A novela "Naruto - Shikamaru Hiden: Yami no Shijima ni Ukabu Kumo" lançada em 04 de março, traz um aventura inédita com Nara Shikamaru, dois anos após a Quarta Guerra Mundial Shinobi. A novela é escrita por Takashi Yano, e possui 224 páginas.
Os capítulos da novela serão traduzidos para o português a medida que a versão em inglês seja liberada. Confira a quarta parte do capítulo três (o livro original não faz separação dos capítulos em partes, ela será feita nesta tradução para tornar a leitura menos massante). Para ver outras partes do livro acesse aqui.
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Capítulo 3 - Shikamaru (Parte Quatro)
Depois de imobilizar Gengo, Shikamaru e seus companheiros desceram a escada em espiral para descobrir que a batalha entre os 'iluminados' e os outros shinobi já tinha acabado. Descobriu-se que no momento que Soku cortou o fluxo de chakra para a língua de Gengo, o genjutsu que nublava a mente dos 'iluminados' tinha desaparecido, o que tinha sido de grande ajuda para pôr fim à batalha.
Apesar da batalha entre os 'iluminados' e shinobi tivesse sido feroz, não tinha sido tão mal como se poderia pensar. À exceção de algumas pessoas fortemente feridas, quase todo mundo tinha saído da luta com ferimentos relativamente leves. Você poderia pensar que fora um milagre ninguém ter sido morto, mas foi principalmente aos shinobi de Sunagakure terem sido fieis as ordens de Gaara - "Não mate a menos que necessário." - quando eles invadiram o salão.
Quando os assessores de Gengo descobriram que ele havia sido derrotado e contido, todos os seus ombros relaxaram e a vontade de lutar os deixou totalmente. Eles tinham despertado de seus sonhos febris, e agora estavam terrivelmente abatidos.
Quando Shikamaru e os outros chegaram ao salão, os outros shinobi de Konohagakure e Sunagakure estavam lidando com os 'iluminados', restringindo alguns e dando assistência médica para os outros.
"Sai!"
Shikamaru gritou quando viu o shinobi sentado entre a multidão de pessoas, ele recebia auxílio médico de outro shinobi.
"Shikamaru..." Sai sentou, olhando para ele com um rosto em branco.
Ino tinha dito a Shikamaru o que aconteceu com Sai quando o grupo desceu a escada. Talvez fosse porque Sai tivesse sido arrancado para fora do genjutsu com medidas tão drásticas, os olhos do shinobi pareciam ainda um pouco atordoados, como se parte dele estivesse à deriva no mar.
"Eu sinto muito." Sai murmurou.
"Não se preocupe com isso." Shikamaru disse gentilmente, agachando ao lado dele e colocando a mão em seu ombro. "É tudo passado agora."
Debaixo do material preto do uniforme de Sai, Shikamaru podia sentir os ombros do shinobi tremerem um pouco.
Não havia lágrimas algumas escorrendo do seu rosto. Mas Sai estava chorando por dentro.
"Eu sou patético." Sai murmurou.
"Você estava num transe provocado pelas palavras daquele homem." Disse Shikamaru. "Mesmo eu quase fui arrastado por ele. Você não tem que se sentir envergonhado."
"Mas..."
"Não deixe que isso te incomode tanto. Manter seu coração leve não importa o que aconteça sempre foi uma das suas melhores qualidades."
"Obrigado, Shikamaru." Uma única lágrima deslizou pelo olho direito de Sai, caindo do rosto.
"Quando voltar para Konoha, tire um tempo de folga. Vou falar com Kakashi-san."
"Obrigado..." Quando Sai disse isso, Ino apareceu para ficar ao lado de Sai.
"Cuide dele." Disse Shikamaru para Ino, ficando de pé.
Ino deu um aceno profundo, seus olhos em Sai. Ela ajoelhou-se ao lado dele no momento que Shikamaru saiu dali. Assim que Shikamaru soltou um pequeno suspiro de alívio ao ver tudo resolvido, uma voz masculina soou, explodindo de raiva. "SHI! KA! MA! RUUUUUUUUUU!" Ah sim, ele tinha esquecido completamente esse cara... Esfregando a parte de trás de sua cabeça, Shikamaru virou a cabeça para olhar o dono da voz. O que ele viu, em vez disso, foi um punho na direção de seu rosto. O corpo de Shikamaru foi jogado para trás, rolando pelo chão. Seu campo de visão mudou do chão para o teto, do teto para o chão, e do chão para o teto. Seis vezes... Seu cérebro contou calmamente cada giro que ele tinha dado por causa do poderoso soco. O corpo de Shikamaru rolou até parar, com ele em suas costas. Ele sentou no chão, olhos no homem loiro furioso que estava correndo na direção dele. Shikamaru movimentou as mãos e joelhos para levantar, mas a próxima coisa que ele viu, o homem tinha saltado em cima de suas costas como se ele fosse um cavalo, agarrando a parte de trás do colarinho. O pescoço de Shikamaru foi empurrado para cima e para baixo, e com uma incoerente bronca explodindo em seus ouvidos. "VOCÊ - PORQUE - ME DIGA - TUDO SOZINHO - SEMPRE ASSIM - TODOS - DOENTES DE PREOCUPAÇÃO - ATÉ EU - GAAAAAAAAAAAAAAAAH - SEU IDIOTA DA PORRA!" "Eu realmente sinto muito, Naruto." Shikamaru falou com o homem pelas costas. "Você é realmente um idiota!" Naruto repetiu furiosamente. As palavras berradas por Naruto eram desarticuladas e entrecortadas por conta de seu estado agitado, seus sentimentos expelidos para fora da boca, mas Shikamaru tinha entendido claramente o motivo da preocupação de Naruto adicionada em seu discurso. Por Naruto ter esse tal fogo dentro dele que ele era adequado pra ser o líder da vila oculta do País do Fogo, Konoha. "Você não disse que ia ser meu consultor, hein?" Naruto murmurou. O loiro parecia ter se acalmado um pouco após registrar as desculpas de Shikamaru, ele notou que Shikamaru estava de fato bem. "Esse país ficará bem de agora em diante." Naruto disse com firmeza. Sakura havia chegado para ficar ao lado deles, até certo ponto, Shikamaru não tinha notado. "Os 'iluminados' governavam este país, desde então, não há um único cidadão que não saiba que Naruto é o herói da última guerra mundial shinobi." Disse Sakura. "Ninguém vai ser contra o que aconteceu aqui, depois de verem Naruto aqui. E agora que o genjutsu de Gengo foi quebrado, as coisas vão em breve se acalmar." A influência de Naruto sobre o mundo shinobi era imensamente forte. Era exatamente como Sakura tinha dito. Ninguém irá se opuser ao herói que salvou o mundo. "Hey, a partir de agora." Naruto disse severo: "Se acontecer alguma coisa, me diga primeiro." "Hm." Shikamaru fechou os olhos e balançou a cabeça. Naruto soltou a parte de trás da gola de Shikamaru e se levantou. "Vamos." Naruto estendeu a mão. Shikamaru pegou em silêncio. Naruto o puxou para cima, num movimento forte e suave, e Shikamaru estava de pé imediatamente. Shikamaru invejava Naruto por ser tão honesto e direto. Ele pensou que por causa de Naruto, ele tinha que tentar ser mais honesto também. "Essa é a última vez..." "Huh?" Naruto inclinou a cabeça para Shikamaru. "Esta é a última vez que vou agir como uma criança." "Hm." "Afinal de contas, vou gastar todo meu tempo futuro como babá de uma criança." Disse Shikamaru, cutucando Naruto no peito. "Ei, quem você está chamando de criança?" "O que você acha?" Os dois se entreolharam, e explodiram em sorrisos.
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Por conta de Soku, Rou e Sai precisarem de tratamento médico imediato, decidiu que a primeira ordem de trabalho era retornar para Konoha. Naruto, Sakura e os outros ficariam para trás no País do Silêncio e limpariam os assuntos por lá. Shikamaru não estava preocupado em deixar Naruto para trás. Com Gengo fora de cena, ele tinha certeza que as coisas dariam certo. Shinobi de Sunagakure pretendiam fazer o mesmo, deixando parte de suas tropas para trás, enquanto que o resto voltou para Suna. As forças de Konohagakure e Sunagakure pegaram caminhos separados para casa. "Desta vez, eu estou realmente em dívida com você." Disse Shikamaru para Gaara, enquanto estavam nos portões da Vila da Cortina. Shinobi de Sunagakure retornam alinhados atrás de Gaara. Todos os shinobi criados no deserto desolado de Suna tinham o mesmo semblante forte e formidável. Cada um deles estava olhando para Shikamaru com um sorriso. Era coisas pequenas como essa que fazia sentir que o mundo shinobi estava realmente começando a se unir em um só. "Não se preocupe com isso." Gaara respondeu. "Você é alguém cuja existência é essencial para a União, agora e no futuro. Não há nenhuma necessidade de você usar palavras formais, como "dívida" para uma operação como esta. Não é natural alguém ir salvar seu companheiro?" Gaara cruzou os braços enquanto falava. Ele não costumava ser um falador. Anos atrás, Gaara costumava ser alguém de rosto ilegível, vazio de qualquer emoção; constantemente sedento de sangue, um cara perigoso. Mas agora, os shinobi de Sunagakure olhavam para Gaara com sorrisos afetuosos. Atrás de Shikamaru, estavam Sai, Rou, Soku, Chouji e Ino, também. Bem como outro grupo de shinobi de Konoha. Todos estavam quietos, ouvindo atentamente a conversa de Gaara e Shikamaru. "Mas estou bastante aliviado..." Gaara murmurou sério para Shikamaru. "Se minha irmã não tivesse ficado tão incomodada, todos nós perderíamos uma pessoa muito valiosa." Temari estava de pé ao lado de Gaara, seu olhar fixo em algum ponto acima de suas cabeças. Ela tinha tomado a atitude de ignorar completamente a conversa. Shikamaru supôs que ela estava tentando esconder seu constrangimento, mas era só um pouco de charme, só isso. "Não se preocupe com Gengo." Disse Gaara. "Vamos deixá-lo na sede da União no meio do nosso caminho até casa." "Continuaremos a receber sua ajuda em cada pequeno negócio..." "Continuo dizendo para você não falar assim tão formalmente." Disse Gaara. O Kazekage que mantinha tal amor e devoção em sua aldeia, em seguida, estendeu a mão para Shikamaru. "Bem, vamos nos encontrar novamente na União." Disse Shikamaru, e segurou a mão de Gaara. Ele deu um firme e forte aperto. Gaara devolveu o aperto com a mesma força. "Até logo." "Hm." Gaara soltou a mão, voltando o olhar para os seus companheiros. "Vamos para casa." Ele disse, e os shinobi de Sunagakure responderam em uma alegria unânime. Temari virou as costas para ir embora, de repente, a voz de Shikamaru chamou por ela. "Ei." Gaara parecia quase tão surpreso quanto Shikamaru. Temari interrompeu o passo. O resto dos shinobi de Sunagakure estavam prestes a parar também, mas Gaara fez um gesto para eles seguirem em frente e os shinobi de Sunagakure obedeceram, deixando os portões da vila, indo para a rua principal. Gaara seguiu, lançando um olhar por cima dos ombros para Shikamaru antes de desaparecer. Apenas Temari ficou. Em algum lugar atrás de Shikamaru, ele pôde ouvir Soku soltar um fraco 'kyaa!'. Shikamaru a ignorou, e se aproximou de Temari. "O que é isso?" Ela perguntou acidamente. Seus olhos sempre tiveram um poder impressionante... Shikamaru sentiu que estava prestes a perder a coragem, e respirou fundo para tentar se acalmar. Ele tentou fazer com que seus pensamentos saíssem da boca. "Hoje..." Não adiantava. As palavras não saíam. "O quê?" Perguntou Temari irritada, pedindo para ele se apressar. Mesmo agora, seu corpo estava ligeiramente inclinado para fora dos portões, na direção que seu irmão mais novo tinha ido. "Obrigado por hoje." "Hmph." Temari deu um suspiro, e Shikamaru continuou falando. "Da próxima vez, que tal comermos uma refeição junto?" "Você está me convidando para um encontro?" Perguntou Temari calmamente. O seu olhar era sério agora. Não havia nem um pouquinho de vergonha na sua atitude, nada cativante. Por que estou perguntando para essa mulher para ir numa refeição comigo? Shikamaru questionou a si mesmo. "Bem, sim, é esse tipo de coisa." Sua resposta veio de algum lugar no subconsciente de Shikamaru. Ele a convidou para sair, esse é o ponto que ele diz que não era um encontro. Não... Ele a chamou porque ele queria questioná-la sobre um encontro mesmo. Shikamaru estava perplexo com essas emoções, que ele próprio não entendia. "Entendo." Disse Temari, pensativa. "A data, hein..." Era quase como se ela tivesse em um conselho de guerra, falando sobre os preparativos de como lidar com um inimigo formidável. Temari pôs a mão no queixo, começando a pensar seriamente no assunto. "Você não quer?" Shikamaru deixou escapar involuntariamente. Temari olhou atentamente em seu rosto por um tempo. Em seguida, ela soltou o queixo, e colocou as mãos nos quadris. "Como é problemático." O sorriso radiante de Temari, após o que ela disse, foi algo incrivelmente precioso para Shikamaru. |
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