A novela "Naruto - Konoha Hiden: Shūgenbiyori" (Naruto - Konoha Hiden: O Dia Perfeito para um Casamento), autoria de Shō Hinata, foi lançada em 01 de Maio de 2015 no Japão. O livro contém 240 páginas.
Os capítulos da novela serão traduzidos para o português a medida do possível. A tradução para o inglês foi realizada por cacatuasulphureacitrinocristata. Você pode ler o terceiro capítulo abaixo. Para ver outras partes do livro acesse aqui.
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Capítulo Três: Carne e Vapor
As chamas tremeluziam, piscando e balançando de um lado para o outro.
Eu me pergunto por que as pessoas acham que olhar para o fogo as acalma?
Esse pensamento curioso entrou de repente na cabeça de Nara Shikamaru.
Provavelmente era algo que tinha começado gerações atrás, quando as pessoas ainda estavam espera da civilização surgir. Naqueles dias, o fogo tinha sido um companheiro constante para as pessoas.
O fogo iluminava os arredores e mantinha a escuridão da noite longe. Ele protegia as pessoas do frio e de invasores estrangeiros. Ele também tinha sido usado como um sinal para localizar companheiros e para encontrar o caminho de volta para casa.
Anos e anos dessas atividades passaram para os genes das pessoas, e certamente foi passado para o próprio Shikamaru. Foi por isso que, sentando na frente das chamas quentes, ele sentia uma sensação de calmaria.
Esse sentimento foi transmitido para a 'Vontade do Fogo' de Konoha.
De pai para filho. De filho para neto. De professor para aluno. De amigo para amigo.
Seus sentimentos estavam amarrados uns aos outros. Conectados.
Talvez essa Vontade do Fogo tenha começado como uma pequena chama que qualquer um poderia facilmente apagar.
Mas ela não havia desaparecido. Mesmo agora, ela ainda estava sendo transmitida, de pessoa para pessoa, e ainda queimando radiante.
Eram essas conexões abrangendo gerações que tornaram o fogo tão cômodo. Não importa quanto tempo passasse, cada célula no corpo de Shikamaru estava marcada com as memórias daqueles que vieram antes dele, e achavam que o fogo era tão reconfortante.
As pessoas usam o fogo para cozinhar alimentos e reunir-se em torno dele, olhando para as chamas enquanto comem. Antes delas perceberem o que estava acontecendo, elas se reuniam em grupos de entes queridos.
Naquela época, e agora, essa era uma visão que nunca mudou. Na verdade, neste momento, Shikamaru estava sentado na frente de um fogo e comendo uma refeição com seu melhor amigo, Akimichi Chouji.
Tagarelice. Risos. O som do tilintar das mesas. Acima de tudo, o som de carne chiando enquanto era preparada.
Yakiniku Q.
Era um lugar usual para Shikamaru e outros.
Quando se tratava de churrascarias como essa, as pessoas esperam que elas sejam lotadas somente a noite, e que não sejam tão ocupadas durante o dia. Yakiniku Q era uma exceção, movimentado durante dia e noite. Sua carne era barata, e ainda por cima de alta qualidade, por isso o restaurante era muito popular.
E isso significava que agora, na hora do almoço, o Yakiniku Q não era diferente de um campo de batalha.
Pedidos eram gritados de assentos por todos os lados, pedindo cerveja ou chá oolong*, utensílios sendo pegos pelos apressados funcionários do restaurante. Eles estavam correndo ao redor da loja, circulando em torno de todos os clientes com pressa. O lugar estava agitado.
Shikamaru estava assistindo o estado frenético dos funcionários pelo canto do olho enquanto ele colocava um único pedaço de carne na grelha.
A cor vermelha profunda da carne quase parecia reluzir, a gordura brilhando como uma pérola. A prova de que estava fresca. O som crepitante de dar água na boca misturado com o cheiro delicioso flutuando pelo restaurante.
Shikamaru e Chouji decidiram almoçar no lugar de sempre.
A decisão tinha acontecido há pouco tempo.
Shikamaru tinha saído para fazer algumas compras, e esbarrou em Chouji no meio da rua. Tinham começado a conversar.
Então Chouji disse: "É quase hora do almoço, então, que tal comer um pouco de carne juntos?" E aqui eles estavam, em seu ponto de encontro habitual, Yakiniku Q.
Shikamaru tinha entrado no restaurante com a intenção de ficar lá pouco tempo, como alguém faria se fosse uma loja de chá, mas Chouji era diferente.
'Um pouco de carne' ele disse, como se fosse! Chouji nunca sentava em uma mesa sem a intenção de comer tudo o que podia.
O pedaço de carne na grelha de Shikamaru estava começando a ficar bom e suculento. Ele estendeu a mão com seus pauzinhos e virou a carne. O lado de baixo tinha sido muito bem grelhado.
Se a carne fosse grelhada por muito tempo, ela ia ficar muito dura. Você tinha que vigiá-la cuidadosamente para certificar de que ela não queime.
A maioria das pessoas gostava de deixar sua carne cozinhar por um período de tempo decidido pelo instinto, mas um estudo de pesquisa recente concluiu que essas pessoas geralmente acabavam assando sua carne por muito tempo.
...Ou, pelo menos, foi o que Chouji tinha dito a Shikamaru enquanto eles estavam conversando.
O próprio Chouji, bem no meio da sua crítica para aqueles que queimavam as carnes, comeu um pedaço de carne da grelha que ainda não parecia nada perto de assada.
Chouji tinha a tendência de comer carne muito perto de crua. Shikamaru pensava que era melhor grelhar a carne um pouco mais.
Seu pedaço na grelha parecia estar quase pronto para comer. Assim que Shikamaru estendeu a mão com seus pauzinhos, sua carne foi arrancada diante de seus olhos.
Chouji. Ele pegou o pedaço e enfiou-o na boca com um grande som de felicidade.
"Essa era... minha carne..."
"Huh? Ohhhh, desculpe Shikamaru. Eu vi que estava pronta para comer, e antes que eu percebesse, minhas mãos só..." Chouji desculpou-se quando percebeu que ele pegou a carne errada.
"Ah, bem, está tudo bem. Ainda há muito mais carne para comer, afinal de contas."
Assim dizendo, Shikamaru coloca outro pedaço de carne na grelha. Ele se virou para Chouji com um largo sorriso, e disse:
"Afinal de contas, melhor você comê-lo do que queima-lo, certo?"
Chouji sorriu de volta para seu amigo, e depois voltou seu foco para mastigar a carne em sua boca, acrescentando um pouco de arroz também.
"Esta carne é muito boa." Ele murmurou enquanto mastigava.
Shikamaru ficou olhando, imaginando se Chouji havia notado o momento infeliz daquele comentário.
"Usar uma grelha movida a carvão é difícil para amadores." Chouji continuou. "Então, quando se trata de cozinhar e comer um monte de carne ao mesmo tempo, grelhadores a gás são os melhores. Eles escolheram um ótimo método para assar bem a carne."
Yup, Chouji era alegremente ignorante. Seu comentário foi sobre o método de cozimento da carne ser bom.
Enquanto Chouji falava, ele continuava devorando mais arroz, também. Ah cara, nesse ritmo a tigela iria ficar vazia em segundos.
Shikamaru de alguma forma conseguiu acenar para um funcionário do restaurante no caos e pedir outra porção de arroz.
Uma coisa sobre o grande apetite de Chouji, era bom vê-lo comer. Observá-lo comer de alguma forma fazia Shikamaru se sentir cheio também, mesmo que ele não tivesse comido tanto assim, e mesmo com sua própria carne roubada bem debaixo de seu nariz.
Era por isso que Shikamaru de uma maneira ou de outra sempre se intrometia para garantir que Chouji comesse bem. No final, ele empurrou o segundo pedaço de carne que ele ia colocar na grelha na direção de Chouji também.
Chouji manuseava seus pauzinhos com habilidade assustadora, e a carne desapareceu em um piscar de olhos. Uma por uma, fileiras de carne mal passada desapareceram nas entranhas da boca de Chouji. Chouji parecia muito feliz depois de comer tanta carne. Acima de tudo, por algum motivo ele adquiriu mais dignidade enquanto come. Carne, arroz, carne, arroz, carne, arroz, carne, carne, carne... Chouji continuou comendo sem parar, e enquanto Shikamaru assistia ao espetáculo, concluiu que essa nova impressão de dignidade era por causa do cavanhaque de Chouji. Ultimamente, a aparência de Chouji tinha mudado um pouco. A primeira coisa que chamava a atenção das pessoas quando olhavam para ele era o cavanhaque. Não cresceu tanto, mas era mantido curto e bem cuidado. Isso não era tudo. O cabelo de Chouji tinha sido cortado um pouco mais curto. Ele dava a sua aparência um olhar de limpo, arrumado e sereno. Não havia nenhuma dúvida sobre isso. Era o cavanhaque. Quando você juntava isso com seu cabelo e as outras diferenças em sua aparência, Chouji parecia um adulto respeitável, até mesmo para Shikamaru que o conhecia há anos. Era por isso que havia uma essa dignidade quando Chouji comia. "Talvez eu devesse deixar crescer um cavanhaque também..." Shikamaru murmurou enquanto se inclinava contra o encosto da sua cadeira. "Eh? Porquê você iria querer fazer isso?" Momentaneamente Chouji ergueu os olhos da sua comida. Por mais que ele parecesse perdido em sua comida, Chouji ouvia atentamente quando Shikamaru estava falando. Shikamaru reconheceu esse fato, e continuou falando. "Ao contrário de você, parece que eu não mudei em nada desde que era uma criança, não é?" Disse Shikamaru, tocando o rabo de cavalo no topo de sua cabeça. Shikamaru sempre manteve seu cabelo assim, desde que ele era criança. Era um rabo de cavalo simples, seus longos cabelos juntos e amarrados acima de sua cabeça. Ele não estava determinado a manter seu cabelo desse jeito ou qualquer outra coisa. Era só que, para alguém tão inerentemente preguiçoso como Shikamaru, esta era a maneira mais fácil de lidar com seu cabelo. Se você dissesse que ele estava determinado a fazer algo, provavelmente era porque ele estava determinado a manter seus cabelos e roupas tão simples e agradáveis quanto possível. Mas ele não estava determinado a lutar para manter as coisas fáceis até o seu amargo fim, ou qualquer coisa do tipo. Você não poderia dizer que ele quisesse que as coisas fossem fáceis. Só acabou desse jeito porque ele realmente não se importava. Shikamaru não entendia as pessoas que faziam esforços ridículos para mudar a sua aparência, o tipo que perdia tempo escolhendo cuidadosamente suas roupas ou mudando seu estilo. Ele pensava que os melhores tipos de roupas eram aquelas que você poderia vestir em qualquer lugar, a qualquer hora, do tipo que permitem que você confortavelmente assistisse nuvens ou tirasse um cochilo. Quando ele era criança, Shikamaru costumava pensar 'Se eu pudesse, eu gostaria de passar todos os dias apenas sentado na frente do fogo observando as chamas.' Um garoto como esse era diferente daqueles que se preocupavam com que o mundo ou a sociedade pensavam deles. Por isso, não é surpreendente que ele não se preocupava com seu cabelo ou roupa. Mas vendo o seu melhor amigo de muitos anos de repente parecendo um adulto tão digno deu a Shikamaru algo para pensar. Shikamaru graduou-se chuunin muito cedo, e por isso se envolveu com vários trabalhos administrativos da aldeia. Por exemplo, ele foi supervisor dos exames chuunin, o que rendeu uma série de reuniões sobre essa tarefa, outras aldeias e outras coisas, e em cada uma dessas reuniões, ele naturalmente estava cercado por pessoas que eram mais velhas que ele. Desde que ele foi encarregado de tarefas como essa, Shikamaru muitas vezes pensou 'olhe para isso como um adulto', 'tenha compostura de um adulto' ou 'você tem que ser firme na sua atitude, como um adulto deveria ser'. Shikamaru já possuía todas as características possíveis associadas a 'comportar-se como um adulto', mas neste momento, surgiu uma comparação, ele não havia mudado nem um pouco sua aparência desde que ele era jovem, diferente de Chouji que tem uma aparência madura. E que resultou no comentário de Shikamaru sobre deixar crescer um cavanhaque. "As pessoas sempre falam 'você não mudou nada’ quando me vêem..." Shikamaru resmungou, enquanto comia. Chouji, confuso, olhou para cima e inclinou a cabeça. "Mas quando dizem isso, provavelmente, falam do seu cabelo não é?" Chouji fez uma pausa, olhando para seu prato vazio. "Ah, Oba-chan, mais uma porção por favor!" Depois de gritar seu pedido, Chouji limpou a boca, e olhou para Shikamaru. "Se você me perguntasse, diria que mudou muito desde os velhos tempos." "Sério?", perguntou Shikamaru. "Eu pareço um adulto?" "Sim. Talvez seja por todas aquelas importantes reuniões da Aliança Shinobi. Em comparação com o antigo você, seu rosto mudou. Eu acho que você está muito mais firme e capaz agora. Sou eu quem está dizendo isso, então não pode estar errado." Chouji lhe dera uma enorme aprovação. "Ah, agora que você mencionou isso, um monte de gente me fala que eu pareço com o meu velho." Talvez Shikamaru não tivesse notado isso porque ele via seu rosto no espelho todos os dias. Mas ainda assim, ele não podia evitar de pensar que se ele tivesse um cavanhaque ele pareceria mais digno... Shikamaru colocou a mão no seu queixo raspado e continuou pensando sobre o assunto. Enquanto fazia isso, a carne do pedido de Chouji chegou. Era um enorme prato, mas a maioria das pessoas ficariam surpresas ao ouvir que não era para eles dois. Esqueça o 'dois', era uma porção que mal supria Chouji. Isso costuma surpreender as pessoas. Mas os funcionários e clientes habituais estavam acostumados com os hábitos alimentares de Chouji, dessa forma, ninguém se surpreenderia. Quando todos nós viemos aqui pela primeira vez, também pedimos esta enorme porção, nós não... Os pensamentos de Shikamaru voltaram para o tempo logo depois que ele tornou-se um genin. Seu time comemorou neste lugar quando a primeira missão tinha terminado em segurança. E depois disso, após o final de cada missão, eles normalmente vinham a este restaurante. Os quatro comeriam nesta mesma mesa e Shikamaru sentaria neste mesmo lugar.
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"Cale a boca..." Shikamaru resmungou por conta do barulho que ela estava fazendo. Foi um erro. Ino imediatamente virou para encará-lo. "O que quer dizer com calar a boca? É a minha carne! Por acaso você vai preparar a carne?" Agora que ele se tornou um alvo. Isso era ultrajante. "O que é isso?" Shikamaru reclamou baixinho, colocando carne na grelha. "Por que eu sou o único que tem de cozinhar tudo de novo? Ah, problemático..." Por que as mulheres em geral são tão agressivas? Shikamaru pensava sobre o assunto enquanto virava a carne. Para começar, havia a mulher mais próxima dele: sua mãe. Ela é ainda mais agressiva do que as mulheres normais, ao ponto de ser anormal. O que havia feito seu velho olhar para uma mulher tão assustadora e pensar 'Eu vou casar com ela?' Shikamaru não conseguia entendê-lo. "Isso deve ser o suficiente, certo?" A carne estava preparada. Após o comentário de Shikamaru, Ino estendeu a mão com seus pauzinhos, com um ar de satisfação ao redor dela. Mas a carne desapareceu de repente. Não era um fenômeno sobrenatural. Era Chouji. Ino jogou seus pauzinhos e começou a gritar. "De propósito, não é?!" Ela gritou: "Você está fazendo isso de propósito!" “Huh- Eu só vi a carne, então..." Chouji gaguejou. "Não pense que você vai se livrar dessa na conversa fiada!" Ino pegou Chouji pela gola, ainda gritando. Desnorteado como ele era, Chouji ainda não tinha soltado seu prato e os pauzinhos. Shikamaru resmungou e disse que ia grelhar a carne de novo, e começou a colocar mais carne na grelha. Era uma cena cotidiana do seu time. E... Havia uma alegre pessoa vigiando os três. Asuma.
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Shikamaru, Chouji, Ino e Asuma. Os quatro costumavam vir a este restaurante depois de cada missão e reunir em torno desta mesa. No passado, Shikamaru tinha pensado que a vida continuaria assim para sempre. Era absurdo imaginar todos em um loop constante de juventude, mas de alguma forma, o eu passado de Shikamaru ainda pensava dessa forma. Ele não tinha sido capaz de imaginar como seria quando crescesse. Mas o tempo passou, apesar de tudo. Ino tinha se tornado mais feminina. O apetite de Chouji não tinha mudado, mas ele deixou a barba crescer. Até mesmo Shikamaru tinha mudado antes que percebesse. E Asuma... não estava mais aqui. Os quatro não poderiam estar juntos novamente. Este restaurante, este assento, tudo estava profundamente marcado com as memórias daqueles tempos felizes que Shikamaru não poderia voltar a ter. Era porque ele não queria esquecer essas memórias que Shikamaru continuava vindo no restaurante. Quando Shikamaru estava rodeado por aquela familiar fragrância de carne assando, ele poderia alucinar que o cheiro do tabaco estava presente no ar também. Asuma era um adulto. O cavanhaque cheirava a tabaco dos seus incontáveis cigarros. Não importa qual a situação, ele mantinha-se calmo. Calmo e descontraído. Asuma tinha participado de muitas viagens quando era jovem, por isso ele tinha um monte de conhecimento, e sua habilidade como um shinobi era ainda maior. Ele era como um pai e ao mesmo tempo um irmão mais velho. Sempre levava Shikamaru e o time para comer carne. Pensando sobre isso, ele sempre empalidecia diante da voracidade do Chouji, e remexia freneticamente sua carteira para se certificar de que ele tinha o suficiente. Agora, Shikamaru e os outros pagavam as suas refeições com suas próprias carteiras, com o dinheiro que eles tinham ganho por conta própria. Shikamaru perguntava a si mesmo se tinha se tornado um adulto que fosse, ao menos um pouco, igual a Asuma. Shikamaru pegou o menu, virando as páginas e calculando quanto ficaria a sua conta e a de Chouji. Seria muito caro. Se eles a dividissem ficaria confortável de pagar. Oh, cara, eu deveria comer um pouco mais enquanto eu posso... Shikamaru olhou para o veloz Chouji ferozmente comendo, e estendeu a mão para pegar um pouco de carne para ele. "...Chomp, chomp, chomp... Obachan, outra porção!" Chouji gritou, a boca cheia de chomp– não, ah, carne. Em algum momento Chouji parou de comer, por enquanto, pelo menos. Ele parecia satisfeito, bebeu uma xícara de chá oolong de uma só vez. Quando ele estava convencido de que Chouji tinha começado a respirar novamente, Shikamaru falou. "Então, sobre o que estávamos falando antes, o que você vai fazer?" "Huh? Sobremesa?" Nós não conversamos sobre a sobremesa, Chouji. "...Sobre os presentes de casamento de Naruto e Hinata." "Oh, sim, isso." Shikamaru suspirou. Chouji tinha esquecido? Em primeiro lugar, Shikamaru tinha ido às ruas com a intenção de comprar um presente de casamento. Ele esbarrou em Chouji por acaso, e, em seguida, eles tinham começado a falar sobre o que deveriam dar. Shikamaru ainda estava indeciso sobre o que ele iria dar como presente. Afinal, ele tinha que pensar em algo que Naruto e Hinata ficassem felizes, e ele estava sem ideias. Shikamaru não era inexperiente apenas com presentes de casamento, ele era alheio a prática de dar presentes em geral. Nesse caso, seria melhor para ele falar com alguém que não negligencia frivolidades sociais como essa. E nessa situação, seria melhor ouvir a opinião de uma mulher. Assim, Shikamaru tinha ido visitar Ino. Flores Yamanaka. Esse era o nome da loja que a família de Ino administrava. Quando Shikamaru foi falar com ela sobre o assunto, Ino começou imediatamente a se vangloriar que ela já tinha decidido seu presente. Como esperado da Ino. Ela era muito bem informada quando se tratava das últimas tendências e modas. Como era de se esperar de um companheiro da minha equipe, Shikamaru pensou, e sentiu-se aliviado. "Se for esse o caso, ficará tudo bem se eu comprar alguma coisa da mesma loja que você comprou." Ele disse a Ino. "Você pode me dizer onde ela fica?" "Eh? Você não pode copiar a loja. Esqueça." E apesar de serem companheiros que enfrentaram batalhas mortais juntos, Shikamaru foi imediatamente abandonado. Depois disso... "Eu desisto..." Shikamaru resmungara enquanto vagava por aí, examinando as lojas da vila. Ele esbarrou em Chouji em um dos cruzamentos, e se viu onde ele estava agora, no Yakiniku Q. Mas aparentemente, Chouji tinha esquecido toda a história na sua loucura por carne. Agora ele estava tomando um sorvete. Quando Chouji pediu sorvete? Shikamaru nem sequer cogitou descobrir isso. Havia algumas coisas sobre Chouji que estavam além da compreensão. Honestamente, quando se tratava do assunto de encontrar um presente de casamento, a opinião de Chouji talvez não fosse tão confiável quanto a da Ino. No entanto, Shikamaru estava preocupado com o presente de casamento, Chouji estava perfeitamente à vontade. "Na verdade, eu mais ou menos já decidi..." A resposta de Chouji foi tão inesperada que Shikamaru pulou em seu assento. "Você já decidiu mesmo?! O que você vai dar para eles?" "Sim." Disse Chouji, tirando para fora um pedaço fino e retangular de papel. "Estou pensando em dar isso a eles." Chouji deslizou o papel sobre a mesa e Shikamaru o pegou para que ele não molhasse. "Isto é..." Shikamaru não podia acreditar em seus olhos. Era um bilhete para uma refeição gratuita em um dos restaurantes ryotei* mais caros de Konoha. "Os jovens como nós normalmente não vão a lugares como esse", disse Chouji, com um sorriso. "Mas já que é um presente de casamento, pode ser." Era exatamente como Chouji falou. Este restaurante era extremamente formal e extremamente caro, por isso muitos jovens não costumam ir lá. Mas um ingresso para uma refeição gratuita lá, como presente de casamento, era algo puramente brilhante. Era uma chance para o casal ir a um lugar que eles não vão frequentemente, e era um presente de casamento que ambos iriam gostar. Não poderia haver outro presente de casamento tão bem pensado como esse. Mas apesar de ter sido um presente de casamento incrível, como poderia Chouji desistir de uma refeição tão facilmente, e uma de alta classe por essa de agora? Chouji, você é realmente o mesmo cara que eu conheci...? Você se tornou muito mais adulto do que eu jamais teria imaginado. Shikamaru encarava o elegante bilhete em suas mãos e o rosto de Chouji alternadamente, enquanto ele tomava o sorvete alegremente. Ele estava pasmo. Chouji continuou devorando seu sorvete sem estar consciente do olhar de seu amigo. Pouco tempo depois ele começou uma segunda taça. "Além disso, ela veio em bom momento", disse Chouji enquanto ele lambia. "Aquela refeição para três..." No começo, Shikamaru não entendeu o significado por trás do que Chouji tinha dito. Um momento se passou, e finalmente compreendeu. Suor apareceu na testa de Shikamaru. "Você por acaso não..." Shikamaru perguntou humildemente, sentindo-se chocado por uma razão completamente diferente. "Você não vai... comer... com eles...?" Chouji ergueu os olhos de seu sorvete com uma grande risada. "De jeito nenhum. Mesmo eu, não seria capaz de invadir uma refeição entre dois recém-casados." "Ce-certo... sim, isso seria..." "Eu vou pedir um favor para o proprietário, e comer em uma mesa separada." "...Sério?" Sem pensar, Shikamaru olhou para o teto. O ventilador de teto girava sem parar, como sempre.
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O ventilador de teto continuou a girar de forma constante e em silêncio. Chouji, silenciosamente mas determinado continuou comendo seu sorvete.
Logo, a hora do almoço já tinha passado e os clientes no restaurante eram poucos. A paz tinha voltado novamente para Yakiniku Q.
Ouvia-se o som fraco do ventilador de teto girando na loja, agora tranquila, Shikamaru continuou se preocupando com ele mesmo.
Uma refeição gratuita de alta classe.
Esse era o presente que Chouji tinha pensado. Definitivamente não tinha nenhum ponto negativo nele.
Mas...
Embora não houvesse ponto negativo, por que o mundo não era feito para três pessoas? Esse restaurante ryotei deve ter pensado sobre a frequência com que os casais gostariam de ir e ficar sozinhos, amantes, sem interrupções. Seria aquele ryotei sem sentido? Se fossem três pessoas, é claro, Chouji acabaria indo...!
Shikamaru criticava as políticas de um restaurante que ele nunca tinha estado, com um olhar azedo em seu rosto.
Sua mente imaginou Naruto e Hinata vestidos a caráter para a oportunidade incomum de comer em um restaurante ryotei de alta classe.
E no banco atrás deles. Chouji. Pedindo uma segunda porção de comida, ele os observava atentamente.
...Isso ia realmente dar certo...?
Não, nesse momento, Chouji estava bem como estava. De certa forma, era um presente bem a cara de Chouji. No momento, o maior problema era o próprio Shikamaru, que ainda não tinha pensado em nada. Ele tinha que focar seu pensamento em ter alguma ideia.
Shikamaru se endireitou em seu assento, e silenciosamente fechou os olhos.
Sempre que Shikamaru estava pensando profundamente sobre algo – por exemplo, no seu próximo passo em seu jogo favorito, o shougi, ou em uma estratégia complicada no meio de uma de missão – ele tinha o hábito de sentar de determinada maneira enquanto pensava. Ele não ficava naquela posição intencionalmente. Acontecia naturalmente. Era a posição em que ele conseguia pensar melhor.
Assim sendo, ninguém jamais teria esperado que Shikamaru acabaria recorrendo à sua posição de pensamento no meio do Yakiniku Q. Ele mesmo jamais tinha imaginado que as coisas iriam chegar a esse ponto.
Shikamaru organizou seus pensamentos dentro de sua cabeça. Algo que seria adequado como presente de casamento...Várias possibilidades e opções flutuavam através de sua mente.
Em primeiro lugar, seria melhor se o presente fosse algo prático e útil. Utensílios de cozinha, ou panelas. Um bom presente seria algo que o casal não possuía ainda.
Louças eram populares ultimamente, não eram? Um conjunto de tigelas era uma boa opção possível.
Relógios talvez, ou uma moldura para as fotos do casamento também. Eles pareciam se encaixar no padrão. Presentes que poderiam servir como lembranças felizes do casamento eram bons. Mas eles tinham que ser presentes que prenderiam o interesse de ambos também.
De qualquer maneira, ele não poderia comprar o mesmo presente que outra pessoa. Afinal, Ino fez um escândalo caso o presente fosse até da mesma loja, então, obter o mesmo presente que alguém seria algo tão ruim quanto, se não pior.
O casamento era em breve, talvez dar um grande buquê funcionasse como um presente? À sua maneira era uma coisa que se encaixa como presente de casamento.
Havia também a opção de dar algo de comer. Ingredientes de alta classe, como doces ou chás, estes seriam recebidos com alegria, não? Mas, não seria semelhante ao presente de Chouji, uma refeição de alta classe.
Mas, honestamente, não seria bom se ele desse um vale-presente de alguma coisa como o Chouji fez? Ele poderia dar um vale-presente de alguma grande loja de departamentos. Ele só teria que comprar as coisas que ele gostasse, e seria fácil escolher coisas que ele gostasse... Mas quando ele pagaria por esse vale-presente... Dinheiro era... dinheiro...
Shikamaru abriu os olhos lentamente. Chouji ainda estava tomando sorvete.
O que fazer...
No final, uma palavra flutuou de forma pragmática em sua mente: dinheiro.
Era um bom lado para se concentrar. Ao invés de dar ao casal algo que não iriam usar, ou algo que era semelhante ao presente de outra pessoa, era muito melhor dar dinheiro para gastar em qualquer coisa que quisessem.
Mas havia um pensamento, como seria se todo mundo desse a Naruto e Hinata presentes, e em seguida, Shikamaru chegasse e dissesse 'aqui está' com um envelope de dinheiro na mão.
Já que sou eu, provavelmente, eles pensarão que eu achei que comprar um presente era muito problemático, e recorri em dar dinheiro por simples preguiça, não é mesmo...?
Ele estava preocupado com essa possibilidade.
Na realidade, era provável que ninguém pensasse assim. Mas, honestamente, dar dinheiro era uma escolha de presente incrivelmente monótona. Parecia que não tinha nenhuma sinceridade.
Estaria tudo bem em dar a alguém que eu mal conhecia, mas para eles... não ficaria bem, não é?
Shikamaru continuava preocupado. Da mesma forma, Chouji ainda estava comendo.
"Você comeu um monte." Shikamaru repentinamente notou as inúmeras taças de sorvete amontoadas na frente de Chouji. "Você não sente frio, não?"
"É uma sensação agradável depois de comer todo aquele churrasco quente. Além disso, eu sou o tipo de cara que viajaria ao País da Neve e ainda assim compraria sorvete para tomar. Meu apetite não perde para o frio." Chouji sorriu para seu amigo, e quando ele terminou sua última taça, finalmente parecia contente. "Gochisousama*."
Espere. Espere um minuto. Agora. Agora mesmo, algo tinha brilhado dentro da cabeça de Shikamaru.
"Chouji... o que foi que você disse?"
"Huh? Bem, eu disse gochisousama..."
"Não. Antes disso. Sobre viajar ao País da Neve."
"Ah, sim, eu disse que comeria sorvete mesmo se eu estivesse viajando pelo País da Neve. Mas você sabe que eu estava apenas dando um exemplo?"
"É isso." Shikamaru parecia encantado enquanto apontava para Chouji. "Viajar. Uma viagem. Isso é bom, não é? Uma viagem de lua de mel...!"
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Shikamaru e Chouji deixaram Yakiniku Q sem qualquer destino específico em mente. Eles estavam apenas andando por aí sem rumo. Não importava se eles tinham ou não um objetivo em mente. Shikamaru estava finalmente livre de suas preocupações sobre o que presentear.
"Entendi, você vai dar como presente para Hinata e Naruto uma viagem de lua de mel, certo?"
"Sim, Chouji. Graças a você, eu finalmente pensei em uma boa ideia."
Agora, tudo que Shikamaru tinha que fazer era escolher o destino. Ir e dar uma olhada para garantir que tudo era de boa qualidade.
Ah. De novo ele ia ter que pedir a opinião de uma mulher, não ia?
Onde ele seria capaz de encontrar Ino? De acordo com o que ela disse quando ele a visitou anteriormente, e falaram sobre o presente, ela provavelmente estaria comprando seu presente de casamento...
Enquanto ele e Chouji caminhavam, Shikamaru começou a olhar para as vitrines.
"Você está procurando alguém, Shikamaru? Eu posso ajudar."
"Sim, eu preciso ouvir a opinião de uma mulher. Ino serviria se ela estivesse por perto."
Dito isto, Konoha era uma cidade enorme.
O fato de Shikamaru e Chouji terem conseguido se encontrar enquanto andavam por aí, sem o mesmo destino em mente, tinha sido uma grande coincidência. Se eles agora conseguissem esbarrar em Ino, então seria uma coincidência atrás da outra, juntando a formação do Time 10, o Ino-Shika-Chou, em um só local.
As chances deles esbarrarem um no outro sem qualquer comunicação prévia era, obviamente, zero. Mesmo se uma reunião de amigos como essa tivesse acontecido em uma obra de ficção, o público teria criticado severamente, chamando de uma série de coincidências exageradas.
Assim que Shikamaru pensou sobre isso, Chouji soltou um murmúrio.
"Oh, olha quem está aqui."
"Você está de brincadeira comigo, né?!" A voz de Shikamaru aumentou a um volume histérico com a surpresa.
A realidade era de fato uma coisa incrível. Coincidências surpreendentes que pareciam sair de romances, como colegas de equipe se reunindo aleatoriamente, agora acontecia o tempo todo.
No entanto, a visão que saudou Shikamaru depois que ele deixou escapar o grito de surpresa foi uma coincidência que iria atordoá-lo ainda mais.
A linha de visão de Shikamaru dava para a parte de trás da cabeça de uma mulher. Seu cabelo não chegava até os joelhos como o de sua companheira de equipe. O cabelo desta mulher era um pouco curto, e amarrado dos dois lados. Ela era uma pessoa completamente diferente, e a visão dela fez os olhos de Shikamaru arregalarem contra sua vontade.
A mulher na frente deles era uma jounin de Sunagakure, aldeia aliada de Konoha... era Temari.
Muitas pessoas estavam indo e vindo de Konoha, e não apenas shinobi de outras aldeias como Temari. Havia shinobi vindo para receber missões, shinobi retornando de missões, clientes que trouxeram missões, e uma grande variedade de outras pessoas. Havia um fluxo contínuo de visitantes indo e vindo.
Claro, isso não significa que qualquer um podia entrar. Os que estavam nos portões da vila sempre mantinham os olhos abertos procurando pessoas suspeitas ou objetos perigosos, inspecionando e questionando os visitantes.
Temari, por exemplo, era uma kunoichi de outra aldeia que carregava um grande tessen (leque) nas costas. Era sua arma preferida, um leque de guerra que a deixava criar uma rajada de vento devastadora com seu balançar.
Mas, apesar de perigosa sua arma, Temari era uma kunoichi de uma vila aliada, e houveram anos de confiança e de cooperação entre Suna e Konoha, dessa forma, lhe foi dada uma autorização para trazer seu leque dentro dos limites da cidade. Ela também passou por uma entrevista que lhe concedeu um passe de visitante, que já havia sido emitido há muito tempo.
Essa mesma Temari se virou por causa do grito surpreso de Shikamaru, e notou os dois. Seus olhos encontraram os de Shikamaru.
"Que, então foi você quem gritou. O que está fazendo?"
Shikamaru tinha soltado aquele grito histérico porque ele tinha sido surpreendido com a suposta coincidência de Chouji ter encontrado Ino.
Agora, ele fez o seu melhor para responder a pergunta de Temari em tom sereno e calmo, apesar do interior de seu coração parecer estar tremelicando.
"O-oh sim. Nós só estávamos almoçando e depois... bem, deixando isso de lado, o que você...?"
"Eu estou andando por aí para dar minhas saudações antes das reuniões do Exame Chuunin."
"Exames Chuunin? Nós ainda temos um longo tempo pela frente até que eles comecem, não é?"
"Bem, você poderia dizer que este ano nós estamos tendo reuniões sobre as reuniões." Temari deu um sorriso irônico. Ela tinha um monte de tarefas problemáticas para realizar.
Temari era a filha do Yondaime (Quarto) Kazekage, e irmã mais velha do atual Godaime (Quinto) Kazekage. Ela era uma pessoa astuta e competente que ajudava seu irmão mais novo com suas florescentes atividades de diplomacia com outras aldeias. Como hoje, ela casualmente ia e vinha para Konoha para participar de reuniões de planejamento dos Exames Chuunin.
Shikamaru foi um pouco mais perto de Chouji, de modo que Temari não conseguisse ouvir, e sussurrou em seu ouvido.
"Ei, Chouji! Por que você foi e disse 'olha quem está aqui?', eu pensei que era a Ino então eu acabei..."
"Mas você disse 'opinião de uma mulher', por isso não faz diferença nenhuma, certo...?"
"I-isso é tecnicamente verdade, mas..." Shikamaru olhou para Temari.
Era, provavelmente, por sua personalidade ser assim que ela ia tão bem na política, mas estaria realmente bem em perguntar para Temari, uma mulher que criava vendaval após vendaval para acabar com inimigos no campo de batalha, a sua opinião sobre uma lua de mel para Naruto e Hinata? Sua personalidade era completamente diferente da de Hinata. Temari tinha temperamento forte e cuidava dos outros, e ambas essas qualidades faziam dela o mesmo tipo de mulher que a mãe de Shikamaru. Não era provável que ela pudesse pensar em algo para alguém tão calma como a Hinata. Por outro lado, a personalidade de Ino era diferente da Hinata também. Mas, Ino foi colega de classe de Naruto e Hinata desde a infância, consultá-la parecia mais certo. Ino ficaria feliz em dar um conselho sobre a lua de mel de Naruto e Hinata. Ela sabia as mais recentes tendências e tudo mais. Mas a reação da Temari sobre o conselho, era algo que Shikamaru não conseguia imaginar. "Que, uma lua de mel?" Temari disse com desdenho, seus olhos perdendo intensidade. "Tem certeza que você quer me perguntar algo tão trivial." Essa era a única reação que vinha à mente de Shikamaru. "Por que vocês dois estão se esgueirando?" Temari tinha um olhar de dúvida em seu rosto. "Vocês parecem suspeitos." Ele tinha que rapidamente, de alguma forma, consertar a situação, mas– "Shikamaru quer lhe perguntar sobre uma coisa." Mas Chouji agiu primeiro. "Bem... você..." Shikamaru ficou afobado enquanto Temari virava seu olhar para ele. Ele não poderia dizer algo como 'seria irracional da minha parte se eu lhe perguntar sobre planejamento de uma lua de mel, certo?'. Não havia escolha senão ser franco sobre o assunto. "Bem, isso é, eu quero dizer..." Ele continuou gaguejando. Por alguma razão, ele ficou tenso. Shikamaru sentiu-se estranhamente envergonhado. Ele não conseguia nem olhar Temari nos olhos. Finalmente, ele deixou escapar: "...Eu estive pensando sobre isso, mas, para uma lua de mel, onde você acha que é melhor?" "Eh?!" Em choque, Temari deixou escapar um som. "O quê foi?!" Ele surpreendeu-se com a reação dela, Shikamaru conseguia olhar em seu rosto agora, e o encarava. "Você, disse, lua de mel...?!" Temari não conseguia olhar para ele. Viu, ele estava certo no afinal, perguntar para ela foi rude e ofensivo. Claro que Temari ficaria incomodada se ele lhe pedisse para ajudar com a escolha do presente de casamento de Naruto e Hinata. Até Shikamaru tinha tido problemas para escolher, e Naruto era seu colega de classe... Ugh, Chouji, você não deveria ter se intrometido. Shikamaru olhou para o homem com vários comentários relutantes em sua língua. Chouji fingiu não perceber e desviou o olhar para ver uma vitrine. Enquanto olhava desagradavelmente na direção dele, Shikamaru tentou mudar a situação. O resultado final foi que o estrago já tinha sido feito, então, era melhor ouvir a sua opinião. "Desculpe." Shikamaru se desculpava. "Eu sei que é inesperado, mas eu queria saber o que você pensa sobre isso." "Po– por que perguntar sobre is– isso para mim?" Temari parecia incrivelmente confusa e perturbada. Era perfeitamente compreensível. "Bem, eu acho que perguntar-lhe seria a melhor opção..." Bem, ele não poderia dizer 'qualquer resposta serve contanto que seja de uma mulher', ela parecia estar considerando seriamente essa opção. Seria incrivelmente rude. Mesmo Shikamaru sabia disso. "Per–perguntar seria a melhor..." Ela repetiu. Por alguma razão, Temari estava olhando para baixo e desconfortavelmente inquieta. Shikamaru estava convencido de que era porque ela estava incomodada com a pergunta. Isso não era bom. Nesse ritmo, não haveria progresso. Seria melhor dar a sua opinião primeiro. "Eu acho que seria bom relaxar em uma pousada com fontes termais, mas o que você acha? Não soa muito à moda antiga?" "Eu... parece bom..." "Tudo bem, ótimo. Fico feliz em saber. Uma parada pelas fontes termais com boa comida é o melhor, huh." Temari tinha aprovado a sua ideia. Shikamaru podia sentir toda a sua preocupação esvaindo. Ele esteve se preocupando toda a manhã, e agora ele finalmente deu um sorriso aliviado. Seria um presente de casamento ótimo para Naruto e Hinata. Temari, por outro lado, parecia como se sua compostura tivesse sido perturbada. "Não me diga que você ainda tem que tratar de alguns negócios...?" Ele perguntou. Isso era provável. Temari tinha vindo aqui a negócios afinal de tudo. Ela provavelmente estava incomodada porque ele a mantinha ocupada com esta conversa. "Ah, não, eu acabei tudo por hoje... Eu estava prestes a ir para casa." "...?" Ela não tinha quaisquer tarefas para realizar, mas ela estava inquieta. Shikamaru inclinou a cabeça, confuso com a resposta dela. Temari estava agindo estranho hoje. O que poderia estar causando isso...? "Seria melhor checar algumas pousadas mais tarde, certo?" Chouji sugeriu, e Shikamaru deixou de lado esses pensamentos para se concentrar de volta no problema do presente. "Isso é verdade." Shikamaru assentiu. "Seria melhor ir e dar uma boa olhada o mais rápido possível." "Ainda é cedo, por isso se fosse ainda hoje daria certo, não?" "Sim. Provavelmente seria melhor a se fazer." "Então", Chouji disse, "Eu estou indo comer algumas castanhas doces, então, vocês dois devem ir dar uma olhada." "Eh?!" Shikamaru e Temari ambos exclamaram ao mesmo tempo. Confuso, Shikamaru olhou para o amigo. "Cho– Chouji...! Quer dizer que você não está vindo com...?!" "Mmm, desculpe Shikamaru. Eu tenho que comer sobremesa após as refeições." "Você acabou de comer!" "Tenho um lugar separado para sobremesa." "Eu estou dizendo a você, você acabou de comer sobremesa!" Enquanto eles continuavam trocando respostas, Shikamaru olhou para Temari. Ela provavelmente estava zangada com o comportamento egoísta repentino de Chouji também, porque seu rosto estava lentamente ficando vermelho brilhante. Ei, ei, ei, esta não é hora para piadas. Chouji, mude de ideia. As mulheres não são feitas para ficar com raiva, vai sempre acabar se transformando em uma situação problemática, eu aprendi isso quando eu era criança! Shikamaru estava desesperadamente tentando comunicar estes pensamentos com os olhos, mas Chouji não mudava de ideia. "Você está procurando um lugar para uma lua de mel, então, seria melhor se vocês dois fossem juntos." Chouji disse tal coisa com um largo sorriso. Ele estava cheio de razão demais para Shikamaru argumentar contra. Qualquer um concordaria que faria mais sentido um homem e uma mulher irem verificar uma pousada, em vez de dois homens. Dessa forma, você tem o ponto de vista da noiva e do noivo. Mas agora, com Temari reagindo de uma maneira que Shikamaru não entendia, e seu rosto de um vermelho brilhante que tinha que ser de raiva, ir sozinho com ela seria... Shikamaru sentiu seu rosto perdendo a cor. "Bem, então, eu vejo vocês dois mais tarde." Disse Chouji, começando a andar. "Eu estou indo." "Ah..." No momento em que Shikamaru pôde fazer um som, já era tarde demais. Chouji olhou por cima do ombro para seu amigo, acenou com a mão, e depois desapareceu na multidão. Shikamaru ficou totalmente embasbacado. Por quê Chouji...? Por que você quer tanto comer castanhas...? Mesmo que você tenha comido tudo aquilo de sorvete, por quê...? Será que o seu estômago não tem fim...? Aqueles eram os pensamentos fluindo através de sua mente atordoada. Mesmo que as ruas de Konoha estivessem sempre movimentadas, o lugar por onde Shikamaru e Temari andavam parecia estranhamente inativo. Era quase como se houvesse uma barreira ao redor deles. Ambos estavam envoltos em um denso silêncio. Shikamaru estava assustado demais para olhar Temari nos olhos. "Uh..." Sua boca se moveu contra sua vontade. "Como é que eu... o que você quer fazer...?" Essas foram as palavras que saíram da boca dele. Eu sou um idiota. Mas então... Shikamaru sentiu um puxão brusco em sua manga. "...Podemos ir." Temari disse calmamente, sem olhar para ele.
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Como a atmosfera ficou assim?
Em pouco tempo, Shikamaru e Temari tomaram o rumo para o local onde ficava a fonte termal de Konoha. No caminho, eles não tinham conversado muito. Shikamaru tentou começar uma conversa para ver como ela reagiria, mas as respostas de Temari tinham sido curtas e breves, e a atmosfera inquietante entre eles continuou. Por que há essa tensão tão enigmática...? Shikamaru desviou os olhos para a frente, para que ele não encontrasse com os olhos de Temari, sentindo o suor em sua testa. Ele tentou analisar objetiva e calmamente a situação. Pra começar, não era incomum ele e Temari estarem sozinhos. Pelo contrário, era comum. No passado, ele a guiou ao redor da aldeia, e eles tinham ido às reuniões de trabalho juntos. Ele até saiu do seu comportamento normal e chamou ela para um encontro. Bem, ele disse encontro, mas no final eles haviam feito as mesmas coisas que faziam de costume, falando de coisas leves até que de alguma forma começaram a falar sobre o trabalho sem perceber. Mas, naquela época, as coisas não tinha estado nem perto do quão tenso estava agora. Longe disso, o dia inteiro em seu encontro não foi ruim. Apesar de tudo isso, por que as coisas estavam tão tensas hoje? Por que a atmosfera sentia tão tensa? Por que Temari não estava falando com ele? Shikamaru desesperadamente quebrava a cabeça para achar respostas. A causa mais provável era que, no fundo, Temari sentia-se farta de ser arrastada para coisas problemáticas. Ele havia perguntado a ela sobre seus planos para o resto do dia, e depois de dizer que ela não tinha nenhum, não havia nenhuma maneira educada de recusar a vir, então, agora ela estava irritada com os problemas que ela teria que passar. Era por isso que as coisas estavam diferentes hoje. Era por isso que ela não estava falando muito. Mas se você olhasse para o começo disso tudo, era tudo culpa de Chouji. Chouji e seu súbito e inexplicável desejo de seu estômago por castanhas doces. E, além disso, era culpa de Chouji por trazer à tona a intrometida sugestão 'seria melhor se vocês dois fossem juntos' e, em seguida, desaparecer. Se ele não tivesse feito essas coisas, então, neste momento ele e Shikamaru, ou apenas o próprio Shikamaru, estariam fazendo o 'check-up' em uma pousada qualquer. Eu nunca imaginei que iria acabar vindo aqui com Temari... Foi uma reviravolta de acontecimentos nesta manhã que ele nunca teria sido capaz de imaginar. Ele nunca pensou que ele iria comer yakiniku (carne grelhada) com Chouji, e, em seguida, esbarrar com Temari, e depois acabar nesta situação. É como aquele ditado 'shinobi devem olhar debaixo do embaixo', mas isso era algo que ninguém poderia ter imaginado. Poxa vida, o mundo estava além de qualquer previsão. Enquanto Shikamaru ponderava, ele e Temari atravessavam uma ponte de madeira. Havia um rio fluindo abaixo dela, com uma leve camada de vapor saindo dele. Era o rio de uma fonte termal. Havia um cheiro ligeiramente enjoativo na água, meio que semelhante ao cheiro de ovos. Era o sulfeto de hidrogênio que estava misturado na água da fonte termal. A origem era um cinturão vulcânico na qual Konoha estava localizada no topo. Uma boa quantidade de fontes termais estavam presentes nesta área, tanto que nos velhos tempos as fontes termais eram conhecidas como uma área de cura para shinobi feridos. Agora era um ponto turístico para atrair pessoas de dentro e fora da aldeia. Eles estavam passando por vários destes turistas enquanto viajavam. A maioria dos turistas estavam vestidos com yukata, com sandálias geta de madeira ou com sola de couro e roupas que tinham o nome da pousada ou estabelecimento em que eles estavam hospedados. Esse parecia ser o código de vestimenta geral da localidade. Era bom para visitar as fontes termais ou apenas andar por aí. Saúde e entretenimento. A cidade tinha, obviamente, desenvolvido o combinado dessas duas coisas, e um punhado destas duas coisas poderiam ser encontradas nas pousadas. Restaurantes, salões de jogos, lojas de souvenires e várias outras lojas estavam enfileiradas ao redor das pousadas. Outra coisa agradável desta cidade é dar aquela caminhada e visitar todas essas atrações. Shikamaru e Temari tinham passado por um monte dessas lojas. A maioria das lojas tinham cestos de palha onde bolinhos de carne, que haviam sido cozinhados com o vapor das fontes termais, ficavam em fileiras, e tinham uma bonita e agradável aparência. Lojas de souvenires tinham postais e esculturas em madeira para os turistas, junto com produtos para shinobi. Aqui e ali, você conseguia ver sacos e garrafas que estavam recheados com minerais das fontes termais. As fontes termais eram uma fonte de renda muito valiosa para a cidade. Shikamaru estava procurando uma pousada no meio de todos aqueles estabelecimentos. O sol já estava se pondo no oeste, e, em pouco tempo, a noite caíra. As lanternas na frente das lojas e construções começaram a acender, uma por uma. Suas luzes eram as únicas iluminações na cidade depois que escureceu, e a visão de todas aquelas lanternas iluminadas em meio à escuridão, combinado com os tufos de vapor que envolviam a cidade, era uma cena bastante impressionante. "Isso é incrível..." Temari murmurou. "Sim..." Shikamaru concordou. Então, ele se virou para ela. "...Ei, apesar de todo o trabalho nós conseguimos chegar até aqui, que tal nós darmos uma passada nas lojas da cidade?" Temari finalmente havia falado por vontade própria quando ela comentou sobre a paisagem. O belo cenário da cidade parecia ter diminuído a tensão. Shikamaru queria tirar proveito disso e se livrar da tensão completamente. Eles tiveram todo o trabalho para vir aqui. Não é como se eles estivessem prestes a ser punidos pelos céus por visitarem uma ou duas lojas. "Você está certo." Disse Temari, olhando em volta. "Então... que tal essa loja?" A loja que ela estava apontando era pequena, com um cartaz que dizia 'tiro ao alvo' na frente. Parecia aquele lugar que tinha três kunai de madeira para você jogar e atingir vários prêmios nas prateleiras, e se você conseguisse derrubar um prêmio, ele seria seu. "Você tem certeza disso?" Ele perguntou. "Sim. Eu queria experimentar esse uma vez." Eu não consigo entender, mas parece que o espírito dela está de volta ao normal... Os olhos de Temari estavam brilhando quando ela abaixou sob a placa de madeira em frente à entrada da loja, e Shikamaru sentiu-se aliviado ao vê-la. Ele a seguiu para dentro. O interior da loja estava surpreendentemente lotado. Passando seu olho sobre os outros clientes, eles eram em sua maioria prováveis casais de namorados, vários homens e mulheres jovens. Por alguma razão, Shikamaru não conseguia voltar a sua compostura habitual. Temari já havia pego a kunai de madeira e a jogado. Ela mal raspou o prêmio alvo, desaparecendo na escuridão atrás dele. Ela pegou outra, e atirou mais uma vez. Desta vez, sua mira foi pior, nem mesmo chegando perto. "Hm?" Temari estava inclinando a cabeça, perplexa. "Ei, ei, o que aconteceu?" Ele perguntou. "É raro você errar um alvo." Esqueça jogos de tiro ao alvo, ambos, Shikamaru e Temari manuseavam kunai em suas vidas cotidianas. E, além disso, essas eram reais. Era impossível para ela errar duas vezes. "Não, a questão é que elas são leves demais para jogar." Disse Temari, entregando a kunai de madeira para ele. Ah, eu percebo que elas são leves demais. Muito diferente das de sempre. Seria difícil jogar isso. Shikamaru entendeu no segundo em que sentiu o peso da kunai de madeira na sua mão. "Mas, se esse é o problema", disse Shikamaru, manuseando a kunai de madeira, "Então, é só você encontrar o centro de gravidade e ajustar, você deve ser capaz de jogá-la, assim!" Ele jogou a kunai de madeira. Ele jogou com muito mais força do que uma kunai normal. Ele errou completamente. "Hm?" Shikamaru estava inclinando a cabeça, perplexo também.
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Temari estava carregando um pequeno daruma*, e uma igualmente pequena estatueta de gato*. Eles foram os dois únicos prêmios que Shikamaru tinha conseguido derrubar depois de várias tentativas. Mas pensar que depois de todas essas tentativas, apenas estes dois pequenos prêmios foram obtidos. Shikamaru não pôde deixar de sentir que o custo benefício da loja era algo em questão. Mas Shikamaru era um profissional. Jogar a kunai de madeira de novo e de novo o ajudou a se acostumar com o peso. Mesmo com toda a prática, essas kunai de madeira eram incrivelmente complicadas. Você não podia ter esperança de praticar o suficiente para atingir um grande prêmio sem pagar uma grande quantia de dinheiro também. Shikamaru tinha percebido isso muito rapidamente. Não, na verdade, você poderia gastar o quanto de dinheiro que você quisesse, e provavelmente, ainda seria impossível de acertar os grandes prêmios. Shikamaru sentiu pena de todos os casais na loja que ele tinha visto, deixando escapar sons como 'kyaa!' e 'awww', enquanto eles miravam em prêmios que eles nunca seriam capazes de atingir. Se elas fossem um pouco mais pesadas... Bem, para resumir, as kunai de madeira eram tão distantes de kunai reais que era quase impossível de derrubar qualquer coisa com elas. Se possível, Shikamaru teria gostado de jogar uma kunai verdadeira. No lojista. Mas de qualquer forma, visto que ele não tinha permissão para usar uma kunai verdadeira, ele tinha pensado que seria melhor acertar o que podia, em vez de continuar a mirar para o impossível e ir embora sem nada. 'O que podia' seriam uma pequena estatueta de gato e daruma. Eles eram os menores prêmios da loja. Suas perdas não eram um grande golpe no estoque do lojista. O lojista tinha uma estratégia brilhante. "Desculpe..." Ele disse para Temari, "Eu não consegui outra coisa senão essas..." Falando nisso, seria péssimo se ele tivesse se acostumado a jogar as kunai de madeira ao ponto que sua mira com kunai verdadeiras fosse afetada. "Heh, eles são do tamanho perfeito para levar de volta para casa." Temari respondeu com um sorriso. Ela não estava sendo sarcástica. Aqueles eram os seus sentimentos verdadeiros. De vez em quando, havia momentos Temari que sorria inocentemente. "Estes serão ótimos souvenires para meus irmãos." Ela disse. Pensando bem, ela estava certa. O número de prêmios estava correto. Mas, isso trouxe à tona uma questão... Entre Gaara e Kankurou, a quem seria dado o daruma e a quem seria dado a estatueta de gato? Ele não tinha certeza, mas de qualquer forma, seria algo para sorrir se visse. Temari sempre pensava em seus irmãos. Temari estava sussurrando algo sob sua respiração enquanto olhava para os prêmios em suas mãos. Parecia que ela estava de bom humor. "Tudo bem então... devemos dar uma volta para escolher uma pousada, certo?" Disse Shikamaru. "Oh, que tal aqui?" Shikamaru ficou parado, olhando acima, para uma pousada nas proximidades. Era uma magnifica estrutura, dava a sensação de ser um local histórico. As lanternas de papel brilhavam fracamente nas laterais dos seus portões, dando uma recepção suave para os hóspedes. Parecia que eles tinham um belo e grande lago também. Do lado de fora, tudo parecia bom, mas o foco principal de sua visita eram as fontes termais e as refeições. Seria um problema se tudo parecesse decente, mas na realidade fosse de péssima qualidade. "Yup, melhor entrar e dar uma olhada." Shikamaru balançou a cabeça. Apenas uma análise geral rápida seria suficiente. Ele se virou para ir para a pousada, mas naquele exato momento, os passos de Temari pararam. "O que há de errado?" Ele olhou por cima do ombro para ver como ela estava. "Ah– bem– depois de tudo– como dizer isso..." Temari olhava para baixo e estava inquieta. Mais uma vez? Justamente quando ele pensou que a Temari de sempre tinha retornado. O que raios estava acontecendo? "Então, é só que– no final– eu não estou ainda– eu não estou mentalmente preparada..." Ela murmurou, não olhava para ele e mexia o daruma e a estatueta gato em suas mãos. Mentalmente preparada? Para que? Talvez ela se sentisse estranha na frente de um lugar com aparência tão extravagante? Se um lugar de alta classe tivesse preços que eram muito altos para ele pagar, é claro que Shikamaru iria desistir. Ele pensaria que era uma vergonha, mas ele faria mesmo assim. Mas eles jamais saberiam sem entrar e verificar o lugar. Quer sua decisão seja ir em frente ou deixar de lado, ele ainda tinha que olhar os quartos e fontes termais. Ele não tinha como voltar atrás. Seria um problema se eles desistissem nas portas do lugar. "Temari, por hora, que tal nós entrarmos, e depois você pode pensar sobre isso. Ok?" "Va– vai ser tarde demais para pensar, uma vez que entrar. Eu poderia ser levada pela atmosfera, então..." "O que você quer dizer?!" Ele não conseguia entender o que Temari estava dizendo. Shikamaru não sabia o que fazer. O que diabos estava acontecendo? A atmosfera? Ela quis dizer a atmosfera à moda antiga da pousada? Ser levada? Varrida? Ela estava falando sobre o lago? Ele não entendia nada. No entanto, ele sabia uma coisa de fato: Definitivamente há algo de errado com Temari hoje. Shikamaru olhou atentamente para o rosto de Temari, olhando como se ele estivesse revistando ela. Temari apressadamente fugiu de seu olhar. Enquanto o fazia, seu rosto ficava vermelho brilhante. "Você..." Shikamaru disse lentamente. "Não me diga que você..." Ele colocou a mão na testa de Temari. Ela soltou um som assustado, todo o seu corpo tremendo em um sobressalto. Provavelmente era porque a mão estava fria. "Você está queimando, não é?" Ele perguntou. A testa de Temari estava um pouco quente. Mas não parecia com uma febre. Por outro lado, ela ficou vermelha até as orelhas. "E–eu estou indo para casa, então..." Disse rigidamente, desajeitadamente ela afasta-se e vira-se para ir embora. Ela claramente estava agindo diferente do normal. Para que a habitual Temari, de repente, ficasse tão frágil, tinha que significar, embora não fosse uma febre, há algo de errado com sua saúde. Não havia outra explicação. "Ei, ei, ei, me faça um favor e espere. Já está escuro lá fora, e se a sua condição física está ruim, isso é mais uma razão para que você descanse aqui por apenas uma noite. Está certo. Vou arrumar rapidamente um futon (colchão) para você." Shikamaru tinha dito isso porque ele estava preocupado com a Temari, mas parecia que ele tinha dito algo que não deveria, porque Temari de repente começou a correr para longe dele com força máxima. Shikamaru olhou, perplexo, ao vê-la correndo a todo vapor. Bem, pelo menos no final ela parecia bem de saúde. Mas espere, ele tinha que alcançá-la! Shikamaru começou a correr também. Ele tinha conseguido chegar até aqui com ela, se eles não voltassem para a pousada, não teria valido de nada. Ele tinha que conseguir conselhos de Temari sobre o que seria uma boa viagem de lua de mel. Afinal de contas, não era apenas para Naruto, era para Hinata também. Apenas o ponto de vista de um homem não seria o suficiente. Ele tinha que ter o ponto de vista de uma mulher. Ele tinha que ouvir a opinião do lado das mulheres sobre spa, yukata, o serviço prestado às mulheres, todos os tipos de coisas que um homem não poderia julgar por conta própria. Shikamaru colocou a sua concentração total em correr atrás de Temari. Ele estendeu a mão para pegá-la com uma mão. Isso não vai dar certo se eu estiver sozinho, isso não vai dar certo por si só...! A mão de Shikamaru alcançou seu alvo. Ele conseguiu pegar Temari pelo braço. Apertando mais, Shikamaru gritou: "Por favor, só espere! Eu preciso de você!" Temari forçadamente havia parado, e agora olhou por cima do ombro para ele. Por alguma razão, seus olhos pareciam um pouco molhados. Ambos estavam ofegantes, totalmente sem ar. A fraca luz das lanternas próximas iluminavam seus rostos ligeiramente, a sombra de Shikamaru sobre Temari. Talvez ela tenha se acalmado, porque seu rosto não estava mais vermelho. Seu rosto, iluminado pela luz emitida pelas lanternas, parecia mais maduro do que o normal. Shikamaru inconscientemente acabou olhando para o rosto de Temari. Ele estava envolto em um sentimento misterioso. Como se estivesse no meio de um sonho. "Está tudo bem... em ser eu...?" Temari perguntou calmamente. Essas palavras puxaram Shikamaru bruscamente de volta para a realidade, e recuperaram seu juízo novamente. Ele balançou a cabeça com firmeza. "Sim, não vai funcionar se não for você!" Ele disse seriamente, "Afinal, eu não posso entrar no lado das mulheres da fonte termal!" "...Ha?" Por um breve momento, a mandíbula de Temari caiu. "Uhm...? O que você está dizendo...?" Shikamaru estava confuso com o olhar que ela estava emanando para ele, como se ela de repente estivesse desconfiada dele. Era uma reação estranha a sua resposta. Mas, por hora, era melhor verificar o que ambos estavam pensando. "Não importa como você olhe para isso, eu não vou ser capaz de ir para o lado das mulheres da fonte termal, certo?" "Obviamente!" Ela parecia um pouco indignada. "O que você está..." Ela estava bem ciente da situação. Como esperado de Temari. Nesse caso, ele só tinha que explicar cuidadosamente o resto... "Eu não posso ir para o lado das mulheres. Já que sou um homem. Então, eu preciso de você para ir para o lado das mulheres. Pois você pode entrar. Como você disse, é óbvio. Quando você sair do lado das mulheres, eu preciso que você me diga o estado em que está, apenas em poucas palavras. Isso é tudo o que é necessário. Okay? É uma coisa realmente simples de se fazer, certo?" "Sobre o que exatamente... você está falando...?" Temari com uma voz incrivelmente calma perguntou. Parecia que ela não estava mais desconfiada dele. Agora seu olhar estava confuso. O que foi que aconteceu? Ele explicou isso de modo simples e claro, mas ela ainda não entendeu. Shikamaru não sabia como consertar isso. O que Temari não estava entendendo? Pouquíssimo tempo atrás, ela concordou que ele não poderia ir para o lado das mulheres da fonte termal... "Para começar", disse Temari. "Sobre o que, exatamente, nós estamos falando?" Essa era a raiz da questão? E pensar que todas as coisas que ele disse não deram em nada... "O que quer dizer com o quê?" Perguntou Shikamaru. "Nós estamos falando sobre a escolha de uma pousada para uma lua de mel de um casamento, não é?" "Exatamente, casamento de quem?" "Naruto e Hinata, obviamente. Huh? Eu não te disse isso? Que estranho..." Parece que eles tiveram um tipo de mal-entendido. O tempo todo, Temari estava pensando em um casamento diferente do de Naruto e Hinata. Shikamaru percebeu este fato neste exato momento. Temari era de uma excelência superior a das outras pessoas. Ela ouviu o início da explicação, e imediatamente deduzir o resto. Ele também não precisaria dizer em voz alta que houve um mal-entendido, ela compreendeu tão rapidamente quanto ele. Então é isso, Shikamaru pensou, finalmente entendendo. Houve um mal-entendido. Temari parecia ter entendido tudo também. "Hmm, então isso é tudo...", Disse Temari. Ela estava sorrindo, calma e em paz. "Não, mas espere, então... Ah!!" Shikamaru sem querer deixou escapar uma exclamação. É possível que o mal-entendido de Temari tenha sido... "Não, espera?" Ele perguntou a ela. "Ei... não era porque..." Quando ele perguntou aquilo, Temari silenciosamente tirou seu tessen de suas costas, segurando-o na mão. "E–ei... O que é isso?" Ele perguntou. "Por que você está segurando isso...? O– o que está acontecendo com o seu chakra...?!" Temari sorriu carinhosamente para ele. Shikamaru foi cativado pela visão, e formou um sorriso em seu rosto também. Sorrindo um para o outro, eles pareciam a própria imagem de um par de namorados.
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Um súbito vendaval fora de temporada varreu as fontes termais de Konoha, e durou a noite toda. Os moradores e turistas passaram a noite inteira acordados, com muito medo de ir dormir... |
Nota*: Chá Oolong é um chá chinês tradicional, situado entre o chá verde e o chá preto. Oolong possui um sabor mais próximo ao chá verde do que ao chá preto: ele não possui o aroma róseo adocicado do chá preto mas por outro lado ele também não possui as notas vegetais marcantes típicas do chá verde.
Nota*: Ryotei são restaurantes tradicionais japoneses de luxo.
Nota*: Gochisousama é uma frase dita depois das refeições que basicamente significa 'obrigado pela refeição.'
Nota*: Daruma é um talismã japonês. Possui esse nome por causa de um monge indiano, chamado Bodidharma, ele decidiu remover suas pálpebras para evitar que dormisse e conseguiu atingir a iluminação. A estatueta vem sem os olhos pintados. Você faz um pedido e pinta um olho, e quando o desejo for realizado você desenha o outro.
Nota*: Maneki Neko é conhecido como Gato da Sorte ou Gato do Dinheiro. Ele é uma escultura, na maior parte das vezes feita em cerâmica, que se crê trazer boa sorte ao seu dono.
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