. Como resultado, ele não era apenas uma recompensa no mercado negro, mas um nukenin (ninja fugitivo) com uma página no Livro Bingo. "Ele colocou um clone de si mesmo na vila. Mesmo que fosse apenas um clone, mostrar sua aparência provavelmente significava que, no fundo, ele queria ser encontrado", Disse Kakuzu. Hidan estava deitado no tronco de árvore, oferecendo suas orações. Ameyuki repousava ao lado do tronco de árvore e Kakuzu olhou para ele. Quando Ameyuki estava guiando Kakuzu pela vila, ele ficou completamente inexpressivo. Agora, porém, ele parecia contente. Ameyuki causou a morte dos ninjas que atacaram sua vila, as pessoas da vila em que ele nasceu e cresceu, e também seu amigo. Ameyuki provavelmente encontrou a própria existência na fé em Jashin, que incentivou o assassinato como um meio de salvar alguém, como um salvador para si mesmo. "De qualquer forma, quando você terminará suas orações? Quero chegar ao ponto de troca o mais rápido possível." Kakuzu sempre reclamava disso, mesmo enquanto Hidan estava no meio do ritual. Mas, desta vez, Hidan estava sorrindo, como se não se importasse. Quando Kakuzu inclinou a cabeça, Hidan respondeu. "Vai demorar um pouco mais. Tivemos um mártir hoje." |
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