A novela "Naruto - Konoha Hiden: Shūgenbiyori" (Naruto - Konoha Hiden: O Dia Perfeito para um Casamento), autoria de Shō Hinata, foi lançada em 01 de Maio de 2015 no Japão. O livro contém 240 páginas.
Os capítulos da novela serão traduzidos para o português a medida do possível. A tradução para o inglês foi realizada por cacatuasulphureacitrinocristata. Você pode ler o primeiro capítulo abaixo. Para ver outras partes do livro acesse aqui.
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Capítulo Um: Presentes de Casamento, a Toda Velocidade!
Se você perguntasse às pessoas sobre 'as vilas ocultas dos shinobi', você certamente encontrará um grande número de cidadãos – estes com nenhum amor aos shinobi ou seus lares – que imaginavam tais lugares sendo pequenas cidades cercadas por montanhas de todos os lados.
Certamente, esses cidadãos diriam, aldeias ocultas são completamente desligadas do mundo exterior, completamente isoladas de todos os outros. Uma espécie de 'ilha flutuante no mar', ultrapassadas e subdesenvolvidas. Definitivamente, eles diriam, uma vila oculta é um lugar que as pessoas normais seriam tolas se desejassem visitar, e, ainda por cima, um lugar que você só conseguiria encontrar com grande dificuldade. Uma 'vila oculta shinobi' era inconfundivelmente esse tipo de lugar. Isso era o que muita gente pensava. No entanto, a realidade era muito diferente. Konoha tinha um monumento muito conhecido na sua entrada, o 'Portão An¹'. Se qualquer pessoa entrasse em Konoha, pela primeira vez, ele ficaria pasmo ao ver o que os cumprimentava passando pelo portão: uma gigante, vasta e populosa vila, que estava transbordando vida. A aldeia tinha manutenção constante e estava sempre em desenvolvimento, e o seu conteúdo não era, de modo algum, limitado a apenas as áreas residenciais de moradores. Havia escolas, hospitais, várias áreas comerciais e até mesmo áreas de lazer. Havia tudo que uma pessoa precisava para viver sua vida ao máximo. Uma gama de estabelecimentos poderiam ser encontrados só no centro da vila. O tamanho de Konoha era grande a tal ponto que se você a chamasse de 'cidade-estado', você não estaria totalmente errado. Era o tipo de lugar que você poderia viver toda a sua vida sem nunca dar um passo fora das suas fronteiras, ao ponto de não querer outro lugar, e ainda assim não faltaria nenhum conforto. E essa metrópole estava encravada nas profundezas de uma floresta. Isso é o que a vila de Konoha realmente era: uma enorme cidade que de repente se materializou dentro de uma floresta. Não havia shinobi algum que sentia a menor insatisfação com uma vila assim. A vila tinha sido originalmente uma reunião de vários shinobi e seus clãs, mas quando um grupo de pessoas vive em algum lugar, eles naturalmente acabam querendo lugares que os façam bem. E, claro, havia uma demanda por lojas que vendem necessidades diárias também. Seguindo essa lógica, era natural que um outro grupo de pessoas iria aparecer na vila com um olho nos clientes. Então, aconteceu que um grupo de não-shinobi – vendedores e artesãos que estavam a procura de clientes – se reuniram junto aos shinobi também. E da mesma forma que shinobi tinham clãs e famílias, os vendedores e trabalhadores não vinham para a aldeia sozinhos. Eles também trouxeram junto seus clãs e suas famílias. Havia muitas pessoas normais que se mudaram para a aldeia, juntamente com seus parentes por causa do comércio, e havia também muitas pessoas que eram originalmente de famílias shinobi, mas agora estavam ocupando outras profissões. Havia também pessoas que pensavam da seguinte maneira, "Eu não vim de um clã shinobi, mas eu quero enviar meu filho para a Academia Ninja", e se mudaram para a vila com essa intenção. Famílias de shinobi, famílias de comerciantes, famílias de artesãos... Muitas, muitas pessoas diferentes de variadas origens e profissões, todas vieram morar juntos na aldeia. E, enquanto a lua minguava, e os meses e anos passavam, foi com essas pessoas que aquele povoado tornou-se a grande metrópole que é hoje. E essa enorme vila, mesmo agora, ainda estava continuando a crescer e progredir. Konoha é tão grande que circular uma vez que seja a aldeia é de um tremendo esforço. Percorrer essa distância poderia até quebrar seus ossos. No entanto, neste momento, alguém tinha circundado a vila de Konoha. Esse alguém era Rock Lee. Mal havia amanhecido, e ele estava cambaleando enquanto corria ao redor da vila, com uma cara que parecia que ele poderia morrer a qualquer momento. Por que, exatamente, ele estava correndo a esta hora, quando todos os moradores e shinobi sem missões estavam adormecidos profundamente? Não era um treinamento secreto particular. Aliás, Lee não estava correndo por sua vontade. Se ele pudesse, Lee gostaria de voltar para casa e dormir. No entanto, ele tinha uma certo motivo que não deixava ele fazer isso. Tudo tinha começado cerca de meio dia atrás...
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Naquele dia, o Sexto Hokage Hatake Kakashi revelou uma certa missão especial para aqueles em Konoha.
Era uma operação secreta que Uzumaki Naruto e sua noiva Hyuga Hinata não poderiam ficar sabendo de forma alguma. Ele (Kakashi) disse: "Todos aqueles que irão participar do futuro casamento de Naruto e Hinata devem trazer presentes de casamento." Uma missão ridícula não é? Era algo que todo mundo faria de qualquer maneira. Você também poderia supor que entre os convidados do casamento, haviam pessoas que já compraram os presentes, ou feito algum tipo de preparativo para eles. No entanto, a maioria dos amigos de Naruto e Hinata eram tão jovens quanto eles. A maioria deles não tinha participado de um casamento ou estavam participando do casamento de um amigo próximo pela primeira vez. Foi por causa da maioria dos convidados do casamento serem inexperientes que Kakashi tinha dado o status de missão para essa tarefa. Afinal, apesar de parecer tranquilo e calmo Kakashi era um homem com senso de humor. Esta sua 'missão secreta' era algo que se encaixava em seu estilo. Dito isso, havia alguém entre os convidados do casamento que tinha tomado as palavras 'missão secreta' completamente ao pé da letra. Alguém que tinha recebido a missão com muito mais paixão do que qualquer outra pessoa. Esse alguém era, é claro, o auto-proclamado Fera Bonita Verde de Konoha: Rock Lee. "Eu vou retribuir a amizade de Naruto-kun, colocando todo o meu corpo e mente para encontrar o melhor presente de casamento!" Disse Lee para Kakashi, e depois começou a correr para longe. Lee acreditava que você poderia achar um monte de idéias durante o treinamento. Sua personalidade não era a de alguém que pensa enquanto parado. "Mover meu corpo irá me ajudar a pensar melhor", era o que ele achava. No entanto... Lee tinha corrido em torno da vila inúmeras vezes, mas ele não tinha sido capaz de ter qualquer ideia. Bem, para ser mais preciso, ele tinha pensado em uma coisa. Em sua segunda corrida ao redor da vila, a palavra 'haltere' tinha surgido na mente de Lee. Mas, isso era ridículo. Mesmo Lee sabia que ninguém jamais iria trazer halteres como um presente de felicitações a um casamento. Assim, sua única ideia tinha sido rejeitada imediatamente. E, embora ele continuasse correndo desde então, Lee não tinha pensado em outra ideia, e muito menos numa boa ideia. Tinha que ser um presente que ninguém mais iria trazer, algo que mostrasse seu caráter também... Um presente que expressasse seu coração... Um presente que seria recebido com gosto, o melhor presente de todos... Mas não importa o quanto ele pensasse, a resposta correta simplesmente não vinha. "Os laços entre mim e Naruto devem ser melhor do que isso...!" Lee murmurou para si mesmo enquanto corria. Ele chegou a uma solução: Até que ele pensasse em um presente, ele não iria parar de correr! Seu coração estava focado nisso. A 'Regra Pessoal' de Lee estava em ação. Essa 'regra pessoal' de Lee havia sido criada com objetivo de melhorar a sua mente e corpo através do treinamento. A regra era esta: uma vez que Lee decidisse fazer alguma coisa, mesmo que parecesse que o mundo fosse ruir e desaparecer amanhã, ele iria continuar até o fim. Era um princípio a qual ele se prendeu, com avassaladora devoção. Até que ele pudesse pensar em um bom presente, além de halteres, Lee iria correr o que fosse preciso. A propósito, Lee não estava contando como 'uma volta' correr ao redor da vila apenas. Da mesma forma que alguém vai e volta em torno de um quarto quando esta limpando seu chão – com tal exemplo, é fácil imaginar a cena, não é? – Para Lee, 'uma volta' ao redor da vila significava atravessar a vila inteira, cada canto, recanto e estrada que a vila possui. Era uma maneira de contagem bem simplória. Claro, isso significava que o caminho de Lee também incluía pular sobre cercas, saltar de árvore em árvore, e correr ao longo dos telhados das casas próximas. Não era nada fora do normal para um shinobi tomar caminhos incomuns dentro da vila oculta. Na verdade, isso era incrivelmente comum, tanto que os cidadãos normais não estranhavam mais. Nenhum proprietário reclamaria sobre Lee correr sobre os telhados. No máximo, uma pessoa poderia enviar uma queixa de manhã: "Um homem com sobrancelhas grossas estava gritando 'KUUAAA' enquanto corria em nosso telhado ao amanhecer, ele foi muito barulhento." E assim, sob o olhar atento dos rostos dos Hokage anteriores esculpidos na montanha, Lee saltou, correu e pulou por toda a vila. Ele continuou com aquilo a noite inteira, sem ter nem uma única nova ideia. E é assim que Lee se encontrou saudando o amanhecer de um novo dia sem um único pestanejar de sono. -----------------------------------------------------------------
Neste momento, a luz do nascer do sol estava tocando os rostos de pedra esculpidos no Monumento Hokage que estava no centro da cidade de Konoha.
"Oitocentos... e... sessenta... e quatro..." Lee respirava entre chiados roucos e sopros, ofegante ele falou o número acima. Sua corrida havia se deteriorado até um cambalear delirante, ao ponto onde qualquer um andando seria mais rápido do que ele. Ele tinha finalmente atingido o seu limite. As pernas de Lee dobraram, ele caiu para a frente, e impotente desmoronou. Ele nem sequer tinha a força para tentar suavizar sua aterrissagem, caindo direto no chão liberando um ruído repentino. Lee estava imóvel no chão, de bruços na terra, e se perguntou onde ele havia errado. Primeiro, havia a ideia que sua mente iria clarear se ele movesse seu corpo. Ele tinha errado sobre isso? Não, isso não era possível. Ele não estava errado. Lee rapidamente rejeitou esse pensamento. Será que foi a ideia de correr com as mãos ao redor da vila? Ele pensou em trazer uma nova perspectiva para o problema, mas teria isso sido uma má ideia? Não, às vezes você precisa fazer coisas audaciosas para produzir novas ideias. Sem mencionar que fazer uma corrida com as mãos ao redor da vila fazia parte de sua programação de treinamento. Não foi isso que ele errou. Poderia ter sido o método incomum de correr de costas? Não, isso era um método de exercício muito bom. Ele tinha feito nada de errado. Mas então, nesse caso, por que ele tinha sido incapaz de pensar em alguma coisa...? Lee olhou atordoado para o chão na frente dele. Seu corpo estava queimando há algum tempo, mas agora ele estava ficando frio por conta do ar gelado da manhã. O suor cobrindo seu corpo esfriou, e Lee começou a tremer. Ele exercitou cada músculo em seu corpo para além do seu limite, e não tinha mais energia para se levantar. Mesmo que seja para um querido amigo, mesmo que eu tivesse falado que colocaria meu coração para conseguir um presente de casamento. E pensar que eu não fui capaz de chegar há uma boa ideia. Por que sou tão incompetente...? Lee apertou os olhos bem fechados, com raiva de si mesmo por ser uma decepção. No entanto, ele não podia deixar as coisas com estão e ficar marcado como incompetente e inútil. Ele decidiu encontrar um presente digno, mesmo que tivesse de colocar a sua vida em jogo, ele não poderia simplesmente parar e desistir agora. O cansado e exausto Lee deixou seus olhos se abrirem de novo, chamas de determinação queimam dentro dele mais uma vez. No entanto, uma vez que ele abriu os olhos, Lee percebeu algo: Alguém estava de pé na frente dele. Quando isso tinha acontecido? Havia um par de pernas na visão de Lee, com um uniforme que parecia familiar. Lee estava surpreso por ele não ter notado a pessoa até agora. Ele parecia estar olhando para ele. Lee lentamente ergueu-se do chão, e olhou para cima. Para ver. Aquela pessoa. "Neji..." Lee silenciosamente murmurou. Talvez ele fosse uma ilusão ou talvez ele fosse um fantasma, mas lá estava ele: seu amigo falecido, Hyuga Neji. "Correr sem pausa até você desmaiar." Disse Neji, observando-o com seu habitual olhar calmo. "Você ainda é o mesmo de sempre, Lee." Lee não tinha palavras. Havia centenas e centenas de coisas que Lee queria dizer para Neji na próxima vez que se encontrassem. Mas com Neji na frente dele, ele encontrou-se miseravelmente incapaz de fazer um único som. Mas mesmo que ele não tenha dito nada, Neji entendeu tudo. Por alguma razão ou outra, aquele foi o pensamento que entrou na mente de Lee enquanto olhava para os olhos sempre oniscientes de Neji. Neji se agachou ao lado de Lee. "Há algo que eu realmente tenho que te dizer...", disse Neji, colocando uma mão gentil no ombro de Lee. A mão de Neji era quente e encorajadora. Lee pensou que Neji havia aparecido porque ele estava preocupado com o quanto Lee esteve se forçando. "Neji... Eu..." "Eu sei. Não há necessidade de dizer isso." Neji sorriu, seu longo cabelo balançando levemente. "Lee, lembre-se bem disso. Mais do que resistência... força física. E, Hyuga..." Neji fez uma pausa. Não ficou claro se ele tinha acabado o que estava dizendo ou não. Sua figura ficou envolta em névoa da manhã, e desapareceu. "...Eh?" O vento soprava com rapidez, sussurrando através das árvores próximas e levando embora a névoa da manhã. "Eh – espera – Neji...? Neji?!" Lee olhou para a esquerda e para a direita, procurando desesperadamente pelos seus arredores, mas a única coisa que a voz perplexa de Lee encontrou foi o silêncio da manhã. "Eeh?! Vo... Você não ia me dar alguns conselhos sobre os presentes de casamento...? Não é por isso que você apareceu? Nejiiiiiii?!"
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"Nejiiiiiii?!" Lee se levantou com um sobressalto enquanto gritava para o amigo.
-----------------------------------------------------------------Agora era manhã. Bem cedo, mas tarde o suficiente para que a maioria das pessoas já tenham acordado e começado a se preparar para saudar o novo dia. Lee desorientadamente olhou em volta, tentando fazer um balanço da situação atual. De alguma forma, parecia que ele tinha caído no sono bem no meio de uma estrada. Foi uma coisa boa ele não ter desmaiado fora da vila. "Então era... um sonho..." Lee murmurou para si mesmo, com a boca seca e ressecada pela falta de água. Um sonho curto, passageiro. Lee sentou-se na estrada, atordoado, e baixou a cabeça. A morte de Neji foi há muito tempo. Alguns anos já se passaram. Mas mesmo agora, ocasionalmente, Lee ainda via Neji em seus sonhos. Eles geralmente vinham naqueles cochilos apressados tirados no meio de uma missão extremamente difícil, ou quando Lee estava passando por um momento difícil. Mas era ocasionalmente. Na maioria das vezes, não importa o quanto Lee quisesse vê-lo, Neji não aparecia. Quando Neji aparecia, os sonhos de Lee eram geralmente sobre algum treinamento vigoroso com Neji, ou alguma missão perigosa com Neji. Os dois juntos em situações adversas. Haviam muito poucos sonhos onde Lee podia realmente encarar Neji e falar com ele. A maioria de seus sonhos eram sobre coisas que já aconteceram. Treinamento, lutar contra um inimigo, ou elaborar estratégias para uma missão. Seria Neji falando tranquilamente sobre uma estratégia ou outra, e Lee de pé ao lado dele, ouvindo atentamente. Sempre que Lee acorda desses sonhos, frases escapam de seus lábios. "Vamos fazer um ataque frontal dinâmico!" ou "eu vou pela frente, por favor fique atento aos flancos!" Tantas coisas que ele podia dizer para Neji dentro de seus sonhos. Se eu dissesse isso para Neji, que tipo de cara que ele iria fazer? Como ele responderia? Ultimamente, estava ficando cada vez mais difícil imaginar como Neji teria reagido. Lee estava terrivelmente e profundamente consciente desse fato. De repente, uma forte voz chegou alcançou Lee caído. "Lee, e toda essa juventude nessa hora manhã!" Lee olhou por cima do ombro para ver um homem atrás dele, sorrindo amplamente de modo que o branco de seus dentes apareceu, sua mão levantada e o dedão em riste. Era seu professor, Might Guy. No entanto... "Ga-Gai-sensei..." Lee ficou sem palavras. O motivo era que Gai, que tinha sido obrigado a viver sua vida em uma cadeira de rodas, tinha de alguma forma colocado si mesmo e sua cadeira de rodas no telhado de um galpão nas proximidades. Durante a Quarta Guerra Mundial Ninja, Gai tinha colocado sua vida em jogo durante sua batalha com Uchiha Madara, ele abriu os oito portões de chakra. Sua vida tinha sido salva graças a Naruto, no entanto, sua perna direita perdeu a capacidade de articulação. Daquele dia em diante Gai tinha vivido sua vida em uma cadeira de rodas. No entanto, ele não tinha mudado seu jeito sangue quente de ser, esculpindo a palavra 'juventude' no gesso em sua perna direita, e continuando a incentivar e orientar Lee como ele sempre fez. Lee estava atordoado e sem palavras, porque ele não conseguia entender como seu professor tinha, seja lá Deus como, conseguido chegar até o telhado do galpão com sua cadeira de rodas. De repente– "Tou!" Gai deu um grande grito de guerra, lançando ele mesmo e a cadeira de rodas para fora do telhado do galpão. De alguma maneira ele conseguiu fazer com que a cadeira de rodas pousasse suavemente, deixando-a no ângulo certo, um estrondo muito alto foi ouvido. Lee correu até seu sensei, perturbado e preocupado. "Todo mundo na aldeia, Kakashi, Genma e Ebisu, eles ainda me tratam como um shinobi. Isso me faz feliz. Embora eu já deveria ter me aposentado... Por causa disso, eu decidi continuar a provar que o impossível é possível, e mostrar o meu eu verdadeiro para vocês!", Disse Gai, dando sua 'Pose de Cara Legal'. "Essa é a minha juventude, depois de tudo!" As palavras de Gai tocaram profundamente o coração de Lee. Elas sempre foram assim. Quando Lee estava sofrendo, quando Lee estava com dor, quando seu coração parecia que ia quebrar em pedaços, a palavra de Gai o salvou várias vezes. Mesmo agora, Lee enchia de coragem ouvindo cada palavra de Gai. Ele queria se tornar um dia, um homem magnífico como Gai. Ele queria virar um homem que encorajava vivamente outra alma perdida e confusa como ele. Isso era um sonho que Lee sustentava mesmo quando estava acordado.
"A propósito Gai-sensei, o que você está fazendo aqui?" Lee fez a pergunta e Gai respondeu com uma tagarelice radiante.
"Meu treinamento da manhã, é claro. Eu pensei em gastar o dia andando pela aldeia. E aí Lee, você gostaria de se juntar a mim?" "Obrigado, eu já fiz esse treinamento." "Impressionante. No entanto, a questão que está incomodando você ainda não foi resolvida, não é?" Os olhos de Lee abriram com surpresa para a observação certeira de Gai. "Co-Como você sabia?!" "Precisou de apenas uma olhada para perceber que você passou a noite toda treinando, preocupado com alguma coisa. Há quantos anos compartilhamos o espirito da juventude? É por isso que desde o início eu falei para você 'começar as manhãs com o espirito da juventude'." Foi só depois de Gai dizer isso que Lee percebeu o quão horrível ele parecia. Ele estava coberto de lama, e com aparência desagradável. Por conta do cansaço ele tropeçou algumas vezes, caiu e rolou no chão. Estava coberto pela sujeira deixada pelas suas corridas. "E é provável que você esteja preocupado com os presentes de casamento, não é mesmo?" Lee ficou em pânico por causa da pergunta sagaz de Gai. "Gai-sensei, você pode ler minha mente?!" "Não, é porque eu fui convidado para o casamento também..." Gai estava preocupado sobre os presentes de casamento também. -----------------------------------------------------------------
Tudo estaria bem, desde que o presente de casamento não fosse algo comum.
-----------------------------------------------------------------No entanto, o problema estava em garantir que o presente não fosse muito estranho também. Não existe um presente de casamento que combina os sentimentos que ele queria transmitir, algo que irradiava os valores de vitória, amizade e trabalho duro? Lee e Gai estavam ambos quebrando a cabeça para uma resposta. Que tipo de presente pode representar a paixão da juventude? Havia realmente tal presente neste mundo? Bem, se alguma coisa representasse juventude, seriam eles dois que usavam seus macacões verdes apertados. Quando você diz 'juventude ardente' as primeiras coisas que vêm à mente são suor e lágrimas, certo? Suor e lágrimas podem ser transformados em um presente, será? Não? Para começar, as pessoas gostam de algo que represente poder, não é? Que tipo de curry é melhor, leve ou extra picante? A conversa deles atingiu o seu clímax. "Não, afinal de contas." Lee disse acaloradamente, "O meu eu de hoje definitivamente pensa que curry com pilaf é melhor–" "Espera, espera aí Lee." Gai estendeu a mão e interrompeu. "Nós saímos do assunto. Em assuntos como este, a pessoa deve se concentrar. Devemos refazer nossos passos e volta para a raiz desta conversa." "Portanto, devemos voltar para a raiz...?" "Sim, o problema do presente de casamento diz respeito ao casamento em si, certo?" De alguma forma, a conversa tinha virado muito filosófica. Quando Lee não conseguiu contribuir mais para a conversa, Gai fez outra pergunta. "Vamos pensar dessa forma: o que é a única coisa que você deve levar para um casamento?" Lee focava o olhar enquanto pensava seriamente sobre o assunto. O que era um casamento? Algo necessário para um casamento... Um casamento era uma cerimônia em que duas pessoas que se amavam se tornavam marido e mulher. Nesse caso, algo absolutamente essencial para a cerimônia seria– "É... amor...", disse Lee, olhando diretamente para Gai apesar de ficar um pouco constrangido com o assunto. "Isso é o necessário, não é?" "Isso é muito poético. Mas Lee, a resposta não seria a noiva e o noivo?" Lee sentiu como se um raio o tivesse atingido junto com as palavras de Gai. Seu corpo inteiro ficou tenso, como se ele tivesse sido atingido por um jutsu do estilo relâmpago. Inconscientemente, um alto "Ahh!" vazou para fora da boca. "I–Isso está certo...!" Lee disse: "Se a noiva e o noivo não estão lá, não pode haver cerimônia de casamento...!" "Certo? Uma cerimônia de casamento sem a noiva e o noivo seria apenas uma cerimônia qualquer, não seria um casamento. Uma cerimônia inútil sem qualquer significado!" Lee estava cego. Gai pode parecer uma pessoa impulsiva e desajeitada, mas ele era uma pessoa pensativa. Ele tinha a capacidade de ver além da superfície e ir até a raiz da questão. Para Lee, tinha alguma coisa em Gai que ele admirava e aspirava ser também. "Nesse caso, precisamos pensar a partir da perspectiva da noiva e do noivo, e trazer os presentes que eles ficariam felizes em receber. Isso seria melhor, não é?" "Exatamente." Disse Gai. "Yosh, então eu vou pensar em um presente para o noivo! Lee, você pensa em um para a noiva!" "Entendido, Gai-sensei!" "Não vamos pensar como convidados, vamos pensar na perspectiva dos presenteados...!" Os dois homens se encararam com seus cortes de cabelo tigela e sobrancelhas espessas, seguraram a mão um do outro e focaram na solução do problema. Foi um espetáculo no início da manhã. Lee estava desesperadamente tentando pensar do ponto de vista da noiva. Se eu fosse uma noiva, então... eu estaria vestida com as roupas de noiva e indo para o meu casamento... E depois disso... Casamento, parto, trabalho doméstico, cuidados... Palavras e imagens atravessaram a mente de Lee em ordem sucessiva. Ir às compras com o bebê nos braços. Ficar de olho no bebê enquanto eu limpo seu quarto. Carregar o bebê em minhas costas enquanto eu abro o sétimo dos oito portões... o portão do choque! Ter um bebê é uma questão muito séria. Para criar e cuidar de uma criança, sem dúvida, você precisa de força física e poder econômico, certo? Nesse instante, uma imagem entrou na mente de Lee. Ele podia imaginar Hinata carinhosamente segurando uma criança, e Naruto olhando para ambos. E de repente, Lee percebeu que esse tempo todo ele estava pensando somente no presente de casamento para Naruto. Foi quando pensou nos sentimentos da noiva que ele percebeu isso. Um casamento não era algo que você podia fazer sozinho. Dito isto, o melhor presente para alguém que se tornaria uma mãe–
Lee, lembre-se bem disso. Mais do que resistência... força física...
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As palavras de Neji naquele sonho vieram a mente.
Eu finalmente entendi o Neji. Você estava preocupado com Hinata, não estava? Lee balançou a cabeça, e então... "Eu sei o que é...!", Disse Lee pacificamente. "Para proteger sua casa e família, a força física é necessária... E acima de tudo, quanto mais forte melhor!" Gai balançou a cabeça, e respondeu também. "Neste momento, eu pensei em cada tipo de problema que pode aparecer para consertar em uma casa. Controle de pragas, encanamento e carregar compras. É preciso desenvolver seus músculos do braço para tais tarefas... Nesse caso, a resposta que ambos encontramos deve ser a mesma. Os presentes que devemos dar são..." Gai sorriu para Lee com prazer. "...Halteres!" Uma lágrima escorregou do olho de Lee. "Eu também..." Lee fungou. "Desde o início... na minha segunda corrida através da vila... Eu pensei nisso também...!" Lágrimas rolavam pelo rosto de Lee de forma incontrolável agora. "Gai sensei! Gai senseeeeeeeeiii!" Lee soluçou, e atirou-se para abraçar o seu professor. Lee estava em êxtase. Seus pensamentos não estavam errados. Seu sensei tinha aprovado a sua ideia. Sua alegria era pura e genuína. Gai estava chorando também. Enquanto as lágrimas derramavam para fora das bochechas, ele apertava o abraço. "Lee! Você pega o haltere para o braço direito, e eu vou pegar o haltere para o esqueeeeeeerdo!" Gai gritou em direção aos céus. "Uoooo! Vou pegar o haltere esqueeeeeerdooooo!!" Durante muito tempo, os dois se abraçaram e choraram. -----------------------------------------------------------------
Graças a Gai, Lee tinha finalmente encontrado um presente de casamento que se adequava com seus sentimentos para o casal. Seu coração estava leve e claro.
Logo depois da revelação, os dois tinham ido comprar imediatamente os halteres. O comerciante estava muito surpreso em vender dois halteres de manhã tão cedo.
Por favor, dê uma olhada nisso, Neji. Eu vou mostrar o presente de casamento que eu consegui. Estes halteres...!
Gai sorriu para a forte expressão nos olhos de Lee.
"Lee, com isso, nossos preparativos para o casamento estão completos!"
"Sim! Os pesos que carregamos... Eles vão ser os melhores presentes de casamento!"
"Yosh, vamos fazer uma corrida enquanto seguramos eles! Aqui vamos nóóóóóóóóós!"
No minuto em que essas palavras deixaram a boca de Gai, ele começou virar os pneus em sua cadeira de rodas fervorosamente, disparando na frente de Lee em uma súbita rajada de vento e sujeira.
Lee foi deixado para trás, a visão das costas de seu sensei na cadeira de rodas desaparecia lentamente.
"Espere por mim, por favor, sensei!!"
Hoje, Konohagakure estava coberta pela juventude.
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Sabe aquele queixa...
Depois, Kakashi de fato recebeu várias denúncias, todas do mesmo jeito:
"No início da manhã, dois homens estranhos estavam chorando e gritando atrás de minha casa. Tão barulhento!"
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Nota¹: o portão de entrada em Konoha traz a palavra An (あん). Um hiragana escrito em cada porta. Essa palavra significa ermida ou retiro.
Sem palavras. Hahahahahahahahaha!!
ResponderExcluirSem palavras. Hahahahahahahahaha!!
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